CRÍTICA | ‘Bruxa de Blair’ amplia a mitologia do original e a história se desenvolve com um bom ritmo
Bernardo Sardinha
“A Bruxa de Blair” (1999) é um clássico do terror, sendo um ponto de referência para gênero. O filme foi feito com um orçamento minúsculo e lucrou MILHÕES. Por esse pequeno motivo, teve uma sequência feita nas coxas para o ano seguinte. Sequência esta que foi ignorada pelo atual Bruxa de Blair (2016). Isso mesmo, é uma sequência feita 17 anos depois do original.
Na trama, James (James Allen McCune) acredita ter visto em um vídeo do Youtube sua irmã Heather, que desapareceu em 1999, então, reúne seus amigos para juntos explorar a famigerada floresta da Bruxa de Blair. Sua melhor amiga, Lisa (Callie Hernandez) aproveita o momento para fazer um documentário sobre a busca de James pela irmã desaparecida.
É necessário ter visto o primeiro filme para ter uma experiência satisfatória? Não. Você pode ir tranquilo ao cinema sem ter visto o primeiro. Apesar disso, eu SUPER recomendo assistir o primeiro filme, porque é muito bom.
A regra de ouro para se fazer uma sequência bem sucedida é expandir o universo sem repetir a mesma estrutura narrativa senão caímos no famoso “mais do mesmo”. Aqui o diretor Adam Wingard, conseguiu expandir o universo porém há quem aponte grandes similaridades com o primeiro filme. Pessoalmente, eu estava tão entretido que nem percebi.
Os dois primeiros atos do filme abusam um pouco dos “jumps scares” – o susto fácil, aquele alguém ou alguma coisa entra em quadro e a música faz um “PAM!” bem alto. Entretanto no terceiro ato é que as coisas começam a ficar macabras e até os entusiastas do filme de terror vão se pegar rindo de nervoso. É tenso. Muito tenso. É bom apontar que o diretor e o roteirista souberam utilizar bem todas as novas tecnologias que temos em mãos. Há tomadas com câmeras de segurança no infravermelho, head cams com GPS´s e até drones! Com tanto ponto de vista para ser explorado, a edição deixa espectador desnorteado da mesma maneira que os campistas e, o mais importante, não temos aquela sensação de forçação de barra que normalmente permeia os filmes de found footage; Sabe do que tô falando? Aquele momento em que você se pega perguntando “PORQUE DIABOS O CARA TÁ FILMANDO ISSO? PARA DE FILMAR O MONSTRO E CORRE!”
Resumindo: Bruxa de Blair vale a pena. Ele amplia a mitologia do original e a história se desenvolve com um bom ritmo. Sem dúvida Bruxa de Blair (2016) é um daqueles filmes para se ver no cinema. Não espere para ver no DVD/Netflix/Net. Não vai ter a menor graça.
FICHA TÉCNICA: