Manda música primeiro álbum

EXCLUSIVO: Revelação do pop, Manda fala sobre primeiro álbum, ativismo e carreira

Wilson Spiler

Ela canta, ela toca, ela compõe, e agora quer ampliar o alcance de sua voz. Destaque na cena da nova MPB, Manda lança seu primeiro álbum pela Sony Music nesta sexta-feira, dia 27 de agosto. Música é o nome do disco da artista, que faz sua transição do Gospel para o Pop.

O trabalho traz oito faixas autorais, sendo seis inéditas, incluindo os singles “Camomila” – que alcançou mais de 250 mil views no YouTube em apenas uma semana -; bem como “Ninguém é como vc”, selecionado para a trilha sonora do novo filme da escritora Thalita Rebouças. As músicas falam de amor, de liberdade, de reflexão, de forma tranquila e com uma visão otimista, apresentando um pouco da cantora para o público.

Apesar da forte inspiração internacional, que passa por nomes como John Mayer, Jacob Collier e Jamie Cullun, Manda vê o Brasil como um lugar com muita gente talentosa e faz questão de valorizar a música nacional. Anavitória, Vitor Kley, Tiago Iorc e Gilsons são alguns dos artistas brasileiros que a cantora admira e tem como referências.

Para celebrar o novo álbum Música, o ULTRAVERSO conversou com a Manda sobre, claro, o disco, música, carreira e causas sociais. Confira o bate-papo!

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ULTRAVERSO: Da igreja para grande revelação do pop. Por que essa transição?

Manda: Na verdade deixe-me fazer uma correção, rsss. Eu não saí da igreja.
Eu continuo frequentando a minha comunidade como sempre fiz. O que mudou na verdade é que eu não trabalho mais com o segmento gospel. A possibilidade dessa transição desde sempre esteve ali em algum lugar dentro de mim, mas precisava do momento certo pra acontecer.

Assim como foi natural que eu cantasse a respeito da minha fé, pois foi o ambiente em que eu cresci, também foi muito natural o processo de amadurecer como artista e desejar conversar com outros públicos e abordar outros temas. Eu quero me sentir livre pra fazer minha arte. E tô muito feliz com o momento que eu tô vivendo.

Você começou a compor aos 13 anos. Por que só aos 22 veio lançar a primeira música? E como você se inspira para compor?

Manda: A gente costuma achar que pra ser cantor basta ter talento, mas não é bem assim (risos). Tem muita coisa no pacote e eu não estava disposta. Eu sempre fui muito tímida e precisei de tempo pra me sentir finalmente segura, mas, no final, confesso que foi a melhor coisa que eu fiz.

Hoje eu sou muito convicta de quem eu sou, do que eu quero, do que nasci pra fazer. A inspiração é um tanto mistificada, mas é mais prático do que parece. A gente recebe um monte de informação o tempo todo. Enquanto tá num metrô lotado na hora do rush, de frente pra uma paisagem incrível, num dia triste, num dia feliz, ou num dia qualquer depois de uma conversa com uma amiga.

Eu sou uma pessoa que sempre tá fazendo mil reflexões de tudo o que acontece comigo e à minha volta. Daí tem hora que eu decido sentar pra compor e os insights vem naturalmente porque a criatividade pra mim é como um poço que eu vou enchendo no meu dia a dia, pra “retirar” no momento certo.

Piano, baixo, bateria e violão. Até onde vai sua sede de tocar instrumentos? Há algum que tem vontade de aprender ainda?

Manda: Eu simplesmente amo tocar. Talvez eu ame mais até do que cantar, confesso (risos). Eu tenho loucura pra aprender acordeom. Quem sabe um dia 🙂

Manda primeiro álbum música

Foto: Pedro Bucher

‘Camomila’ foi um verdadeiro sucesso no YouTube. A que deve esse sucesso?

Manda: Ao meu público maravilhoso que é muito fiel e embarca nas minhas doideiras (risos). Mas só o fazem porque sabem que eu faço arte do meu coração, e de um lugar de verdade, Quando a gente faz as coisas desse lugar sempre dá bom 🙂

E qual foi sua reação diante da grande repercussão já no primeiro single?

Manda: Ah eu fiquei muito surpresa e muito feliz. Juro que não esperava.

‘Ninguém é como vc’ fará parte do novo filme de Thalita Rebouças. Como surgiu o convite?

Manda: Uma das pessoas que trabalha comigo é amiga de anos da Thalita. Um dia ela nos apresentou num rolê que teve na casa dela e foi mó (sic) legal. Eu cantei e toquei algumas músicas, outros amigos que estavam lá também.

A partir daí ela me chamou pra compor uma música pra um outro filme dela e a química foi assim imediata. Depois veio o convite pra integrar a trilha sonora deste que será lançado agora e eu não poderia ter ficado mais radiante. Vai ser incrível!

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Você também é ativista do projeto Maio Laranja. Conte-nos, por favor, mais sobre o assunto.

O Maio Laranja é uma campanha de conscientização do abuso e da exploração sexual infantil no Brasil. Infelizmente nosso país tem um número absurdo de vítimas, e eu fui uma das tantas crianças. Depois que virei adulta, comecei a fazer terapia e fui percebendo o quanto esta experiência tinha afetado a minha vida por completo.

A partir daí surgiu um desejo de me envolver com essa causa pra tentar em primeiro lugar evitar que aconteça com outras crianças, e em segundo lugar, dizer para os adultos que assim como eu sofreram na infância, que há esperança e há cura depois do trauma.

Desde então o Maio Laranja tem sido uma das minhas grandes alegrias, porque a gente já alcançou muita gente. É uma causa com a qual eu me casei e vou levar pro resto da minha vida.

Além desse projeto, você é engajada em outras causas?

Eu não diria engajada, mas talvez simpatizante de toda causa que diz respeito a direitos humanos e também toca muita forte em mim a questão da preservação do meio ambiente. Eu amo natureza, amo animais e provavelmente teria sido veterinária se não fosse artista (risos).

Atualmente eu tenho flertado com o veganismo e acho que daqui uns dois ou três anos eu terei parado de comer carne por completo.

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Ouça Música, primeiro álbum de Manda

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Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
NAN