Chorão Marginal Alado

‘Chorão: Marginal Alado’ | CRÍTICA

Cadu Costa

Final dos anos 90. O rock brasileiro estava em ascensão novamente. Não como nos anos 80 e seu renomado BRock, mas tínhamos muitas boas bandas como Chico Science & Nação Zumbi, Raimundos, O Rappa e Planet Hemp. Mas nenhuma parece ter alcançado o sucesso tão grandioso como Charlie Brown Jr. E muito disso se deve à mítica figura de seu vocalista: Alexandre Magno Abrão, o Chorão.

Facetas de Chorão

O documentário Chorão: Marginal Alado, do diretor Felipe Novaes, que esteve em cartaz no Festival do Rio 2019, aborda as várias facetas de um músico complexo, diverso, explosivo, mas também amoroso, bondoso e que se deixou notado, por bem ou por mal.

Com mais de 700 horas de gravações caseiras, cenas de bastidores, entrevistas e muita música, Marginal Alado demorou seis anos para ser concluído. Todo o processo de pesquisa foi desgastante graças aos meses de decupagem do material e mais três anos até a finalização. O longa ganhou um prêmio de Melhor Documentário Brasileiro na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo deste ano.

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Chorão Marginal Alado (1)
Sobre o documentário

O filme aborda toda a carreira de Chorão e seu Charlie Brown Jr. Sim, porque por mais que Champignon, Marcão, Pelado e Thiago Castanho tenham a sua importância, é Chorão o verdadeiro mentor da banda. E o documentário pontua bem isso ao mostrar as diversas facetas do cantor numa linha do tempo muito bem definida.

Muitas coisas são abordadas como o lado amoroso de Chorão ao contar sua história com a esposa e sua relação com os fãs. Mas suas versões intempestivas como as clássicas brigas com o vocalista do Los Hermanos, Marcelo Camelo, e com João Gordo, do Ratos de Porão, também são colocadas na tela. Por fim, seu trágico fim ao se entregar ao vício das drogas e à depressão.

Então, o que fica desse Chorão: Marginal Alado é o registro de um dos maiores artistas de sua geração em toda a sua essência. De fato, uma história com diferentes começos, meios e fins para o último rockstar da música brasileira.

*FILME ASSISTIDO NO FESTIVAL DO RIO 2019.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Direção: Felipe Novaes
Data de estreia: em breve
País: Brasil
Gênero: documentário
Ano de produção: 2019
Classificação: a definir

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN