REVIEW | ‘.Hack//G.u. Last Recode’ é uma boa aquisição aos amantes de JRPG’s

Stenlånd Leandro

.hack//G.U. Last Recode é o nome do novo jogo da Cyberconnect2, que, na verdade, é uma versão remasterizada de “.hack//G.U.”, que inclui três títulos: .hack//G.U. Vol. 1//Rebirth.hack//G.U. Vol. 2//Reminisce e .hack//G.U. Vol. 3//Redemption. A série teve bastante retorno positivo da mídia quando estreou em 2006 no segundo console da Sony.

Claro que não estamos falando somente dos três primeiros títulos lançados no PS2, mas agora a Bandai Namco trouxe mais um capítulo para toda essa jornada. Vol. 4//Reconnection acontece um ano e três meses após o último volume do jogo. Haseo volta a se encontrar com seus amigos e seu objetivo é rápido e sucinto: encontrar seu amigo Ovan, que está congelado em um bloco de gelo em uma caverna perdida. Algo similar ao Hyoga de Cisne?

Estamos diante da narrativa que conta sobre Haseo e a sua jornada de inexperiente jogador do VRMMORPG chamado The World até se tornar um dos mais importantes jogadores que já passaram por aquele jogo. Ele, de início, é noob e uma dupla simplesmente o trai enquanto tentam explicar a ele como lutar em um MMORPG. Aí, depois de traído e ‘ressuscitado’, Haseo se torna um dos maiores PKK de todos os tempos, matando facilmente diversos inimigos e jogadores, tendo como total objetivo executar um carinha chamado Tri-Edge, que deixou sua amiga (e possivelmente namorada) chamada Shino em coma. Depois de seis meses, e salvo por um cara chamado Ovan, temos um encontro contra Tri-Edge. Aparentemente muito superior, Tri-Edge derrota Haseo e o faz voltar ao level 1, considerando que ele estava no level 133. Apesar de não parecer, o protagonista se torna uma lenda, descobrindo todo seu poder ainda ‘encubado’. Aqui, temos uma premissa muito similar ao ‘open world’ de Sword Art Online.

Assim como acontece em Sword Art Online, para quem está mais familiarizado com este título do que com .HACK//G.U. Last Recode, perceberá que o mesmo forçará, sempre que possível, nosso protagonista a visitar a cidade em busca de conteúdo para a narrativa, fazer suas comprinhas e, consequentemente, ter acesso aos demais ‘jogadores’ que estão no entorno. Somente assim Haseo tem como ter contato com o mundo externo, ainda que não muito convidativo. Ser um PKK não é algo muito relevante em sua trajetória, mas a torna ainda mais única. Durante a experiência, ao longo dos quatro jogos, .HACK//G.U proporciona ao jogador, em termos de narrativa e tudo mais, aproximadamente 120 horas totais de jogo, com direito a sidequests e tudo mais. Se a longevidade do título é enorme, de um certo ponto de vista, o mesmo começará a ficar um pouco mais  do que enfadonho, ainda que não deixe de ser uma experiência divertida e recompensadora para quem gosta do gênero. Outra coisa interessante é que, assim como acontece em Nier Automata, que deve ter copiado alguns elementos deste jogo, em “The World”, mundo onde se passa todo o jogo de Last Recode, podemos explorar o computador do protagonista e ler e-mails.

Sendo um JRPG de ação construído como se fosse um VMMORPG, além de Sword Art Online, o jogo que me veio à mente foi o título que cheguei a jogar no Xbox 360: Phantasy Star Online. Ainda não entendo essa tendência de fazer um mapa aberto e amplo, no qual temos mundos totalmente livres para explorar, num sistema de combate que permite simplesmente aproximar das criaturas espalhadas pelos cenários e combater. Ao lado de mais três colegas de aventura, iremos cumprir inúmeras missões secundárias, derrotar monstros vários níveis acima do nosso, caminhando sempre de um lado para o outro até conseguirmos realmente avançar.

O combate de .Hack//G.u. Last Recode ainda se mostra datado, sendo o mesmo do original. A série, como um todo, faz um bom trabalho em garantir que o jogador consiga sentir gradativamente a progressão. Mas ainda que haja novas habilidades e possibilidade de armazenar mais Chime Orbs, depois de um certo período de tempo, o gamer que não tem muito saco para RPG’s, certamente encontrará muita repetição pela frente, mesmo que a variedade de armas seja grande. Esse combate durante o título é dinâmico e veloz, permitindo usar diferentes estilos de arma, combinar ataques com os companheiros, usar atalhos intuitivos e os famosos combos nos inimigos. Essa repetição da qual menciono se faz notória em jogos do tipo ou na maioria dos títulos onde raramente é possível mudar de protagonista. Sendo assim, esteja certo de que durante todos os quatro contos da narrativa, você apenas controlará Haseo como principal e os demais que entrarem na equipe de forma secundária.

Por ser um remaster, não imagine que aqui há milagres do tipo transformar água em vinho. Assim como reclamamos de Monster Hunter World e seu timing com as falas e bocas que não eram sincronizadas, aqui, durante os diálogos, não conseguimos ver as bocas abrindo na maioria das conversas, sendo ou não com amigos de Haseo. As texturas foram certamente melhoradas, com o título rodando em full HD a 60 quadros por segundo, mas, a olho nu, não há como notar melhora visual tão significante, ainda havendo aquela sensação de que estamos rodando um título de PS2. Claro que isso não é um fator ruim, mas quando se trata de uma remasterização, todos nós esperamos por algo um bocadinho melhor.

Enquanto no quesito gráfico não houve melhoras significativas, na área da trilha sonora, independente de melhorias para com áudio, certamente Chikayo Fukuda foi um Deus na criação das faixas. As melhores músicas que aparecem durante o jogo são: Arche Koeln Falls e Dead World of Indieglut Lugh. A maioria lembra tanto canto gregoriano quanto músicas celtas. Certamente é a melhor coisa que há no jogo.

O VEREDITO

Apesar de não parecer um remaster, .Hack//G.u. Last Recode é certamente uma boa aquisição ao público que idolatra os famosos JRPG’s. Particularmente não conheço muito da série, mas tive a chance de jogar um dos títulos. Pode não ser dos melhores remasters e um jogo que agrade a todos, mas é um dos melhores jogos que chegou às nossas mãos nos últimos tempos.

.Hack//G.u. Last Recode FOI ANALISADO PELA EQUIPE DO BLAH CULTURAL NO CONSOLE NINTENDO SWITCH. O GAME FOI GENTILMENTE CEDIDO PELA BANDAI NAMCO.

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN