’65: Ameaça Pré-Histórica’ não é de todo ruim, mas também não é bom
Bruno Oliveira
‘65: Ameaça Pré-Histórica‘ foi um filme que estreou em março no nosso país e ninguém viu. Nem a imprensa teve o direito de ver antes, nas famosas “cabines de imprensas”, oportunidade dada ao profissional da área para prestar suas primeiras impressões sobre a obra e passar isso para o público em geral. Saber também que a Sony trocou esse filme de data pelo menos uma 5 vezes, além da falta significativa do marketing, nos leva a crer que a própria empresa já esperava um grande fiasco em sua performance. Ou seja, tudo acaba levando a crer que ele é uma catástrofe total.
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Mills (Adam Driver) é o piloto de uma nave aeroespacial responsável por levar vários passageiros em criogenia de seu planeta natal para outro planeta. No caminho, ele é pego por uma chuva de meteoros que o obriga a fazer um pouso de emergência em um lugar desconhecido. Agora, ele e a menina Koa (Ariana Greenblat) são os únicos sobreviventes e precisam se unir para se manterem vivos dos perigos da nossa Terra de 65 milhões de anos atrás.
Falta de profundidade de um roteiro fraco prejudica
Essa sinopse e a temática pode facilmente levar o expectador a achar que se trata de uma viagem no tempo e acredito que essa era a ideia original. Se for procurar sinopses antigas vão ver que falam sobre isso. Não duvido nada que isso tenha mudado em algumas regravações que se sucederam a alguma exibição teste. Essa possível mudança até nos faz questionar se a origem humana na Terra não se deu com essa primeira visita ao nosso planeta. Se espera algo mais aprofundado quanto a isso, esqueça. Esse longa não se prende a nada muito profundo e o que resta é uma aventura cliché do ponto A até o ponto B.
Antes de vê-lo já tinha escutado algumas críticas negativas. Isso é sempre bom, pois minha expectativa abaixa e consigo curti-lo melhor sem ser muito severo. Lógico que ele possui problemas, como a falta de profundidade e um roteiro que cria problemáticas desnecessárias, mas posso dizer que é uma aventura justa. O CGI é bom, a fotografia é boa e as cenas de ação são bastante honestas. Adam Driver (Star Wars: O Despertar da Força) se esforça, mas por mais que tente, é impossível carregar tudo nas costas. Esse desbalanceamento o torna uma aventura mediana que será esquecível em breve. O pouco orçamento pode refletir nas escolhas narrativas, pois é nítido que a ideia era boa, mas faltou um escopo mais épico para tudo.
Problemáticas bobas
O roteiro falha em muitos momentos. Ele nos dá um início que constrói a motivação do personagem e, no meio, essa mesma motivação simplesmente se esvai. É nesse momento que eles usam o cliché de uma forma batida, fazendo com que sua nova motivação cresça novamente, mas dessa vez de uma maneira forçada. Além de que, ele cria problemáticas bobas que não conseguem se manter. O fato da menina não falar a mesma língua do nosso protagonista poderia ser explorada sabiamente, mas a verdade é que quando a situação aperta todo mundo se entende sem nenhuma dificuldade.
’65 – Ameaça Pré-Histórica’ não é de todo ruim, mas também não é bom. Ele não consegue criar nenhum vínculo que nos faça realmente nos importar com os personagens. A omissão de coadjuvantes em cena faz falta, pois através deles essa importância poderia ter sido concebida. O seu final é ao mesmo tempo bom e piegas. Usar fatos históricos para uso da iminência do perigo foi prevista desde o início, porém esse é um ponto a se marcar como positivo. O problema é que ele acaba e não nos traz mais nada além disso: uma história esquecível a curto prazo.
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer – ’65: Ameaça Pré-Histórica’
Ficha Técnica
Título original: 65
Direção: Scott Beck e Bryan Woods
Roteiro: Scott Beck e Bryan Woods
Elenco: Adam Driver, Ariana Greenblat, Chloe Coleman e Nika King
Duração: 92 minutos
Onde assistir: Cinemas
Data de estreia: 09 de março de 2023
Ano: 2023
País: Estados Unidos e Canadá
Gênero: Ficção científica, Ação, Drama
Classificação: 12 anos