REVIEW | ‘PES 2018’ consegue ser sensacional mesmo com algumas falhas
Stenlånd Leandro
Muitos sabem, inclusive na maioria dos meus gameplays que, dentro das quatro linhas eu sou uma negação como amante de jogos de esporte. Em boa parte possuem uma repetição tamanha que mesmo que a maioria dos jogos venham a evoluir, sempre é de uma mesmice tamanha. Em um país onde o futebol domina as telinhas, claro que teríamos que experimentar essa nova versão de um dos jogos mais famosos de todos os tempos: PES. Há muitos anos atrás (cerca de uns 17), eu jogava com meus amigos o famoso Winning Eleven em um mini campeonato que formávamos sempre que dava, e ai como não sabia jogar, eu sempre colocava o time do Brasil e colocava todo o time na retranca. Com isso, eles ficavam furiosos que ou eu empatava ou ganhava na sorte com um gol do Roberto Carlos que tinha uma bomba significativa.
Não estamos mais naquela época e as coisas evoluíram muito desde então. Agora estamos diante de um dos melhores simuladores de futebol da atualidade. No ano passado, ao fazer a análise do concorrente, percebi que as jogadas eram muito fluídas ao meu ver e que estaria realmente de acordo com a expectativa dos demais, mas hoje posso dizer que há muito em PES 2018, que vem em uma total evolução significativa do jogo, com altos destaques principalmente pelas feições de alguns jogadores, assim como seu gráfico que melhorou bastante se compararmos com sua última versão (testamos rapidamente o 2017). Ainda sim, o jogo não é somente feito de coisas positivas, e isso fica bem claro por exemplo na narração do jogo assim como alguns uniformes e o rosto também de outros jogadores.
CONFIRA ABAIXO NOSSO GAMEPLAY NA ÍNTEGRA:
Os menus continuam estranhos e sem vida alguma, deixando de ser o mínimo intuitivo. O sistema de escalação do time ainda continua a lembrar o modo antigo da era Winning Eleven, sendo que nada muda nesse ponto, com muitos submenus que dão nos nervos até que encontre a opção desejada, mostrando certo desleixo com o público de futebol que a cada dia está mais exigente.
Se os menus são complexos e estranhos, os modos de jogo estão bastante responsivos e intuitivos sendo destaque para as competições europeias (claro). Esses modos em sua maioria são reproduzidos de forma muito fiel, ainda que haja muito do que se falar sobre a forma genérica de alguns times, mas ainda sim a Liga Master, ficou sem sombra de dúvidas muito chamativa. O modo MyClub, no qual o objetivo é montar uma equipe campeã contratando jogadores de todo o mundo e disputar partidas online e offline contra times montados por outros usuários, tem muito mimimi. O avanço na campanha deste modo do jogo, fará com que você tenha cada vez mais dinheiro virtual e objetivos ainda mais complexos a cumprir, mas são muitas regrinhas desnecessárias e que não levam a lugar nenhum. Mesmo nos dias de hoje, montar seu próprio time juntando os técnicos e jogadores certos, ainda que melhores não é tarefa fácil. O novo modo criado em PES 2018 é o 3 contra 3, que está longe de ser uma grande revolução, mas pelo menos oferece uma maneira diferente de jogar. Um trio de amigos pode enfrentar o computador ou mesmo outro trio de outros jogadores. Exemplo disto é que você poderá acabar jogando contra seus amiguinhos em um embate para saber que ‘equipe’ é a melhor. Já o modo Rumo ao Estrelato (disponível no jogo desde a versão 2016), utiliza apenas um jogador para criar o modo carreira, aumenta as opções do jogo, mas é outro tiro no pé, não oferecendo algo justo e sequer chamativo para fãs do jogo. Também está disponível o modo Random, ausente há anos da série e de volta após muitos pedidos. Esse modo é um atrativo e tanto para alguns, visto que mistura atletas de diferentes equipes e seleções, oferecendo sempre embates diferentes e inusitados.
Mudando de ‘assunto’, todo time depende de sua torcida para empurrá-lo para a possível vitória, e quando o assunto é ela, a coisa aqui fica muito boa. A interação entre torcedor e time no início do jogo por exemplo, mostra os fanáticos pelo seu time, ovacionando-o de uma forma sensacional, dando aquele clima de estar realmente no estádio torcendo seja pelo Vasco, Flamengo, Barcelona ou até mesmo a seleção da Albânia.
O que matou o jogo enquanto a torcida gritava é a narração de Milton Leite com comentários do Mauro Betting, que sinceramente é o calcanhar de aquiles do título. A quantidade de repetição faz com que seu cérebro programe-se e acaba que você adivinha o que vão dizer no próximo comentário. Esses comentários na verdade tinham de tudo para serem sensacionais, mas decepcionam e muito. Mas não se estresse, pois há a possibilidade de escolher o clássico Jon Kabira, narrador japonês do começo da série PES que retornou este ano aos microfones.
Quando falamos de jogadores por exemplo, o time do Flamengo de certa forma ta meio que irreconhecível. Claro que para quem é fanático pelo time, vai dizer que ta ótimo assim e assado e realmente como num todo PES 2018 é excelente, mas se faz necessário ressaltar que há falhas que de certo modo serão contornáveis simplesmente pelo fanatismo de alguns fãs da franquia. É aquele jogo que possui erros, afinal há sempre limitações provindas também de licenciamento, como por exemplo o uniforme do Real Madrid que veio todo genérico. Alias, há um inchaço total de coisas genéricas no jogo que, repassam tamanha deformidade para os fãs tanto do jogo quanto dos times. Claro que há como contornar isso de (forma ‘alternativa’?), mas já se torna um trabalho descomunal para alguns que não entendem muito de informática ou open file.
Se o time peca por falta de alguns licenciamentos, outros são até que bem vindos. O Estádio de São Januário, do Vasco da Gama ficou muito bonito e bem desenhado até mesmo na foto. É possível notar alguns detalhes do estádio, que comemora o seu centenário, como os tradicionais vitrais, o placar atrás do gol e a estátua do craque Romário. Os gritos oficiais da torcida do Vasco da Gama também estão no jogo. Acaba que São Januário se junta a outras arenas brasileiras como o Maracanã, Arena Corinthians, Allianz Parque, Vila Belmiro, Beira Rio, dentre outras. É valido lembrar que no PES 2017, o Vasco não estava presente na lista de equipes, o que deixou os vascaínos totalmente frustrados.
O que chamou a atenção foi a movimentação dos jogadores e os passes que parecem mais elaborados, livres de amarras, oferendo mais alternativa de passe e aumentando a porção de imprevisibilidade, em especial o combo utilizando R1 e R2. Também o sistema de cobranças de falta e escanteio estão mais simples e dinâmicos, com um menu que fica exposto na sua tela, ou ao pressionar o direcional em qualquer uma das direções, melhorando a fluência do jogo e a taxa de responsividade. Ainda ha uma necessidade de uma boa dose de antecipação das jogadas para ter sucesso no que você quer fazer, mas ainda sim, para um duelo direto 1×1, certamente dificultará mais a previsibilidade de suas jogadas.
Ao jogarmos PES 2018 e a demo do FIFA 18, algo fica bem claro a cada ano que passa: Os fãs de “PES” vão continuar preferindo o jogo da Konami e quem curte “FIFA” vai seguir com o game da EA. Isso simplesmente por não haver um item de impacto nesses games que possa fazer o fã mais entusiasmado mudar de time. É como querer que o torcedor do Corinthians comece a torcer pelo Palmeiras. A cada ano que passa, é possível perceber que cada jogo tem suas peculiaridades e enfoques tornando-os muito diferente de serem comparados.
O VEREDITO
Em PES 2018 fica óbvio que existem algumas melhorias desde sua versão 2017, mas que não chegam a ser tão significativas assim, e ainda sim, o jogo consegue trilhar um bom caminho, mesmo que hajam falhas que em sua maioria são todas elas fora dos gramados.