Crítica de Filme | Frozen: Uma Aventura Congelante
Bernardo Sardinha
O ano começa bem! Frozen – Uma Aventura Congelante, a mais nova animação da Disney, é inspirada no conto de fadas “A Rainha da Neve”, de Hans Christian Andersen, obra que o próprio Walt Disney tentou anos a fio levar para as telonas.
O filme conta a história não de uma, mas sim de DUAS princesas. É! Parece que a Disney se empolgou de vez com essa história de princesas e abraçou a ideia de “quanto mais princesa melhor!”. Elsa e Anna, são as filhas e herdeiras do trono de Arendele, um país imaginário feito para lembrar mais ou menos a Noruega. Anna é a mais jovem e otimista enquanto Elsa… Bem, Elsa nasceu mutante com o dom mágico que a permite criar gelo e neve com um simples gesto, o qual ela deve esconder de qualquer maneira.
No dia da coroação de Elsa há uma confusão: ela, sem querer, revela seus poderes ao grande público. Cansada de se sentir prisioneira e ansiosa para ser livre, a mocinha se refugia em uma montanha, onde – também sem querer – faz com que seu país caia em um inverno rigoroso. Então, sua irmã Anna parte para uma aventura para tentar fazer com que sua irmã faça o inverno ir embora. No caminho se juntam a ela Hans, o vendedor de gelo e seu alce e Olaf, o boneco de neve que sonha com o verão.
Como sempre, a Disney não decepciona. Temos uma animação alegre, leve e com mensagens açucaradas. Sobre o humor, bem, ele está lá, só não achei tão bom quanto “Enrolados”, por exemplo. Para falar a verdade, o roteiro está bem aquém da produção sobre Rapunzel. A história parece que foi feita às pressas e há vários pontos sem explicação. Não que eu ache que toda a trama deva ser esmiuçada, mas há detalhes importantes que não foram tratados com a devida atenção, como, por exemplo, o poder de Elsa. A única coisa que sabemos é que ela nasceu assim. Nem os pais, o Rei e a Rainha de Arendele sabem o motivo e fica por isso mesmo. Me soa como uma oportunidade perdida para amarrar a história melhor. Outra ponto que vale ser destacado: Olaf, o boneco de neve aparece de maneira completamente aleatória. Anna e Hans estão andando pela montanha e BUM! Esbarram em um boneco de neve falante criado pela sua irmã, que, ao ver o boneco, fica espantadíssima?! Ela não sabia que podia criar vida?!
Elsa sem sombra de dúvida é uma das princesas da Disney mais complexas e, mesmo assim, o roteiro falha em explorar pouco isso. Afinal, no começo da produção Elsa era a vilã, mas no decorrer do processo criativo foi se tornando em uma das protagonistas. Alias, a ausência de um VILÃO em boa parte do filme tira um pouco da tensão e do perigo da história, porque não há aquele personagem que nós adoramos odiar. Só há personagens mal compreendidos ou mal informados.
As canções tem uma pegada pop e são até legais, mas no fim fica aquela sensação que elas são completamente esquecíveis. Alias, os excessivos números musicais atrapalharam o ritmo do filme no começo.
Mesmo tendo a sensação de que a história foi feita aos trancos e barrancos e que vários personagens foram mal aproveitados, Frozen – Uma Aventura Congelante possui a seu favor cenários interessantes, efeitos 3D razoáveis e uma boa dublagem. Certamente vai agradar os pequenos, os bem pequenos, principalmente as meninas.
Veredito final? Frozen – Uma Aventura Congelante é Disney sabor baunilha: é bom, mas poderia ser melhor.
BEM NA FITA: Utilizaram atores na dublagem; Vai divertir os – bem – pequenos, principalmente as meninas.
QUEIMOU O FILME: História mal amarrada e personagens pouco explorados.
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FICHA TÉCNICA:
Nome: Frozen – Uma Aventura Congelante (Frozen)
Gênero: Animação
Direção: Chris Buck
Elenco: Idina Menzel, Kristen Bell
Produção: John Lasseter, Peter Del Vecho
Duração: 108 min.
Ano: 2013
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 03/01/2014 (Brasil)
Distribuidora: Disney
Estúdio: Walt Disney Pictures
Classificação: Livre