‘3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central’ mostra os dois lados da polícia brasileira
Wilson Spiler
Baseado no famoso crime ocorrido em 2005, a minissérie 3 Toneladas: Assalto ao Banco Central, que chegou recentemente ao catálogo da Netflix, é uma série documental de três episódios de cerca de uma hora cada.
Diferentemente do filme dramatizado de 2011, Assalto ao Banco Central, estrelado por Milhem Cortaz, Eriberto Leão, Hermila Guedes, que aborda o lado dos criminosos, na nova minissérie da Netflix, temos os rumos da investigação policial.
Como ocorreu o assalto ao Banco Central?
O assalto ao Banco Central aconteceu em Fortaleza, no Ceará, nos dias 6 e 7 de agosto de 2005. O crime só foi descoberto no início do expediente da segunda-feira do dia 8 de agosto. Foi o segundo maior assalto a banco da história do Brasil.
De acordo com a Polícia Federal, com base em estimativas a partir do peso das notas roubadas (3,5 toneladas, daí o nome da minissérie), foram roubados aproximadamente R$ 164 milhões. O dinheiro todo empilhado chegaria a uma altura de quase 33 metros.
Polícia inoperante
É interessante acompanhar toda a apuração em uma época onde a tecnologia em geral – englobando aí a internet e suas redes sociais – não era tão avançada, embora a resolução do crime tenha vindo basicamente de um aparelho celular.
Por outro lado, chega até a ser assustador perceber o quanto nossa polícia é inoperante às vezes. Afinal, a informação do assalto ao Banco Central chegou aos ouvidos dos investigadores, mas ninguém acreditou que seria possível realizar um crime de tamanha grandeza. Ou seja, cruzaram os braços e deixaram acontecer. Apesar disso, a competência técnica e a minuciosidade das investigações são dignas de aplausos, mostrando que, quando a corporação quer, faz um trabalho bem-feito.
Sequestro, extorsão e impunidade
A montagem da minissérie 3 Toneladas: Assalto ao Banco Central pode confundir o espectador por vezes, já que a série vai e volta em vários passagens diferentes da investigação. O que não é exatamente um defeito, mas exige uma atenção mais atenta do espectador. Entretanto, a direção é inteligente ao deixar o espectador curioso a cada final de episódio, promovendo sempre ganchos impactantes para o próximo capítulo.
A respeito dos articuladores do crime, os diretores também acertam ao revelar como o crime não compensou para nenhum deles, já que viviam fugindo da polícia sem sequer conseguir aproveitar o dinheiro que havia sido roubado. Frequentemente os criminosos eram sequestrados e extorquidos, inclusive pela própria polícia. Além disso, o assalto também serviu para atualização da nossa legislação, que, à época, pecava em alguns pontos a respeito das penas.
Aliás, apesar de valer a pena assistir 3 Toneladas: Assalto ao Banco Central, ainda mais para quem é fã ou tem curiosidade para saber como são feitas as investigações, a minissérie termina como se o caso não tivesse concluído. Afinal, faltou aprofundar mais sobre os policias corruptos, se eles foram presos ou não. No mais, é bem mais interessante que o filme de 2011, que mostra basicamente a ação do crime.
Onde assistir à minissérie 3 Toneladas: Assalto ao Banco Central?
A saber, a minissérie 3 Toneladas: Assalto ao Banco Central está disponível para assinantes da Netflix. Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.
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Trailer da minissérie 3 Toneladas: Assalto ao Banco Central, da Netflix
Ficha técnica de 3 Toneladas: Assalto ao Banco Central (minissérie da Netflix)
Temporada: 1
Episódios: 3
Direção: Rodrigo Astiz e Daniel Billio
Roteiro: Daniel Billio
Duração: de 59 a 62 minutos
País: Brasil
Gênero: documentário
Classificação: 14 anos