Foto: Netflix / Divulgação

PRIMEIRAS IMPRESSÕES | 3ª temporada de ‘Demolidor’ é a demonstração perfeita da dualidade entre o bem e o mal

Giovanna Landucci

Para assistir à terceira temporada de Demolidor, não somente o espectador terá que ter visto o segundo ano, mas também ter acompanhado Os Defensores, pois o início da nova saga começa exatamente na junção entre as duas histórias. Os fãs de quadrinhos encontrarão muitas referências da história A Queda de Murdock”, uma série de quatro revistas escrita por Frank Miller. Algumas adaptações, no entanto, precisaram ser feitas para que a trama da HQ pudesse se juntar ao elaborado seriado da Netflix. Os diretores e roteiristas tiveram que fazer um trabalho de recomposição e integração de alguns personagens.

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A saga contada na HQ trata do grande vilão Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio) ressurgir e iniciar um plano para acabar com o Demolidor (Charlie Cox). O Rei do Crime, como é conhecido o malfeitor, consegue reverter sua pena, trocando a cadeia por uma prisão domiciliar, que, embora sem regalias, já faz com que ele consiga começar a arquitetar sua estratégia.

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Em determinado ponto da revista original, antagonista recita o seguinte diálogo: “Wilson Fisk o rei do crime, senhor absoluto do submundo. Uma criatura de perversidade indescritível na iminência de descobrir um segredo capaz de destruir a vida de seu maior oponente”. E a partir dessa fala já dá para entender o que vem pela frente.

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Sim, Fisk é um tipo de vilão que consegue extrair da alma de cada ser humano sua fragilidade e descobre o ponto fraco de seu oponente ou talvez um promissor aliado. A partir desse pressuposto e do trailer ter divulgando a soltura dele, podemos imaginar que houve um acordo com o FBI e os meios que podem ter feito ele conseguir sair da prisão, já que ele sempre se demonstrou muito manipulador.

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Enquanto isso, Matt Murdock, bem debilitado (quem viu Os Defensores vai entender), é acolhido no convento onde cresceu por uma freira e um padre, que cuidam de sua saúde. Os dois sabem de suas habilidades e de sua escolha de ser um justiceiro. As cenas vão sendo construídas de maneira muito inteligente para demonstrar as sequelas, com um som abafado ao ouvir a religiosa conversar com ele e o vidro do espelho embaçado para que o espectador tenha as mesmas sensações que o personagem tem e consiga sentir sua aflição. Além disso, Matt tem visões como se estivesse em uma espécie de limbo, onde acessa suas lembranças de Elektra.

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Fora do radar por meses, Murdock ressurge como um homem fragmentado, pondo em questão seu futuro tanto como o vigilante Demolidor e como o advogado. Ele teima em voltar para a luta nas ruas e sai de lá ainda mais machucado do que estava. Esse acidente, onde ele defende um homem e sua filha, faz com que Karen Paige (Deborah Ann Woll) ainda acredite que ele esteja vivo e inicie investigações do caso. Enquanto isso, Foggie Nelson (Elden Henson) é mostrado como o mais humano dos personagens, com uma tomada em que se encontra com toda sua família em um grande jantar, tudo isso para servir de distração e alívio para as cenas tensas que viriam logo a seguir.

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Ao saber da soltura de Fisk, o Demolidor, ainda em recuperação, começa a ter alucinações com seu inimigo, que lhe dá maus conselhos. Assim como na HQ, Matt Murdock está prestes a perder a sanidade e esta história é a prova disso, “de que um homem sem esperança é um homem sem medo”. Imagine que unindo o que a obra literária diz com o que a trama contada através da série relata, Matt é considerado morto por seus amigos, está desempregado, pois já não tem mais o escritório com seu amigo, e perdeu a grande paixão de sua vida, ou seja, já não lhe resta mais nada.

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Wilson Fisk vai buscar se aproveitar dessa fragilidade, só que ele não contava que exatamente essa falta de esperança faria de seu oponente um homem destemido. E, embora, ainda que temporariamente, Matt esteja sendo visto como um vilão aos olhos da lei, do FBI e dos advogados, será mesmo a queda de Murdock?

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Foto: Netflix / Divulgação

Haverá muitas cenas de flashbacks, onde entenderemos o real motivo de alguns personagens. Elas acabam servindo como paralelo para entender as diferenças e semelhanças existentes entre um agente do FBI corrompido, Wilson Fisk e seu oponente, e que, agora, o Rei do Crime se aproveitará das fraquezas dele para criar um monstro. “A escuridão só responde à escuridão”, diz o vilão, que deseja de todas as formas proteger Vanessa, seu grande amor, e se vingar de quem tornou sua vida um inferno! Com Fisk agora solto, fará de tudo para Demolidor ser visto como o antagonista por toda a cidade.

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O BLAH! teve acesso aos seis primeiros episódios da terceira temporada (que deve ter 13 capítulos, ao todo) de Demolidor, deixando com um gostinho de água na boca para o restante do que vem por aí. Assim que a série for ao ar, teremos a crítica completa publicada para o novo ano da série. Estas foram as primeiras impressões e o que nos reserva parece ser eletrizante!

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::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Daredevil
Temporada: 3
Criação: Kati Johnston
Elenco: Amy Rutberg, Marci Stahl, Charlie Cox, Deborah Ann Woll, Elden Henson, Joanne Whalley, Vincent D’Onofrio, Wilson Bethel
Produção: Netflix, Marvel Television, ABC Studios, DeKnight Productions, Goddard Textiles
Distribuição: Netflix
Gênero: Thriller, Ação
Ano: 2018
Classificação: 18 anos

Giovanna Landucci

Publicitaria de formação, sempre gostei de escrever. Apaixonada por filmes e séries, sim, posso ser considerada seriemaníaca, pois o que eu mais gosto de fazer é maratonar! Sou geek principalmente quando falamos de Marvel e DC. Ariana incontestável, acho que essa citação de Clarice Lispector me define "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar." Ah, como é de se notar pela citação, gosto de livros e poesia também.
NAN