DJ Camilla Brunetta

DJ Camilla Brunetta é o destaque das pistas cariocas

Rafael Vasco

Com energia de sobra, a DJ Camilla Brunetta tem sido um dos destaques das pistas cariocas. Assim, com oito anos de carreira, ela já coleciona grandes conquistas, como a residência na festa ‘Tardezinha’, liderada pelo cantor Thiaguinho. Além disso, Brunetta lançou em 2021 seu primeiro single autoral, a faixa ‘Hacer Maldade’, já disponível nas plataformas digitais.

Aliás, a DJ fechou o ano com chave de ouro, foi uma das atrações do Festeja, evento que aconteceu no Rio de Janeiro em dezembro. Nele, ela apresentou um setlist exclusivo com mais de 60 canções, dos mais variados gêneros, em que colocou o público para dançar e finalizou com uma homenagem à Marília Mendonça.

Sendo assim, o ULTRAVERSO convidou a Camilla para uma conversa em que falamos sobre carreira, festivais, influências latinas entre outros assuntos. Portanto, confira o nosso bate papo:

ULTRAVERSO: Camilla, sua formação é em hotelaria, inclusive já trabalhou na área. Eu gostaria de saber em que momento a música e a discotegagem entraram na sua vida?

CAMILLA: Foi uma surpresa para mim também. Aliás, tudo começou com uma brincadeira de criar uma festa com músicas anos 90/2000, a ‘Festa Vambora’, na época da minha adolescência. Porém, a festa surpreendeu a todos e se tornou uma grande referência no Rio de Janeiro. Como não tinha nenhum DJ que tocasse o que eu estava querendo, eu e minha sócia da época nos aventuramos e deu certo. Com isso, quando vimos, já estavam nos contratando para tocar em vários eventos como uma dupla.

Você tem festas importantes no currículo, como a ‘Vambora’ e a ‘Tardezinha’. Mas, em que medida estes grandes eventos contribuíram para o seu crescimento profissional?

CAMILLA: A ‘Vambora’ era a minha filhinha, eu tinha um carinho enorme por ela. Foi ela que “me fez”. Por isso, eu digo que nascemos juntas. Ela que me fez o que sou hoje, se eu não tivesse criado a ‘Vambora’, não teria me aventurado a começar a tocar.

Já a ‘Tardezinha’ tem um peso imenso no processo de transformação da “Camilla da Vambora”. Portanto, a ‘Tardezinha’ me trouxe experiência com a pista e me mostrou a correria dos bastidores junto com chance de tocar Brasil afora, o que deu grande visibilidade ao meu trabalho. Ela também me desvinculou da Vambora, e foi através dessa oportunidade que tive a chance de definir quem era a Camilla. Logo, essa experiência foi essencial para chegar até aqui.

Em 2021 você lançou a sua primeira música autoral, a bilíngue ‘Hacer Maldade’. Nesse sentido, conte como foi o processo criativo dessa faixa?

CAMILLA: Eu queria que a minha primeira música autoral contasse um pouco da minha história e de quem eu sou. Queria que fosse uma espécie de introdução para que todos conhecessem um pouco mais sobre mim, já que estava estreando em um mundo completamente novo e diferente. Com isso, a partir daí que tive o insight de unir os idiomas [português e espanhol] para que essa primeira faixa fosse um ‘funketon’.

Tendo também raízes argentinas, de que maneira tem enxergado o crescente intercâmbio musical brasileiro com o mercado latino, isso pode favorecer a expansão do seu trabalho para fora?

CAMILLA: Com certeza! Graças a esse intercâmbio musical que eu pude lançar sem medo minha primeira música ‘Hacer Maldade’ de forma que sabia que ela seria ouvida tanto pelos meus amigos no Brasil quanto pela minha família na Argentina, por exemplo. Eu cresci escutando reggaeton, cumbia, pop latino e funk carioca e depois de tantos anos ver essa barreira se rompendo e essa união musical cada vez mais forte, é ótimo e super animador. Por isso, eu acho essencial buscarmos nossa autenticidade musical e trazermos coisas novas para o mercado. Assim, eu sou suspeita para falar, mas acredito que o potencial que essa mistura de ritmos traz é de uma riqueza absurda.

A setlist da Camilla vai do funk ao sertanejo (Foto: Reprodução Instagram)

Você já fez grandes parcerias, uma delas com a Orquestra Sinfônica de São Paulo, junto com o Maestro Antônio Carlos Martins. Fale como foi essa experiência.

CAMILLA: Isso foi algo memorável demais para mim. Poder unir um beat de funk com musica clássica foi surpreendente e fiquei muito honrada em poder fazer parte de algo tão inovador e especial.

Camilla, pode adiantar alguma parceria que já está planejando ou então alguém que tem vontade de rolar um feat?

CAMILLA: Eu sou conduzida pelos meus sonhos. Desse modo, sonhos grandes me motivam e me dão energia para continuar até que eu consiga realizar um a um dessa minha listinha. Por esse motivo, ainda não vou contar o que vem por aí, mas 2022 vai ser um ano incrível.

É possível notar que no mainstream existem muito mais DJ’s homens do que mulheres. Sendo assim, o que precisa ser feito para que este panorama mude?

CAMILLA: Há poucos meses li uma pesquisa apontando um aumento na representatividade das DJs mulheres, e de fato tenho notado que – mesmo em passos de caracol – essa lacuna está finalmente começando a se fechar. Porém, ainda existe um longo caminho para andar, e a falta de representação é obviamente clara, mas estamos nos inserindo e ganhando mais visibilidade a cada dia que passa e isso mostra que esta é a direção certa.

Para finalizar, vemos que aos poucos os grandes eventos estão voltando a acontecer, e recentemente você esteve no Festeja, no Rio de Janeiro. Como tem sido essa retomada e poder reencontrar o público?

CAMILLA: Emocionante! É essa troca de energia que me move, esse é o meu combustível. Portanto, subir em um palco e poder ver a alegria do público não tem preço. Então, se fazer presente naquele momento especial para quem está ali te ouvindo e assistindo é uma experiência única. Por isso, essa retomada está sendo mágica, e poder voltar já entrando de cabeça em um line up de um festival como o Festeja foi algo que eu jamais imaginaria acontecer ainda em 2021. Fiquei feliz demais.

Enfim, acompanhe a Camilla Brunetta

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Rafael Vasco

Um viciado em informação, até mesmo as inúteis. Com dois minutos de conversa, convenço você de que sou legal. Insta: _rafael_vasco
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