‘Mais que Amigos: Vizinhos’ é digno dos piores momentos da pandemia
Wilson Spiler
Com o avanço da vacinação e a pandemia do coronavírus caminhando para o fim, muitas produções começam a contar a história dessa tragédia mundial por diferentes visões. Já tivemos Isolados: Medo Invisível, por exemplo, drama produzido por Michael Bay, que, enfim, é… Michael Bay. Agora, nesta quarta-feira (20), a Netflix traz para seus assinantes o filme francês Mais que Amigos: Vizinhos (8 Rue de l’Humanité), um retrato mais bem-humorado desse período tenebroso.
No longa, enquanto muitos fogem da capital por causa da pandemia, sete famílias ficam presas em um condomínio. Entre eles, uma dona de café que reutiliza seu álcool de pera como um gel hidroalcoólico; um personal trainer que faz lives para seus seguidores; sua noiva, uma cantora que está grávida de sete meses e não quer ir ao hospital sozinha; um casal em crise e com diferentes pensamentos com relação à doença; e um síndico que também passa por dificuldades com a família.
Nesses três meses de confinamento, essas pessoas do mesmo prédio, que não se conheciam realmente, se encontram, se aproximam, brigam e se reconciliam novamente, num misto de alegria, medo, humor e drama.
De boas intenções…
Pode-se dizer que Mais que Amigos: Vizinhos teve boas intenções? Acredito que sim. O início do filme é bonito, mostrando as pessoas aplaudindo, gestos carinhosos, vizinhos se unindo e cada um tentando se ajudar da melhor maneira possível. Tudo o que vimos lá no início da catástrofe que assolou o mundo. Mas que a ideia foi muito mal executada, isso foi.
Primeiramente, tratar uma pandemia que já matou quase cinco milhões de habitantes do planeta como comédia já é um passo arriscado e talvez seja visto como desrespeito às vítimas. Mas, até aí, podemos levar em conta que o mundo clama por algo mais leve nesse momento e é provável que os risos afetem positivamente muitas pessoas.
Prato cheio para mal informados ou mal intencionados
O pior do filme é, certamente, abordar o tema de forma jocosa é um prato cheio para os mal informados ou mal intencionados. Afinal, é feito o lockdown, mas ninguém usa máscara. Apenas um personagem, basicamente, se preocupa com isso. E, mesmo assim, ele é mostrado como paranoico e caricato, e é um dos únicos infectados com o vírus.
O cientista que busca a cura para a doença, por exemplo, utiliza a máscara de forma errada, deixando o nariz para fora. E até uma médica que trabalha em um hospital com doentes internados na UTI atende os vizinhos sem preocupação alguma com esse acessório tão básico.
Para não dizer que o filme Mais que Amigos: Vizinhos é uma desastre completo, o drama do zelador Diego Romano (Jorge Calvo) com sua esposa internada por Covid-19 é, de fato, emocionante. O desfecho do filme faz exatamente o que não vimos durante toda os longos 126 minutos: assusta e mostra na pele as consequências da terrível doença. A bela trilha sonora embalada esse momento genuíno ajuda a cena a tocar mais fundo no coração do espectador. Pena que todo o restante é digno dos piores momentos desses dois anos insanos que estamos vivendo.
Onde assistir ao filme Mais que Amigos: Vizinhos?
A saber, o filme Mais que Amigos: Vizinhos, comédia dramática de suspense polonesa, está disponível para assistir de forma exclusiva para assinantes da Netflix desde esta quarta-feira, dia 20 de outubro de 2021.
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Trailer do filme Mais que Amigos: Vizinhos, da Netflix
Mais que Amigos: Vizinhos – elenco do filme (Netflix)
Dany Boon
Francois Damiens
Laurence Arné
Yvan Attal
Jorge Calvo
Ficha Técnica
Título original do filme: 8 Rue de l’Humanité
Direção: Dany Boon
Roteiro: Dany Boon e Laurence Arné
Data de estreia: qua, 20/10/2021
País: França
Duração: 126 minutos
Gênero: comédia
Ano de produção: 2021
Classificação: 12 anos