Resenha de Show | Ratos de Porão e Dead Fish no Circo Voador

Larissa Frade

Em comemoração aos 5 anos de existência do A Grande Roubada, surgida em 2009 com o intuito de agitar a cena rock no Rio de Janeiro, e pela quinta vez consecutiva no Circo Voador, contou com a participação de duas bandas de renome do rock nacional: os capixabas do Dead Fish e a sumidade do Punk Rock nacional Ratos de Porão.
A abertura da noite ficou a cargo do duo paulistano de grindcore Test. Para quem freqüenta shows grandes de metal no Brasil já pode tê-los visto tocando em filas de shows ao lado de uma van. Formada por Barata na bateria e João Kombi na guitarra a banda faz um excelente som, muito mais pesado do que muita banda extrema que conhecemos. Infelizmente, quando cheguei ao local, a banda já estava na metade do seu show, mas o pouco que vi foi de muita competência e agradou as pessoas que já se encontravam no local (demonstrando que a banda possui fãs bem ardorosos).

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Fotos por Larissa Frade. Todos os Direitos Reservados 2014.


Enquanto o palco era preparado, o DJ Wagner Fester tocava grandes clássicos internacionais. Nessa primeira parte foi dada prioridade aos clássicos internacionais como Offspring, The Mighty Mighty Bosstone, etc.
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Fotos por Larissa Frade. Todos os Direitos Reservados 2014.

Depois de um intervalo de 20 minutos e ao som de “Ei, Dead Fish, vai tomar no…” sobe ao palco os capixabas do Dead Fish. Abrindo o show com a música Siga, do seu sexto álbum “Zero e Um”, a banda mostrou ao que veio: agitar o público. O vocalista Rodrigo Lima, de um inegável carisma, agita o público com cada pulo e movimentação que faz.

O show seguiu com Sonhos Colonizados e Armadilhas Verbais, mas foi em Desencontros que o público foi à loucura! A pista do Circo Voador já havia se transformado em uma grande roda e vários crowdsurfing seguiram desde então. Outros pontos altos do show foram: Cidadão Padrão (onde o vocalista perguntou quem também iria fazer o exame da Ordem dos Advogados), Um Homem Só (que a muito tempo não entrava no repertório), Mulheres Negras e Molotov (onde foi feita uma referência a prisão de manifestantes que passaram 40 dias na prisão por estarem portando garrafas de vinagre durante os eventos de 2013). Infelizmente o som foi ficando ruim na parte final do show, com a voz estourando nos autos falantes. Após uma hora de um competente e agitado show, a banda fechou com Sonho Médio e saiu sob o mesmo som pelo qual foi recebido (“Ei, Dead Fish, vai tomar no…”).

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Fotos por Larissa Frade. Todos os Direitos Reservados 2014.


Mais uma vez sobe ao palco o DJ Wagner Fester, dessa vez tocando grandes clássicos nacionais (muitos dos quais me fizeram relembrar minha infância). Sendo o auge dessa discotecagem Pânico em SP dos Inocentes, onde várias pessoas nessa hora cantavam e dançavam na pista.

Agora, a grande atração da noite: Ratos de Porão. Lançando o seu novo álbum “Século Sinistro”, a banda abre o show com as faixas Conflito Violento e Viciado Digital (ambas do lançamento).

Depois dessas duas novas porradas, João Gordo declama a plenos pulmões “Tamo lançando o disco novo, mas não vamos encher o saco com música nova, o negócio é música velha!” e tocam uma versão aceleradíssima de Ascensão e Queda do álbum Anarkophobia, de 1991 (álbum esse da época em que o RDP foi chamado de traidor do movimento por enveredar por um som mais metal).

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Fotos por Larissa Frade. Todos os Direitos Reservados 2014.

O show prosseguiu com vários clássicos até a música Grande Bosta (também parte do novo álbum), onde João Gordo aproveitou o tema da música e, sarcasticamente, faz uma analogia sobe a derrota do Brasil para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014. Nessa mesma música uma menina da platéia sobe ao palco e mostra os seios (para delírio dos homens presentes – fato que se repetiu mais uma vez durante a música Beber até Morrer). Em Diet Paranóia houve o discurso contra o preconceito (com João falando inclusive do preconceito contra gordos e relembrou seus 190 quilos!). Outra música extremamente ovacionada pelo público foi AIDS, POP, Repressão que foi cantada em uníssono por todos os presentes. A primeira parte do show terminou com Terra do Carnaval. Depois de uma pausa de menos de 1 minuto (menor intervalo que eu já vi na minha vida para um BIS!!) a banda volta para tocar mais três músicas, fechando o show com Crise Geral, do álbum Cada Dia Mais Sujo e Agressivo. João Gordo, Jão, Boka e Juninho provam a vitalidade da banda e que eles ainda tem muito para nos oferecer.

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Fotos por Larissa Frade. Todos os Direitos Reservados 2014.


O que nos resta dizer? Parabéns à Grande Roubada Produções pela excelente produção e o evento e que muitos outros venham!
Set list:

 Dead Fish

  1. Siga
  2. Sonhos Colonizados
  3. Armadilhas Verbais
  4. Desencontros
  5. Paz Verde
  6. Zero e Um
  7. Queda Livre
  8. Hitveraneio / 678 Passos
  9. Asfalto
  10. Viver
  11. Cidadão Padrão
  12. Autonomia
  13. A Urgência
  14. Tão Iguais
  15. Um Homem Só
  16. Proprietários do 3 M
  17. Bedreligis/Jogo Jogo
  18. Mulheres Negras
  19. Venceremos
  20. Molotov
  21. Iceberg
  22. Bem Vindo ao Clube
  23. Afasia
  24. Sonho Médio

 Ratos de Porão

1 – Conflito Violento
2 – Viciado Digital
3 – Ascensão E Queda
4 – Vivendo Cada Dia Mais Sujo E Agressivo
5 – Crucificados Pelo Sistema
6 – Anarkophobia
7 – Vida Animal
8 – Grande Bosta
9 – Morrer
10 – Não Me Importa
11 – Cérebros Atômicos
12 – Difícil de Entender
13 – Arranca Toco
14 – Atitude Zero
15 – Stress Pós-Traumático
16 – Diet Paranoia
17 – Crocodila
18 – Igreja Universal
19 – Beber Até Morrer
20 – AIDS, Pop, Repressão
21 – Plano Furado II
22 – Amazônia Nunca Mais
23 – Terra do Carnaval
Bis
24 – Sentir Ódio e Nada Mais
25 – A confirmar
26 – Crise Geral
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Larissa Frade

Se eu pudesse me definir em uma palavra poderia dizer que sou paradoxos. Adoro aprender, mas tenho preguiça de começar a estudar. Amo heavy metal, mas sou cantora lírica. Quero emagrecer, mas penso como gorda. Quero um amor só para mim, mas amo ser livre. Quero me mudar, mas tenho medo de mudanças. Só em uma coisa sou incisiva: eu quero ser feliz!
NAN