REVIEW | ‘Injustice 2: Legendary Edition’ traz à tona o que há de melhor sobre a Liga da Justiça

Stenlånd Leandro

Injustice 2, jogo lançado em 2017, ganhou esse ano uma novidade: sua versão Legendary Edition. Nela, temos de fortalecer e construir nossos mais íntimos elos com os personagens que mais amamos. Nesta versão, temos à nossa disposição 10 personagens adicionais (Darkseid, Capuz Vermelho, Estelar, Sub-Zero, Arraia-Negra, Raiden, Hellboy, Eléktron, Magia e as Tartarugas Ninja) e cinco trajes especiais (Poderosa, Lanterna Verde (John Stewart), Flash-reverso, Grid e Raio Negro), além de Hellboy e a TMNT. Na verdade, isso incomoda – e muito.

Tudo bem que não é um jogo necessariamente sobre a Liga da Justiça, mas em que acrescenta, adicionar as Tartarugas Ninja? Com tantos heróis que têm muito mais a ver, inclusive para que a narrativa fosse um bocado melhor aproveitada, isso, para mim, foi um erro. Nunca vi, por exemplo, o Androide Amazo nesses games. E olha que ele é um baita vilão, cuja mesma importância temos o Chefe Apache e Giganta, que poderiam crescer um pouco com seus especiais e teriam uma melhor aceitação dos fãs da DC, com um lado estético totalmente diferenciado. Não somente esses, mas muitos outros que apareceram, inclusive, no desenho. Quem sabe utilizar Capitão Átomo, Asteca, Cavaleiro Andante, Elektron, a paixão secreta do Flash, a brasileira Fogo e o Parasita. São inúmeras opções muito melhores que um membro da Tartaruga Ninja. Até SPAWN seria muito melhor encaixado nesse universo, mas paciência, né?

Em Injustice 2: Legendary Edition, a trama é de certa forma alterada. Continuando a narrativa de Injustice, enquanto Batman tenta sabotar o regime de Superman, revela-se uma nova ameaça que pode colocar a existência da Terra em perigo. Temos finais alternativos, mas jogamos a primeira parte do jogo que durou quase 4h30 de gameplay e que pode ser assistido logo abaixo:

Esta edição apresenta certas novidades como a introdução do novo tutorial de expansão do jogo, equipamentos inéditos para todos personagens, aumento de nível para 30 e novo slot de melhoria para os personagens nível 30. São evoluções com relação à primeira versão do jogo.

Para quem já vinha acompanhando o game, sabe muito bem que nos campeonatos podíamos ver a imensa variedade de combos e uma quantidade extraordinária de golpes para cada personagem. Neste ponto, o título foi incrivelmente bem desenvolvido, deixando o que conhecemos da NetherRealm sobre Mortal Kombat totalmente de lado. É um outro patamar de jogo de luta, se tornando o melhor jogo de todos os tempos da desenvolvedora, sem precedentes.

Aqui temos a narrativa disposta através de capítulos que dividem seus personagens. Em um momento, temos Mulher-Maravilha e Supergirl juntas, enquanto em outro capítulo, há Aquaman e Adão Negro. Em alguns casos, veremos os vilões ajudando os heróis a combater um mal maior: Brainiac. É por causa dele que Superman e Batman, que estão brigados, acabam se unindo por um único ideal. Esta forma de tornar todo o conto dividido em capítulos foi muito acertada e é um deleite aos fãs de uma boa história. É aí onde podemos notar que Injustice 2: Legendary Edition possui essência própria trazendo conteúdo diversificado e único ao jogador.

O que mais arrepia no jogo não é somente os embates e as animações, mas sim o excelente trabalho de dublagem em português. Márcio Seixas como Batman é eternizado há séculos, tanto quanto Guilherme Briggs como o Homem de Aço, que já estamos acostumados desde sua animação, e até mesmo em “Liga da Justiça” e “Liga da Justiça Sem Limites”. Ambos os dubladores são um marco na história de seus respectivos personagens e até mesmo Priscila Amorim está de volta na voz de Mulher-Maravilha, coisa que não acontece nos filmes onde a heroína está presente.

Injustice 2 tem gráficos perfeitos, fazendo com que os personagens selecionáveis ganhem destaques pelo esmero que os desenvolvedores tiveram até mesmo com as expressões faciais de cada um, extremamente realistas. Aqui temos um jogo rodando lindamente a 60 quadros por segundo, mesmo com as expressões faciais citadas. É algo que a NetherRealm conseguiu fazer com maestria, mesmo sabendo que os cenários estão um pouco pobres visualmente e com variedade próxima do nulo. Há a famosa interação com o cenário permitindo que peguemos um item do mesmo para espancar o oponente, ou, quem sabe, joga-lo para o outro lado do cenário com interações diversas, mas ainda assim, acaba sendo uma questão de jogabilidade e não de visual.

Foram aproximadamente cinco anos desde o primeiro Injustice e as melhorias são muito visíveis, em especial quando o assunto são os golpes e combos. Diferente de “Mortal Kombat”, clássico da NetherRealm, aqui temos um botão para defesa sim, mas também há como defender classicamente colocando o controle para trás. Nunca fui fã de jogos que, para defender, era necessário pressionar um botão. Isso sempre foi uma característica de “Mortal Kombat” e, quando jogava “Ultimate Mortal Kombat 3” nas locadoras antigamente, sempre perdia pela falta de atenção que era exigida para defesa, forçando-me a pressionar mais um botão além dos inúmeros que já supostamente tinha que pressionar com intuito de executar um combo. O jogo exige certa destreza para executar a maioria dos combos, sendo o mais fácil de ser encaixado, do Batman, claro. Independente do herói ou vilão, há uma enorme gama de possibilidades de sequências e isso é de perto, mas bem perto, o maior ‘problema’ do título. Os combos, em sua maioria, exigem ter “timing” excepcional para acertar o oponente, tanto no início do combo quanto na finalização do mesmo.

A jogabilidade está perfeita. Aliás, há muitos predicados que seriam justos, mas sempre haverá quem nos revolte. O Espantalho é o inimigo mais chato de todos. Ele tem uma desgraça de uma corrente chata para caramba e que recorda o Shun no jogo Cavaleiros do Zodíaco, ou seja, altamente ‘apelão’ e de difícil aproximação, ainda que tenhamos um game muito amigável. Tenha em mente que ele é ainda mais chato que um Darkside ou mesmo o Brainiac.

Uma das coisas mais lindas do título – ao lado da dublagem, são os golpes especiais. Apesar de estarmos limitados a apenas um por herói, as animações são intensas. Acho que poderiam lançar mais de um especial, onde, na tela de seleção de personagens, pudéssemos escolher que especial usaremos. Algo similar acontece no Cavaleiros do Zodíaco da Bandai Namco. Há o mesmo especial disponível, mas um sem a barra do cosmo totalmente cheia e outra com, considerado o sétimo sentido. O mesmo poderia existir aqui, com umas 3 ou 4 formas de usar especiais, assim daria uma cara diferente. É meio deprimente o especial da Supergirl, por exemplo, que leva o oponente/vilão ao lado do sol e o joga contra a Terra com sua visão de calor. No caso do Batman, como ele sobrevive a um especial desses? Tudo bem que estamos falando de um jogo, onde lutar Batman vs Darkside seria injustíssimo, mas isso aconteceu no final da animação “Liga da Justiça Sem Limites”. O problema é que, como heróis não matam – e esse é um problema a ser combatido no jogo – temos que nos preocupar em não sermos atacados ou podemos morrer. Os personagens com super força aparentam ter maior resistência contra um Arqueiro Verde ou Batman. Algo me diz que os golpes possuem um menor dano, ao contrário dos combos do Gorila Grodd, que machucam bonito o oponente. Esses golpes, que por vezes beiram o absurdo, servindo para mostrar a força dos heróis, ficam desproporcionais contra heróis e vilões que não possuem resistência ou poder, como é o caso do Coringa.

O VEREDITO

Injustice 2 é um baita jogo e que certamente irá alegrar os fãs da DC. Para quem ainda estava na dúvida, Injustice 2: Legendary Edition é realmente a versão perfeita do game com um modo online muito bom, bem como o multiplayer offline, que divertirá a todos, independente do tamanho do fanatismo pelos heróis.

Injustice 2: Legendary Edition foi analisado pela equipe do Blah Cultural com cópia do jogo cedida gentilmente pela Warner Bros Entertainment do Brasil.

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN