Gods & Punks The Sounds of the Universe crítica de EP álbum FOTO (Rodrigo Freitas)

A perfeita harmonia da Gods & Punks em ‘The Sounds of the Universe’

Cadu Costa

A banda carioca Gods & Punks já foi chamada de pioneira do stoner rock progressivo do Brasil. Claramente um exagero, pois bandas como MQN, Son of a Witch e Muñoz já estavam por aí com seu rock psicodélico influenciado por Kyuss, Fu Manchu e a mais conhecida Queens Of The Stone Age.
No entanto, a Gods & Punks vem desde 2016 mandando um som honesto e de qualidade formatado em três álbuns e diversos EPs. E no próximo dia 1º de julho, eles lançam seu quarto disco prontos para ampliar ainda mais seus horizontes.
The Sounds of the Universe chega às plataformas digitais pela Abraxas Records e ganha versão em vinil colorido 12 polegadas – no segundo semestre de 2021 – pela Forbidden Place Records, gravadora de Colorado (EUA).

O EP ‘The Sounds of the Universe’

Formada por Alexandre Canhetti (vocal), Pedro Canhetti (guitarra solo), Rafael “Psy” Daltro (guitarra base), Danilo Oliveira (baixo) e Gabriel Santiago (bateria), o novo trabalho da Gods & Punks é composto por quatro faixas inéditas e cinco versões de músicas do EP de estreia, The Sounds Of the Earth.
A influência de bandas como Monster Magnet e Red Fang, além da pegada setentista do rock, são notadas em todos os riffs da Gods & Punks desde a primeira faixa, “Eye in The Sky”. Esta canção tem um andamento melódico, sombrio e pesado mostrando o que nos espera ao longo do disco.
As quatro músicas inéditas seguem o mesmo caminho. Peso, melodia e intensidade. “Ejection” tem uma levada prog rock bastante comum em bandas como Rush e Led Zeppelin. Já “Dimensionaut”, o primeiro single, tem um peso mais heavy metal e uma linha de baixo absurda. Com certeza, uma das melhores do álbum. “Nebula Haze” e “All Systems Fail” são músicas instrumentais com uma atmosfera altamente viajante. Destaque para o solo de bateria de Gabriel Santiago.
A última música “Gravity” evoca um Black Sabbath com o vocalista Alexandre Canhetti lembrando muito um Ozzy Osbourne em começo de carreira. A banda inteira entrega uma canção extremamente forte e bem tocada. Solos de guitarra intensos, pegada de qualidade e um digno final para um álbum que não nega as fontes que bebe. Pouco original sim, mas quem disse que tudo tem que ser inovador? Pode só ser bom. E The Sounds Of The Universe da Gods & Punks é.

Arte de qualidade

Por fim, importante falar também da belíssima arte do EP, uma co-criação entre Cristiano Suarez e Bruno Kros. Segundo a própria banda, “o processo visual segue o conceito de músicas regravadas e inéditas, assim, dando novo significado à arte original feita por Suarez para o EP de 2016. Para isso, Bruno Kros elevou ao máximo os níveis de psicodelia, inspirados em capas de bandas como Monster Magnet, Black Sabbath e Uncle Acid and the Deadbeats”. Seja como for, não é só uma capa bonita e sim, uma das mais incríveis do ano. Boa arte, boa música. Tudo em perfeita harmonia.
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Capa do EP Gods & Punks – ‘The Sounds of the Universe’

Gods & Punks The Sounds of the Universe crítica de EP álbum

Foto: Divulgação

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN