CRÍTICA | ‘Marguerite’ é marcante pela peculiaridade de seu enredo

Baseado em uma história real, Marguerite, que estreia nesta quinta-feira (23/06) em circuito nacional, se inspira na vida de Florence Foster Jenkins (Catherine Frot), que ficou conhecida como “a diva do grito” ou, “a pior soprano do mundo”. Suas interpretações de clássicos da ópera estiveram entre as piores realizadas.

Rica é casada com Georges Dumont (André Marcon) e promove recitais fechados em seu castelo para uma roda de amigos próximos e da alta sociedade parisiense deliberadamente escolhidos por seu marido. Com Madelbos (Denis Mpunga), seu mordomo, eles conseguem blindar a desafinada cantora da impressão que sua voz realmente causa aos ouvintes. Entre a inocência e a megalomania, ela vive praticamente em um mundo paralelo para aguentar a vida de fachada em sessões de fotos com figurinos reais comprados de apresentações passadas que engrossam a coleção de partituras (inclusive originais) nas quais via-se sinais de status diferente do mundo atual onde quase qualquer partitura está ao alcance da internet.

Tudo transcorre relativamente bem até que uma dupla de jornalistas penetra em uma das festas e resolve fazer uma crítica extremamente positiva de sua apresentação. Isso é o suficiente para que Florence busque novos palcos onde Georges se colocará entre a vergonha de sua esposa e sua vontade de reconstruir o relacionamento. Madelbos certamente terá mais dificuldades para blindar Marguerite.

O longa franco-belga-chego é ambientado na França dos anos 20 e a fotografia e o figurino são impecáveis. Com certeza, um dos pontos altos do drama – com pitadas de comédia (assim como grande parte do repertório operístico) – desenvolvido pelo diretor francês Xavier Giannoli de uma forma muito feliz.

Marguerite será, certamente, um filme lembrado por muito tempo pela peculiaridade de seu enredo. Seus 129 minutos de duração passam despercebidos pelo público. O longa foi vencedor de quatro prêmios César e é destaque do Festival Varilux 2016.

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