The Cold and the Craving Never End crítica de álbum

Never End tem peso e melodia, mas soa datado em álbum de estreia

Cadu Costa

Se você pensa que música de português é fado, sugiro pensar de novo. Os nossos colonizadores também curtem rock pesado na veia e isso não é piada. Pelo menos é o que mostra a banda Never End. Os portugas metaleiros assinaram com a gravadora americana Brutal Records e apresentam seu álbum de estreia The Cold and the Craving.

Com um som que mescla várias vertentes do metal e rock’n’roll, podendo ser classificado como new thrash, groove metal e/ou metalcore, o disco traz nove canções que, segundo a banda, “refletem a natureza conflitante da condição humana e representa uma oportunidade para refletir e explorar essa experiência”. Será?

A banda

Fundado no início de 2007 por Bruno Faustino na voz e guitarra, Paulo Aparício na bateria e Bruno Santos no baixo e na voz, de fato, a Never End apresenta melodias misturadas a um som pesado e muito barulho. A bateria é sempre nervosa e dita o ritmo de todo o álbum. O vocal também mescla guturais com refrões mais cantados. Uma sonoridade, aliás, muito semelhante a bandas como Avenged Sevenfold e Killswitch Engage.

A faixa de abertura “Nightmares”, no entanto, poderia tocar em qualquer disco de new metal do final dos anos 90 visto que todo mundo queria fazer exatamente esse tipo de som naquela época.

“Fake It All”, porém, já atravessa os anos 2010 com seu peso constante e sua mescla vocal de gritos e falsetes. Apesar disso, tem um andamento que te pega de primeira, e é disparada a melhor de The Cold and the Craving.

O restante do álbum segue essa linha, lembrando também mais de Lamb of God ou Five Finger Death Punch. “Building Shields” e “Driven So Far” podem agradar também a um público mais jovem vindo do pop-punk.

Conclusão

Por conta disso, a Never End mostra em The Cold and the Craving, seu álbum de estreia, não ser uma banda ruim, nem boa, é apenas datada. Tem muita paixão e técnica em seu trabalho, mas o excesso de canções divididas em vocais limpos e gritos grosseiros unidos a letras desconectadas da realidade não é o suficiente por si só para torná-lo algo nada além de esquecível.

The Cold and the Craving, da Never End, está disponível nas principais plataformas digitais e no Bandcamp da Brutal Records.

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Ouça The Cold and the Craving, da Never End

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN