CRÍTICA | ‘Godzilla II: Rei dos Monstros’

Godzilla II: Rei dos Monstros (Godzilla: King of the Monsters) é uma continuação direta de Godzilla, filme de 2014 que faz parte de uma franquia da Warner Bros. Trata-se de um universo compartilhado conhecido como “Monsterverse”. A princípio, colocar Godzilla e King Kong na mesma linha narrativa pode parecer um caminho certo para o sucesso. ‘Nascidos’ em 1954, os dois monstros conquistaram uma verdadeira legião de fãs. Desde então, Godzilla (ou Gojira, nome do monstro na terra em que nasceu – Japão) aparece em nada menos que 40 filmes.

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Tinha tudo para dar certo, mas…

Como se não fosse o suficiente, a obra do diretor Michael Dougherty, conhecido pelos roteiros de “Superman, o Retorno” e “X-Men 2”, aquele láááá de 2003, conta com um elenco de peso. Com atores como Vera Farmiga (Invocação do Mal) e Milly Bobby Brown (Sim, é ela mesma! A Eleven, de Stranger Things), além do retorno de personagens como o carismático Dr. Ishiro Serizawa, vivido por Ken Watanabe (Transformers: O Último Cavaleiro) e a cientista Vivienne Graham, interpretada por Sally Hawkins (A Forma da Água). O filme, realmente, tinha tudo para dar certo.

O roteiro é não é dos melhores. Além de ter diversos furos, parece ter inspiração óbvia em elementos de outros filmes que deram certo e, em alguns momentos, aparenta ter sido feito apenas com o objetivo de matar as saudades dos fãs da franquia. Nem mesmo a qualidade do elenco consegue salvar os diálogos e compreender as motivações por trás das atitudes tomadas pelos personagens é algo um pouco difícil. O filme é uma oportunidade perdida de fazer algo realmente memorável.

Trilha sonora e efeitos visuais impressionantes

Como pontos positivos, Godzilla II: Rei dos Monstros tem uma trilha sonora muito boa, bem como efeitos visuais realmente impressionantes. A fotografia – super escura – dificulta uma boa visualização dos elementos presentes e a perspectiva adotada em algumas cenas, em conjunto com o recurso de câmera em movimento, dificultam o envolvimento do espectador na ação. Além disso, o longa comete o maior pecado na indústria cinematográfica: ele entedia o público. Sabemos que é difícil reinventar numa fórmula tão limitada quanto Godzilla, ainda mais sendo a sequência de uma história já em andamento, mas é um pouco frustrante que um gênero de ação com tanto a ser explorado tenha ficado na superficialidade de monstros causando várias demolições.

Com uma avaliação de 44% no Rotten Tomatoes, resultante da avaliação de 44 críticos especializados (até o momento da publicação desta crítica), Godzilla II: Rei dos Monstros, em suma, decepciona. Mas, se você é fã de monstros gigantes batalhando pra comandar (ou destruir) uma cidade, esse é seu filme. Não vá pro cinema esperando grandes novidades ou surpreendes atuações, nem mesmo do monstro japonês gigante. Em 2020 teremos outra aparição do Gojira. Basta esperar que o diretor se supere em sua próxima empreitada.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Godzilla: King of the Monsters
Direção: Michael Dougherty
Roteiro: Michael Dougherty, Zach Shields
Elenco: Vera Farmiga, Kyle Chandler, Millie Bobby Brown
Distribuição: Warner
Data de estreia: qui, 30/05/19
País: Estados Unidos
Gênero: ação
Ano de produção: 2018
Duração: 132 minutos
Classificação: 12 anos