Elba Ramalho e Alceu Valença, mestres da música popular brasileira, fazem a festa no lindo Arraiá da Fundição

Roberta Negrão

“Salve a nossa lusofonia!”, é com essa frase de Alceu Valença que começo a dissertar sobre o incrível espetáculo realizado na noite do último sábado (28), na Fundição Progresso, uma das maiores casas de shows do Rio de Janeiro. Com ingressos esgotados, a casa recebeu dois artistas renomados da música popular brasileira, o mestre Alceu e seu suingue pernambucano e a cantora paraibana e rainha do forró Elba Ramalho.

Alceu Valença subiu ao palco para apresentar seu show completo logo após o estreante da noite, Ceceu Valença, seu filho. Alceu colocou o público carioca para cantar seus grandes hits, dois passinhos pra lá, dois pra cá, bate palma, sorrisos admirados, beijo na boca, corpo colado, o que não tinha era gente parada. O público, pra lá de participativo, pôde curtir e se deliciar com canções como “Anunciação”, “La Belle de Jour”, “Morena Tropicana”, “Girassol” e tantas outras que fizeram e fazem sucesso até hoje no Brasil e no Mundo.

(FOTO: PAOLA SANTOS | BLAH CULTURAL)

  — A nossa música é muita rica. Como o próprio Alceu disse: nós somos diversos, não é um só ritmo não. Se juntar esse cara com o nosso eterno Gonzagão, temos aí o símbolo da boa música nordestina. Que a gente possa ter mais encontros maravilhosos como esse aqui no Rio de Janeiro Larissa Albuquerque, fã de Alceu há mais de 10 anos, em depoimento ao BLAH! no fim da primeira atração da noite.

Vanessa da Mata canta e encanta com show “Caixinha de Música” no Imperator 

No intervalo de um show para outro, havia um trio de forró arretado agitando a galera em um dos bares da Fundição. Uma área com barraquinhas de comidas tradicionais nordestinas, espaço para tirar fotos com adereços, fogueira e até um touro mecânico. O Arraiá estava completo!

O Festival Lula Livre lotou a Lapa com shows de mais de 20 artistas nacionais. Quem já estava lá pelos arcos, aproveitou para correr para a Fundição e curtir muito, coco, xote, xaxado, MPB , baião e forró. Por falar em forró, Elba Ramalho subiu ao palco lá pelas 2 de manhã e cantou de tudo,  até as músicas que o público pedia na hora.

Tivemos ainda a ilustre presença da cantora e compositora Roberta Sá dividindo o palco em duas músicas com Elba, “Sonífera Ilha”, dos Titãs, e “Gostoso Demais” do eterno rei da sanfona Dominguinhos. Pensa que parou por aí?  João Cavalcanti, ex integrante do grupo de samba Casuarina e filho do cantor Lenine também agraciou ainda mais a noite, cantando “Disritmia”, de Martinho da Vila, e “Pedras que Cantam”, de Dominguinhos e Fausto Nilo.

ENTREVISTA | Casuarina mais forte e vivo, grupo fala sobre mudanças, influências e processo do novo disco ‘+ 100’

(FOTO: PAOLA SANTOS | BLAH CULTURAL)

Em um cenário repleto de fitas coloridas compondo o ar de alegria, Elba levou ao palco quatro bailarinos sorridentes e encantadores. Cantou sucessos como “Forró do Xenhenhém”,  “Ai Que Saudade de Ocê”, “Bate Coração”, umas das canções mais marcantes da carreira da cantora, “Ciranda da Rosa Vermelha”, “De Volta Pro Meu Aconchego” e outras canções também já bem conhecidas. Após muitos pedidos, veio o hino do carnaval nordestino, “Frevo Mulher”, encerrando a noite e sacudindo a todos.

(FOTO: PAOLA SANTOS | BLAH CULTURAL)


Uma madrugada dançante, histórica representativa. Alô, Fundição! Já queremos outro encontro em grande estilo assim.
GALERIA DE FOTOS:::
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.2111816892185740.1073741921.315114091856038&type=1&l=a4490effaa
 
 
 

Roberta Negrão

Editora de música do BLAH, jornalista e redatora, uma geminiana musico-falante viciada em shows e amante da vida. Apaixonada por rádio, locução, natureza, violão e fotografia. "Gosto do que é novo, diferente, de gente que fala sorrindo e desconfio das que não gostam de gatos. Vivo cantarolando para espantar todo mal que há. Metade de mim é música, a outra estou tentando descobrir..."
NAN