REVIEW | ‘Far Cry 5’ é completamente imersivo e divertido

Everton Duarte

A franquia de Far Cry já perdura por bons e longos 14 anos de história. Em 2004 o game, que chegava ao PC, e fora inicialmente desenvolvido pela Crytek, se consolidou cada vez mais como um ótimo game de Tiro em Primeira Pessoa. Para a maioria dos fãs da franquia, Far Cry 3, de 2012, se consagrou como o mais intenso título da franquia. Hoje, com Far Cry 5, não poderíamos esperar nada menos do que um game excelente. E é exatamente o que acontece, pois mantém o seu ritmo que mistura – e muito bem – o Stealth com Ação Frenética, além de um belo e gigantesco Open World.

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Os momentos iniciais do jogo são intensos e apresentam de uma forma para lá de cinematográfica todos os principais personagens da história. A premissa, podemos dizer, que é um tanto quanto ousada, pois o game levanta discussões fortíssimas no que se diz respeito ao fanatismo religioso. Durante o jogo estamos no controle do protagonista que é chamado ‘Recruta’, que é um assistente local da delegacia de Hope County, cidade onde todo o game se desenrola. Os vilões são considerados os verdadeiros donos da verdade absoluta, e com foco no líder Joseph Seed, que também é conhecido como Pai. O Pai acredita fielmente ser o enviado de Deus para arrebatar as almas perdidas e guiá-las aos Portões do Éden. O Pai não está sozinho nesse disparate religioso, ele ainda conta com o apoio de seus ‘filhos’, Jacob, John e Faith, que são tão desajustados e psicóticos quanto o pai. Agora pegue toda essa comparação ao fanatismo religioso, adicione cidadãos armados, a forte presença do patriotismo norte-americano e os compare com as notícias que vemos no nosso cotidiano. De uma maneira nada sutil, a Ubisoft apresentou um futuro onde não está muito distante de uma possível e real distopia do mundo em que vivemos.

Vale lembrar que a Ubisoft fez um sucesso tremendo com Assassin’s Creed Origins mudando a dinâmica dos comandos e ampliando o tamanho do mapa. Em Far Cry 5, a empresa também não poupou esforços nesse quesitos. O game traz uma boa jogabilidade e comandos bem fluídos. Alguns movimentos poderiam ser adicionados, tais como agachar e manter-se apoiado nos veículos ou muros, facilitando assim a furtividade necessária em algumas missões, a opção de alternar a câmera quando se está dentro do veículo, o modo ‘prender a respiração’ poderia ser um pouco mais preciso durante o uso das armas de longa distância, e, por fim, um mini-mapa também seria muito útil. Por mais que haja a opção do piloto automático, ela te atrapalha por diversas vezes.

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A amplitude do mapa  e o modo de avanço na história são incríveis e tornam a imersão na história uma experiência muito interessante. O formato do mapa, dividindo os condados entre a família Seed, me lembrou bastante Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands, que também é uma ótima franquia da Ubisoft. É fato que com um mapa tão amplo, exista a necessidade de diversas Missões Secundárias, e isso também não falta no game, que também conta com as Missões Arcade espalhadas em diversos fliperamas e cartazes na cidade. Você pode escolher livremente qual a ordem das missões que deseja fazer primeiro. Nesse ponto, o game não se igualou a Assassin’s Creed Origins, onde há a necessidade de se alcançar níveis para cada missão. Além disso, existem diversos pontos de habilidades, armas, acessórios, além de membros integrantes da sua equipe, que eu recomendo dar atenção antes de finalizar a história por completo. Atribuir e evoluir esses novos membros é tão divertido e útil quanto qualquer outra tarefa do game, pois eles irão te auxiliar de maneiras bem peculiares, cada um com a sua habilidade em específico.

O que Far Cry 5 não trouxe exemplo de Assassin’s Creed Origins foi a qualidade gráfica. Embora este seja um ponto que sempre divide parte dos gamers, pois bons games não estão relacionados a somente bons gráficos, aqui, alguns detalhes nos objetos e no próprio cenário, deixaram um pouco a desejar. E, além disso, eu me deparei com um bug bem esquisito durante a minha jogatina, confira no vídeo abaixo:

https://youtu.be/KRVgcn1nOkg

O que às vezes faltam em alguns detalhes sobram nos CGIs. Pois, voltando ao ponto da imersão, a história construída em Far Cry 5 é bem sólida, e quando nos deparamos com os membros da família ao avançar na história, temos belíssimos e cinematográficos cutscenes.

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Trilha sonora geralmente não é um problema para Ubisoft, como também não foi nesse game. A empresa sempre busca ambientar os seus jogos com trilhas e elementos sonoros que condizem com as situações encontradas durante a jogatina. Claro que você não ficará cantarolando nenhuma canção da rádio enquanto dirige pelas ruas e avenidas de Hope County, mas pode optar em ouvir as palavras de apoio e orações do Pai ou de qualquer outro membro da família. Mas, se preferir, basta desligar o rádio. Outro ponto excelente desse game está na dublagem no nosso idioma. Eu geralmente prefiro acompanhar o jogo com o áudio  em inglês e legendado em português, mas a qualidade e sincronismo das falas em português ficaram primordiais. O ponto negativo fica para o nosso protagonista, que não se comunica com outros personagens. Coisa que Assassin’s Creed Origins resolveu brilhantemente.

O VEREDITO

Em suma, a palavra que mais me vêm à cabeça ao escrever sobre Far Cry 5 é imersão. O game traz uma história muito intensa e paralela com a realidade, além de se basear em questões religiosas e políticas. E se tudo isso não bastasse, a ambientação e jogabilidade tornam o game numa fantástica aventura. De fato há uma notável evolução em diversos quesitos, mas, infelizmente – e na minha opinião – Far cry 5 ainda não é melhor jogo da franquia. Um vilão como Vass, em Far Cry 3, dificilmente será esquecido pelos fãs, mas, ainda assim, o novo título vale muito a pena ser conferido.

Aprecie sem moderação. BLAH!ZINGA

Jogo testado pela equipe no Xbox One com cópia gentilmente cedida pela Ubisoft.

Everton Duarte

Paulista, jornalista em desenvolvimento, amante do mundo geek, co-fundador e editor-chefe do Ultraverso. Busco sempre o melhor em tudo o que me proponho a fazer.
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