CRÍTICA #1 | Sem grandes pretensões filosóficas, ‘Negócio das Arábias’ é uma boa pedida
Demétrius Carvalho
Negócio das Arábias (A Hologram for the King), que estreia em 4 de agosto no Brasil, traz Tom Hanks no papel de Alan Clay, um megaempresário norte-americano à beira da falência. Seu casamento, casa e carro já ruíram diante da pressão das contas a pagar e ele vai para a Arábia Saudita tentar fechar um grande negócio que salvará suas finanças, mas o choque de cultura logo de cara é uma grande barreira com um rei saudita, que muda os planos toda hora, impedindo o fechamento do acordo.
Fora a pressão que recebe da empresa, sua ex-mulher tenta botar a filha contra o pai, colocando a culpa nele por ela estar trabalhando para juntar dinheiro e adiando a faculdade, visto que o mesmo não tem como pagar os custos.
Com essa reunião com o rei que nunca acontece, pressão da ex-mulher e da empresa em que trabalha e todas as situações que podem acontecer em um país completamente diferente, ele acaba indo parar no hospital por causa de um grande nódulo que aparece em suas costas.
No final das contas, tal qual a vida real, nada acontece como havia planejado e, no meio de sua crise da meia-idade, ele acaba fazendo amizade com um motorista e uma médica sauditas, além de uma contadora dinamarquesa. Quando finalmente ele consegue a reunião, a faz de forma muito bem-sucedida para mostrar um sistema de videoconferência com holograma 3D, deixando o líder saudita animado. Tudo parece estar resolvido, mas Alan acaba ligando para sua filha para lhe explicar que estaria com sua volta adiada por tempo indeterminado.
O diretor Tom Tykwer tem alguns trabalhos interessantes, mas Negócio das Arábias não chega perto de “Corra, Lola, Corra”, por exemplo, e recorre em alguns clichês do velho cinema americano. Trata de forma superficial as diferenças culturais e coloca umas piadas previsíveis no meio dos climas tensos. Se não há “furos” quanto aos figurinos ou cenários utilizados, as situações também não são exploradas como realmente aconteceriam. A cena da simulação de uma conferência é no final das contas a saída americana para mostrar como eles são bons com tecnologia (mas cabe também uma crítica à globalização com fatos acontecidos no filme).
Negócio das Arábias é uma adaptação de “Um Holograma para o Rei”, de Dave Eggers, e sem grandes pretensões filosóficas, o longa é uma boa pedida para aqueles momentos que queremos assistir algo mais leve.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
Demétrius Carvalho
Demétrius Carvalho é músico, multi-instrumentista e produtor musical de origem, mas anda com frequência em outras artes passando pela literatura, fotografia. Blogueiro, da suas impressões ainda sobre cinema, artes plásticas e definitivamente é multimídia adorando sobrepor arte sobre arte.
















































