REVIEW | ‘RXN -Raijin-‘ é mais um bom título Shmup para amantes do gênero arcade

Stenlånd Leandro

Particularmente, venho dizendo com frequência que um dos, senão o gênero que mais me identifico, é o Bullet Hell, que, na verdade, há como ramificar para outro subgênero chamado Shumps. Jogos de navezinha que têm sua duração de no, máximo, duas horas, de rápido entendimento e sem muito “trelelê”. Esse tipo de game, justamente por sua curta campanha, se tornam difíceis de serem interessantes aos jogadores da atualidade. Em sua maioria, quase não são lançados e, quando são, possuem um nicho tão compacto que, na maioria das vezes, saem apenas no Japão.

Como pinto no lixo, bebi mais da fonte desse gênero no Xbox 360. Confesso que nunca vi tantos títulos na minha vida como consegui ver no segundo console da Microsoft: Akai Kattana, Bullet Soul, Castle of Shikigami, Deathsmiles, Eschatos, Espgaluda, GinGa Force, Muchu Muchi Pork & Pink Sweets, MushihimeSama Futari, entre outros. Muitos Shumps lindos, de visual esplendorosos, mas será que RXN -Raijin- consegue trilhar um bom caminho?

Para começo de conversa, há um bom tempo vinha olhando a Nintendo Eshop em busca de um jogo Shmup para efetuar uma análise. Havia encontrado alguns há uns dois meses atrás, mas confesso que de repente vi esse título na loja sem nenhum ”coming soon” mostrando ao menos o trailer dele para que houvesse uma campanha, mesmo que curta, de divulgação do título.

RXN -Raijin- é mais um bullet hell para amantes do gênero. Não há muito o que falar sobre na verdade, afinal, esse tipo de game não possui em seu cerne, uma narrativa complexa ou cativante, sendo em sua maioria genérica, apenas servindo para acrescentar algum motivo aqui e ali do que acontece em geral. O jogo, por padrão, tem áudio e legendas em japonês e, por mais que em nosso gameplay eu tenha dito que iria verificar se haveria opção de legenda em inglês, fui checar e há sim. Ainda que haja um princípio, meio e fim, o jogador vai notar poucas diferenças quando termina cada capítulo, pois as legendas são muito estranhas e, por muitas vezes, não se entende nada, visto que há inglês especifico em algumas conversas.

 Graficamente é um jogo OK, assim como sua trilha sonora ao lado dos gráficos que parecem ter vindo da era do Dreamcast. Claro que, mesmo com esses detalhes que não desmerecem o game, temos os protagonistas que pilotam veículos destintos, cada um com um arsenal completamente diferente e, de certo modo, estranhos para podermos guiar. Há um dos personagens em que, ao se mover, começa a atirar para o lado ou em formato diagonal. As três armas ao dispor do jogador variam conforme o protagonista que se escolhe para a missão. É essa variação que poderá confundir o jogador que não está acostumado com um bullet hell, permitindo que a cada fase – ou boa parte delas – possa trocar seu piloto.

O maior defeito de RXN -Raijin – é a relação entre o jogador e seu cerne. Apesar de ter curtido o jogo, não me senti cativado pelas batalhas, tampouco pelo que conversavam. As batalhas não duram o suficiente e, quando você for ver, a fase já terminou com cerca de um minuto. Isso fará com que qualquer pessoa perca o tesão em tentar forçar seu cérebro a ir até o final da história e ver se no mínimo compensou tão pouco tempo de sua vida. A maioria dos duelos, inclusive contra os chefes de fase, são muito semelhantes entre si e sem variedade, ou seja, há um mar de repetição. Até mesmo os inimigos que açoitam o mapa são similares em sua IA. Ou lhe atacarão de forma Kamikaze, ou não farão muito para encher o saco.

No quesito jogabilidade, o título tenta implementar justamente um tipo de arma secundária e terciária. Ao todo são 52 fases, sendo boa parte delas com subdivisões. Exemplo: a fase 6, tem a parte 6A e 6B, assim como a 25 também, mas quando chega na 20 que se subdivide a frente em 21 e 22, temos A e B além de C e D, virando assim, um imenso samba de crioulo doido. Essencialmente o jogo continua como boa parte dos títulos do gênero, ou seja, com visual ou mecha ou anime e ainda bem! RXN -Raijin- requer que você equilibre e planeje muito bem a forma como cada fase vai ser enfrentada, e fornece opções para isso. A escolha da arma certa (seja nos botões A, B ou Y) define  não só o seu estilo de jogar, mas também o quão você pode vir a sofrer durante a fase. Caso esteja com complicações, basta usar o especial que está disponível no botão X. Diferente da maioria dos Shmups, em  RXN -Raijin- você não terá uma incomensurável quantidade de tiros e inimigos na tela. É muito mais fácil driblar e dar olé em boa parte de quase tudo que aparece diante de seus olhos. E acredite: haverá momentos de desespero total! Escrevam o que estou dizendo a vocês.

Se você não se acostumar com o sistema de armas, comece de preferência com o tiro que tomará maior quantidade de tela. Em Raiden, sempre fui fã do tiro vermelho, pois ele certamente pode ser o tiro mais fraco, mas tomará um campo maior na tela e, consequentemente, aniquilará mais inimigos que outros tiros mais fortes que forçarão nossa nave a se movimentar mais para acertar determinados alvos.

O VEREDITO

Longe dos holofotes e sem nenhum tipo de propaganda de divulgação, RXN -Raijin- surge na Eshop por um preço exorbitante de quase 40 dólares, aproximadamente R$ 155,00, o que é um bocado salgado para um título que nem sequer teve o esmero de tentar fazer uma divulgação antes de dar as caras, MAS não deixa de ser uma aquisição interessante para o nicho que tem, de certa forma, sofrido e muito com a ausência de títulos Shumps nos consoles da nova geração. Recomendo!

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN