RESENHA | Lúcifer: Céu Congelado

Eduardo Cruz

Primeiro volume da nova série da Vertigo, mas não se trata de um reboot: Esta série parte de onde a série anterior, que durou 75 edições e escrita por Mike Carey e ilustrada por Peter Gross parou. Lúcifer, o primeiro anjo, caído na revolta celestial, volta de um local além de nossa realidade, enfraquecido e ferido, e é cooptado pelos arcanjos do paraíso para resolver um mistério: Quem matou Deus?
Para isso, ele tem ao seu lado ninguém menos que Gabriel. Sim aquele mesmo arcanjo Gabriel arrogante e esnobe retratado na fase de Garth Ennis em Hellblazer, a quem foi prometido que, se auxiliasse neste caso, teria suas asas e coração restaurados. Juntos, os dois percorrem o Inferno e o Sonhar, encontrando vários personagens velhos conhecidos de todo leitor vertigueiro que se preze e que já tenha tido contato com as séries Sandman, de Neil Gaiman e Lúcifer, de Mike Carey: Mazikeen, Azazel, Eva, o corvo Matthew, Caim e Abel e Izanami, todos dão as caras de forma muito natural e orgânica nesta retomada do Estrela da Manhã.
A impressão que o leitor pode ter em alguns momentos é de ter perdido algo, já que em alguns momentos são citadas brevemente algumas situações ocorridas na série anterior de Lúcifer, mas nada que comprometa a leitura deste encadernado, e de qualquer forma, uma pesquisa do material de Mike Carey na Internet resolve este inconveniente. Material este que nunca foi lançado aqui, então só em formato digital mesmo.
A roteirista Holly Black (autora da série As Crônicas de Spiderwick) debuta muito bem com um personagem que já tem uma extensa carga cronológica, e o artista Lee Garbet tem um traço ligeiramente superior ao “Padrão Vertigo”, o que faz com que a leitura seja bem agradável e dinâmica. Esta foi uma boa retomada, que já mostra várias pontas soltas a serem amarradas nos próximos volumes. Vale a pena continuar acompanhando.

Eduardo Cruz

NAN