CRÍTICA | ‘Marco Polo’ – Assistimos aos 4 primeiros episódios da 2ª temporada!

Stenlånd Leandro

Marco Polo terminou seu primeiro ano no final de 2014 tendo uma promessa da Netflix que sua segunda temporada teria retorno em Dezembro de 2015, mas não foi isso que aconteceu. Para apaziguar a furia dos fãs que esperaram como tolos, a empresa de streaming lançou um filme meio que contanto a origem do Cem Olhos. Isso na verdade enfureceu mais ainda alguns fãs da série. Dai por diante, muitos começaram a se questionar quando a serie retornaria, até que o anuncio oficial e final veio dos cartolas da Netflix, confirmando que, Marco Polo, retornaria em 1º de Julho de 2016.

Há uma legião de pessoas que até hoje buscam o poder da forma mais sórdida possível. As vezes é necessário mais do que astúcia para se tornar alguém transcendental. O nome de Gengis Khan é lembrado até hoje em todos os cantos do planeta, e seu neto (Kublai Khan), desfruta do renome de seu avô para trilhar um emaranhado de peões para que seu jogo de xadrez termine quem sabe com o rei do inimigo sendo derrubado por ele mesmo. O temido e respeitado manda-chuva local está de volta e Marco Polo também. As intrigas continuam e a série começa exatamente de onde sua primeira temporada terminou: Na caça do Imperador chinês. Uma simples e dócil criança (de aproximadamente 4 anos) que foi ameaçada anteriormente por Jia Sidao, que não conseguira usurpar o trono chinês. Marco Polo vai de encontro ao menino, e lá, em um esconderijo, encontra uma protetora do imperador: a atriz Michelle Yeoh que tem papel fundamental na trama inicial da segunda temporada.

Enquanto isso, o Khan desta vez esta diferente, menos falante e mais ameaçador. Deixou de lado o lado justo da coisa com seus irmãos. Neste momento, muitos questionam sua lealdade e inclusive o respeito pelos seus irmãos. O talento do contador de histórias do protagonista que existia, e que ganhava favores de Kublai Khan por sua total habilidade em relatar com clareza e elegância o que vê em suas viagens à favor do Imperador, não mais existe. Agora há um ódio imerso em seu coração pela tamanha canalhice e covardia provinda de Kublai.

A narrativa da série que outrora era de certa forma legítima com o que aconteceu no passado, agora mexe com a linha temporal da coisa e lida com outros poderes que vão desafiar o Khan dos Khans: A Igreja Católica. Com ritmo ágil e alta dose de drama, o seriado criou takes para chocar aquele que assiste toda a trajetória e a narrativa do imperador, que alias, mostra a limitação de estar por trás de tanta trama traiçoeira. Nada mudou desde então e a série até peca pelo exagero de traidores no entorno da Mongólia. De certa forma, o seriado sugere experiências compartilháveis por qualquer pessoa nas mesmas circunstâncias e tornam deste formato, um caso isolado de cárcere irracional, levando a pessoa até a beira da loucura. Nesta segunda etapa, a série deixa clara a amplitude e a noção do humano e suas vertentes da infidelidade com sua própria família, que hoje diz amar, mas rapidamente consegue odiar. Isso remete-se ao príncipe Jingim, que passou toda primeira temporada odiando Marco Polo, mas neste segundo ano consegue chama-lo facilmente de irmão com um sorriso estampado no rosto.

Mudando um bocado de ares, a princesa Kokachin nesta temporada torna-se uma mulher totalmente nojenta e chata, tanto quanto audaciosa. Finge-se de certinha, mas não possui aquele respeito sequer pelo seu príncipe, nem a doçura perene buscada num rostinho fofo. Se veste bem, mas a carapuça de ‘diaba ruim’ se torna eficiente.

Enquanto o desenrolar de toda trama é até bem feito, a fotografia que antes era estonteante, agora reduz seu passo e tem um lado mais humilde. A exuberante montagem dos cenários que existia antigamente usufruindo de belos efeitos especiais, compostos pelo cenário cru-original, a imagem lúgubre, funesta, ainda que por momentos aos que assistem a mesma, sejam gratificados com breves cenas onde um formato lábil possa ser audaciosamente tocante.

A percepção da qualidade da série também decai <até o quarto episódio>, e o que antes era uma série magnífica, acaba empurrando com a barriga toda a trama. Talvez a pressa por desenvolver toda uma série atrasada tenha se tornado o calcanhar de Aquiles da mesma. é possível apenas dizer que é uma serie muito boa.

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN