‘Vingadores: Ultimato’ pode ultrapassar ‘Avatar’ na bilheteria?

Desde o final dos anos 90, o público amante da sétima arte passou a ter uma maior atenção no título de “maior bilheteria da história do cinema”. Isso se deu, em parte, tanto pela disseminação da informação pela internet, quanto por um certo filme de navio gigante lançado em 1997.

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Com quase US$ 2 bilhões em bilheteria (ultrapassados após o relançamento do filme em 2012), Titanic, de James Cameron, quebrava o recorde de Jurassic Park e ganhava as manchetes mundiais por seu grande feito. Este título memorável somente seria quebrado 12 anos depois – pelo mesmo diretor – com o clássico moderno Avatar, que atingiu impressionantes US$ 2,78 bilhões em 2009.

É importante frisar, no entanto, que, ao analisar a lista das 20 maiores bilheterias do mundo (apurada no momento em que este texto foi escrito, em abril de 2019), apenas Titanic foge dessa janela de filmes lançados nos últimos 10 anos. Isto se deve não tanto pelo chamativo e qualidade da obra e sua divulgação, mas principalmente por questões de preço e números de salas pelo mundo. Vejamos, por exemplo, como muda estas colocações quando aplicado o fator de correção da inflação:

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5 Maiores Bilheterias (SEM inflação)

1. Avatar – US$ 2,78 bilhões
2. Titanic – US$ 2,18 bilhões
3. Star Wars: O Despertar da Força – US$ 2,06 bilhões
4. Vingadores: Guerra Infinita – US$ 2,04 bilhões
5. Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros – US$ 1,67 bilhões

Avatar (Foto: 20th Century Fox / Divulgação)

5 Maiores Bilheterias (COM inflação)

1. E o Vento Levou – US$ 3,75 bilhões
2. Avatar – US$ 3,30 bilhões
3. Star Wars: Uma Nova Esperança – US$ 3,08 bilhões
4. Titanic – US$ 2,74 bilhões
5. A Noviça Rebelde – US$ 2,58 bilhões

E o Vento Levou (Foto: MGM / Divulgação)

Dentre as franquias de maior bilheteria, o Universo Cinematográfico da Marvel lidera com folga o ranking, somando quase US$ 20 bilhões no mundo inteiro. E é justamente o 22º filme desta franquia que vem resgatando esta discussão em 2019. Seria Vingadores: Ultimato capaz de superar seu antecessor em quase US$ 800 milhões e tomar o posto dos Na’Vi de Pandora? Entenda os fatores que agem contra isto:

Duração

Apesar dos filmes terem uma duração semelhante (Avatar com 162 minutos e Ultimato com 182 minutos), a grande polêmica acerca do filme de herói de 3 horas de duração vem perturbando um público mais alheio e inquieto, cercado pelos traumas de produções longas no cinema. Apesar de ambos possibilitarem a passagem de 3 a 4 sessões diárias do filme por sala, isto não garante que, da terceira semana em diante, todas estejam ainda cheias.

Concorrência

No mesmo grau que o preço do ingresso auxilia com que filmes mais recentes batam com facilidade a marca de produções mais antigas, isto também afasta um público que se divide entre o grande fluxo de lançamentos que cercam a nova produção da Marvel. Se em 2009 o filme de Cameron competia com longas mais artísticos e polêmicos em um ano com poucas produções de grande expressão, Vingadores: Ultimato vem dividir sala com Shazam!, Nós e demais produções que possam garantir primeiro o bolso de um público mais amplo.

“Shazam!” e “Nós” são vistos como concorrentes (Fotos: Divulgação)

Apelo

O grande fator que estagnou Avatar como líder de bilheteria em 10 anos foi a força com que a produção atingiu uma grande variedade de público. Seja pela criação de um mundo novo ou mesmo pelo grande avanço na tecnologia 3D, o filme trazia ares de algo completamente novo em uma experiência inédita. Este agravante, no entanto, não se aplica na vingança dos heróis contra o titã louco. Por mais que seja uma afirmação complicada para o público mais entusiasta, muitos públicos ainda referem os longas de herói como algo mais infantil e bobo, afastando-os do cinema por puro preconceito. Além disto, sinais de uma saturação do mercado acompanham o afastamento trazidos por sequências nos cinemas. Um filme único e original acaba sendo mais fácil de trazer novos públicos do que uma produção que carece de 20 filmes anteriores lançados por 11 anos.

Polêmicas recentes

Como um retrato de uma nova geração bastante crítica e complicada, a Marvel Studios pode sentir na bilheteria de seu novo filme os impactos de uma recepção dividida nas suas duas últimas produções. Seja no quase esquecido Homem-Formiga e a Vespa ou no controverso Capitã Marvel, as grandes discussões de representação, adaptação e qualidade das obras pode acabar afastando uma pequena parcela de um público emburrado – ou mesmo saturado.

Divulgação

Como uma forma de acompanhar a narrativa e preservar as surpresas, a Marvel acabou tendo de passar por uma forte provação na criação de seu material de marketing, já que a grande maioria de seus heróis acabou sendo apagada por Thanos no final de Guerra Infinita, passando por algo semelhante ao que a Warner teve de enfrentar em Liga da Justiça para montar uma divulgação sem Superman nos pôsteres, bonecos e afins. A Disney/Marvel vem tendo de esconder grandes trunfos de atração popular como Homem-Aranha, Pantera Negra e demais outros que pesariam na balança do público em geral, que guardam apreço por personagens específicos acima do conjunto.

Marketing precisou “esconder” os heróis mortos (Foto: Disney / Marvel Divulgação)

Por mais que os novos preços e os nerds que assistirão ao filme várias vezes no cinema pesem nesta balança, o desafio para os Vingadores não está ganho e, com certeza, será árduo. Para saber mais e acompanhar novas informações, não esqueça de seguir as redes sociais para ficar por dentro.