REVIEW | ‘PRO EVOLUTION SOCCER 2019’ é o melhor jogo da franquia em anos

Wilson Spiler

Lançado em 28 de agosto, PES 2019 chegou para as plataformas PC, Xbox One e PlayStation 4 completamente modernizado. Testamos o novo game da Konami nos Playstation 4 Slim e Xbox One X. Confesso que já há alguns anos vinha desanimado com a franquia, que tinha perdido um pouco da personalidade dela desde o já saudoso PlayStation 2. As versões para as gerações posteriores foram decepcionantes para quem se divertiu tanto nos anos anteriores, embora já tenha registrado uma sensível melhora no jogo de 2018.

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Eis que, para minha – agradável – surpresa, PES 2019 está bom. Bom, não. MUITO BOM! OK, ainda não é aquele Pro Evolution Soccer “raiz” dos Bomba Patches da vida (quem nunca?), mas que evolução! Parece que após anos tentando “copiar” o seu rival FIFA, a franquia desistiu de tentar seguir essa linha e resolveu encontrar seu próprio caminho. Isso é muito positivo! Afinal, qual o sentido de ser igual? Queremos jogos diferentes e que cada um compre o seu preferido, não é mesmo? Seria como se Street Fighter resolvesse imitar Mortal Kombat e arrancasse corações dos lutadores no final das batalhas. Vendo que perdeu fatia considerável no mercado, a Konami mudou o rumo da história e promete voltar a brigar forte nesse gênero. É, em minha humilde opinião, o melhor jogo de Pro Evolution Soccer em, pelo menos, CINCO anos. No mínimo.

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Mas vamos ao que interessa, né? Vou aqui analisar ponto a ponto cada detalhe do jogo para que você, internauta, defina se vale ou não a pena, adquiri-lo:

Vamos para o que interessa? Philippe Coutinho já está em ação! (Foto: Divulgação / Konami)

GRÁFICOS

Comparando à versão de 2018, os gráficos evoluíram bem e pode-se perceber alguns detalhes bem interessantes. As expressões faciais, os dribles, o movimento do boneco e até o público no estádio são particularidades que valem ser destacadas. E falando em estádio, é de se impressionar com cada detalhe de cada um deles. O bacana é que há muitas arenas brasileiras licenciadas para o game: Maracanã, São Januário, Vila Belmiro, Morumbi, Beira-Rio, Mineirão, Arena Corinthians e Allianz Parque. E tudo está tão bem feito que é possível enxergar até pequenos buracos no campo. INCRÍVEL! A comemoração do jogador com a torcida na arquibancada também é algo muito legal.

Com suporte a 4k e HDR, a utilização da Fox Engine realmente faz com que as animações dos jogadores se tornem ainda mais realistas no Xbox One X. É uma impressionante qualidade visual que, se você não tem uma TV 4K ou um Xbox One S/ X ou PS4 Pro, terá dificuldades de entender sobre o que estamos falando. Toda a iluminação e sombras em tempo real, graças à “iluminação global”, que aperfeiçoa a imagem dos jogos com detalhes mais nítidos da torcida, texturas de grama de verdade em todos os estádios e a volta do belo efeito de neve, estão realmente incríveis.

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Cada estádio feito nos mínimos detalhes (Foto: Divulgação / Konami)

SOM

O som pode ser dividido em duas partes: ambiente e narração. Com relação à trilha sonora, vai de cada um. É questão de gosto. Eu, particularmente, adorei! Você pode ouvir TODAS as canções AQUI. Agora, com relação ao ambiente, PES 2019 está incrível. O som da torcida, os efeitos da partida, tudo está impecável. Embora faltem os cantos entoados pelas arquibancadas (poxa, Konami!), a qualidade sonora tem saldo extremamente positivo. A narração, por sua vez, é uma decepção. E das grandes. Digo em alto e bom som para os quatro cantos do mundo que considero Milton Leite o melhor narrador brasileiro da atualidade. Mauro Betting também está entre os maiores comentaristas da TV, na minha opinião. Mas os comentários estão muito mecânicos e repetitivos, algo que já havia acontecido na versão anterior e que deveria ter sido corrigido aqui. Um desperdício absurdo – e imperdoável – de talentos. Lamentável. Além disso, o áudio da narração está muito baixo, precisando ser aumentado para que não seja encoberto pelo público.

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Time entrando em campo com som ambiente incrível (Foto: Divulgação / Konami)

JOGABILIDADE

Os overalls estão sendo respeitados, ou seja, o jogador que corre mais ultrapassa MESMO o atleta mais lento, assim como o goleiro com nível mais baixo toma mais gols do que o considerado de categoria maior. Parece meio loucura dizer isso, mas não é. Nos jogos anteriores a PES 2019, essa regra não era seguida tão certinha. E, sinceramente, isso não é só um defeito da franquia da Konami. FIFA também tem esse problema. No entanto, o handicap permanece acontecendo, queira você acreditar nele ou não…

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Outro ponto importante é a resposta do comando. O controle está bem mais rápido. Ao apertar o botão para trocar de jogador, chute, passe, entre outras funções, a resposta é quase que imediata, o que me tirou um leve sorriso do rosto e quase fez uma lágrima escorrer pelos olhos de alegria. Na parte tática, o que já era bom também teve evolução. Assim como os overalls e os cursores, o game também está respondendo melhor à sua montagem da equipe. Realmente, a jogabilidade é o ponto alto de PES 2019.

Overalls mais respeitados (Foto: Divulgação / Konami)

MODOS DE JOGO

Na Master League, a Konami tirou a Série B de algumas ligas importantes, como a italiana e a espanhola, o que tirou um pouco da graça de você poder subir de divisão ou até correr o risco de ser rebaixado. Agora, também não há como retirar as ligas genéricas, ou seja, os jogadores (também genéricos) podem ficar espalhados pelos diversos campeonatos, inclusive o que você disputa. Nada que faça grande diferença. Há, porém, novas opções de treinamento e contrato, que podem fazer evoluir o seu atleta, o que é muito bacana. O novo menu também tornou mais simples e prático para fazermos o que precisamos no time. Os olheiros, por sua vez, estão ainda mais importantes. Eles são os grandes responsáveis por procurar e trazer novos jogadores, sejam da categoria de base do clube, desconhecidos talentos surgindo mundo afora, ou até mesmo seus alvos preferidos, como atletas de outras equipes.

Mas o que mais senti falta no PES 2019 foi a perda das licenças da UEFA Champions League e da Europa League para o seu concorrente. Isso doeu… muito. Há, claro, os campeonatos genéricos deles, mas como era bonito ouvir AQUELA música… Essa introdução já não haverá mais. É passado… na América do Sul, no entanto, a Libertadores da América foi mantida, mas, assim como em 2018, não temos a Copa Sul-Americana, o que é lamentável. Já no modo Rumo ao Estrelato, nada também muito diferente da versão anterior, com exceções das perdas dos campeonatos já citados na Master League.

No modo on-line, temos uma melhora considerável em relação ao PES 2018. Ele está rodando bem, com adversários com pouco lag. No MyClub é possível observar claramente o handicap, no entanto, nas divisões, há uma justiça maior. Quem jogar melhor, costuma ganhar. Não consegui perceber um handicap, pelo menos até agora.

MyClub, por sua vez, foi completamente modificado. Alguns fãs podem acabar se decepcionando. Ele está, de certa forma, parecido com o Ultimate Team do FIFA 18, com cartinhas, mas, obviamente, com mudanças drásticas. Há opções de comprar os destaques da semana. Além disso, é possível contratar jogadores de um empresário normal, com o preço de um atleta, você acaba contratando três iguais, do mesmo nível. Porém, embora tenha ficado mais barato fazer contratações, ficou mais difícil juntar GPs.

Novo menu da Master League é mais prático (Foto: Reprodução)

PRINCIPAIS NOVIDADES

A questão do cansaço e do preparo físico está bem presente no jogo. Anunciada como grande novidade pela Konami, isso realmente influencia bastante nas partidas. Se você perceber que um atleta adversário cansou, pode, por exemplo, colocar um jogador que está com vigor em cima dele que realmente fará toda a diferença. Uma mudança notável e digna de todos os elogios!

Em relação às ligas, há algumas novas como as de Bélgica, Escócia, Dinamarca, Suíça, Argentina, Portugal e Rússia. O que é legal é que cada uma delas tem seu estilo. Além disso, há mais times brasileiros licenciados, como Vasco e São Paulo, além de Flamengo, Palmeiras e Corinthians, que já tinham cedido suas licenças em 2018.

São Paulo é um dos novos clubes brasileiros licenciados (Foto: Divulgação / Konami)

::: TRAILER

https://www.youtube.com/watch?v=SSfko2Ps9oY

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
NAN