CRÍTICA | ‘Porta dos Fundos – Contrato Vitalício’ é um produto que merece seu espaço na comédia brasileira
Luigi Martini
Porta dos Fundos – Contrato Vitalício (2016), filme dirigido por Ian SBF e roteirizado por Fábio Porchat e Gabriel Esteves, é a primeira produção audiovisual original do Porta dos Fuesndos para as telonas. Vemos aqui um interessante trabalho humorístico; a grande qualidade desse grupo, comparado às diversas tentativas de fazer rir sem ser politicamente corretos, como vemos muito atualmente no cinema nacional, esse é o grande ponto forte do longa; ele, de fato, faz rir.
Porém, por conta do filme dar tanta atenção a esse atrativo, a história perde um pouco seu enredo; talvez por esticar muito o riso e dar menos espaço à trama, especialmente em uma cena crucial que há no final, – tentarei dar o mínimo de spoiler possível -, onde o desenvolvimento entre o protagonista e o coadjuvante deveria ter ocorrido e não ocorreu, e no desfecho da narrativa, onde poderia haver maior atenção e espaço, chamando com mais calma, explicação e profundidade o olhar e a expectativa do espectador, gerando maior satisfação de quem vê posteriormente.
Sobre o elenco, Fábio Porchat que interpreta Rodrigo, investe ainda mais no seu trabalho como ator nesse filme, sendo o principal alvo das piadas e deixando de ser seu porta voz; uma boa e interessante experiência para sua carreira. Gregório Duvivier mostra também seu talento, vivendo um papel que foge legitimamente de seu perfil pessoal. Um destaque para a comédia são os personagens Ulisses e Lorenzo, vividos respectivamente por Luis Lobianco e Marcos Veras, que rendem boas gargalhadas ao público.
Contrato Vitalício tem deslizes de enredo e foco na estruturação da montagem, o que traz um certo excesso de humor, como já mencionado. Contudo, é um produto que merece seu espaço na comédia brasileira por vir de um grupo original com ideias e piadas originais e que traz humor garantido.
FICHA TÉCNICA: