O adeus de Stan Lee, o verdadeiro super-herói de uma geração
Pedro Marco
12 de novembro de 2018. Talvez seja um sistema de defesa automático contra fake news ou simples sentimento de negação que antecede ao luto. Mas, na tarde desta triste segunda-feira, a comunidade nerd do mundo inteiro se negava a acreditar em uma nota soltada pelo portal TMZ. Stan “The Man” Lee, o homem que havia despertado o super-herói que há dentro de cada um de nós, havia falecido aos 95 anos.
Talvez uma das mudanças mais proveitosas à cultura pop nesta nova era de tecnologia seja a possibilidade de ver e conhecer os rostos por trás das coisas que tanto amamos. Em tempos mais remotos, não haveria tanta comoção e idolatria por Steve Jobs ou George Lucas, e aquele velhinho de bigode grisalhos que sempre aparece nos filmes de super-heróis, não passaria de um mero coadjuvante.
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Stanley Martin Liebert era um novaiorquino de sangue, filho de um pobre casal de judeus refugiados. Stan Lee, como logo começou a assinar em suas publicações, começou a escrever aos 15 anos. Seus textos eufóricos e cativantes o levaram direto à Timely Comics, empresa que mais tarde seria batizada por ele como MARVEL.
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Lee conheceu a guerra e escreveu sobre ela. Teve de lidar com crises, repressões, censuras, mas sempre se adaptava e mostrava que a criatividade pode, e deve, surgir nos momentos mais difíceis.
Ele dizia, em sua revista mais querida, que com “grandes poderes vem grandes responsabilidades”. E talvez estes sejam os mais dignos adjetivos que podem ser empregados ao autor: poderoso e responsável. O escritor, editor, publicitário, empresário, diretor, produtor… (ufa!), o quadrinista, Stan Lee sem dúvida alguma deixou sua marca numa parcela incalculável de pessoas de qualquer gênero, idade ou credo. Não apenas por suas criações, como Quarteto Fantástico, Hulk, Homem-Aranha, X-Men e tantos outros personagens, mas por ter desafiado e vencido o código autoritário dos quadrinhos. Por ter dado o primeiro passo para tornar aquele bobo entretenimento de crianças e soldados numa arte respeitável e glorificada.
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Stan Lee será sempre lembrado por sua humildade em estar o mais próximo possível de seus fãs, mesmo quando isso lhe feria a saúde. Por ter atingido, ao contrário de outros grandes artistas, seu auge ainda em vida. E como os demais, ele será para sempre imortal em sua arte.
Sem mais delongas, Stan Lee, não nos deixamos um adeus recheado de choros e lamentações. Mas como o senhor mesmo nos ensinou, “excelsior”!