KoRn lança ‘Requiem’, o melhor álbum de rock de 2022 até agora
Cadu Costa
O KoRn é uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, gostem ou não. Desde o lançamento do primeiro álbum Korn, em 1994, já venderam mais de 40 milhões de discos no mundo inteiro, o que faz com que sejam um dos grupos de metal mais bem-sucedidos das últimas décadas.
A banda possui sete álbuns que atingiram certificação de platina nos EUA, e dez estreias consecutivas no top 10 do Billboard 200, tendo atingido o topo da parada musical com os discos Follow the Leader (1998) e Issues (1999). Além disso, já tiveram sete nomeações para o Grammy Awards, tendo ganho duas vezes.
Tudo isso para dizer que nesta última madrugada de quinta (3) para sexta-feira (4), o KoRn lançou talvez o seu melhor álbum desde The Path Of Totality, de 2011, seu flerte com o dubstep; ou Serenity Of Suffering, de 2016, do hit “Rotting In The Vain”.
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Pesado, melódico, fresco, moderno e familiar
Requiem é o 14º disco do KoRn e soa pesado, melódico, fresco, moderno e familiar. É acessível sem nunca se sentir forçado e encontra o vocalista Jonathan Davis em um dos lugares mais interessantes de sua carreira, liricamente.
Com apenas nove faixas, há poucos momentos que parecem menos do que essenciais. No seu melhor, é excelente. Talvez por ter vindo de um momento sombrio do trabalho anterior, The Nothing, de 2019, Requiem parece encontrar o KoRn num momento mais feliz e estável. Foi lançado cheio de pompas com direito a live no YouTube com Jon, Munky, Head e Ray Luzier tocando de dentro de uma igreja metodista acompanhados por um coral religioso. Uma missa do metal. Simplesmente fantástico.
Tudo começa já na abertura com “Forgotten”, o segundo single lançado, com o peso e os refrões contundentes sendo como uma frequência feita para grudar na alma. Nunca foi fácil avaliar o KoRn. Sempre foi preciso esforços para tentar definir que tipo de som iríamos ouvir. Odiados por uma galera mais tradicional do metal, sempre foi inegável a modernidade que buscavam preencher num meio tão conservador.
Conhecedor da escuridão
Não é diferente em Requiem. Aqui podemos ver as melhores faixas da carreira tanto como algumas das mais intrigantes sonoridades já produzidas pelo grupo. Jonathan Davis é um homem que conhece bem a escuridão, duvida que os bons tempos possam durar como afirma em “Let The Dark Do The Rest”.
Mas em “Start The Healing”, o primeiro single e videoclipe, é como se ele e seus amigos iniciassem justamente o processo de cura da dor. Num momento como o atual nada mais soa tão real quanto isso. Musicalmente soa diferente do KoRn mas ao mesmo tempo exibe o mesmo tipo de experimentação que sempre caracterizou a banda.
Musicalidade diversa
Vem então “Lost In The Grandeur”, o terceiro single, que assim como a faixa anterior causou algumas reclamações após seu lançamento por ser considerado muito pop por fãs mais xiitas. No entanto, suas melodias são perfeitas e é inegavelmente uma das melhores do disco. Impossível não cantar seu refrão desde a primeira audição.
“Disconnect” é outra que surpreende por uma musicalidade tão diversa quanto intrigante e tente ouvir “Hopeless And Beaten” sem associar a visão do KoRn sobre o mundo tão sem esperança quanto o de hoje. É praticamente a trilha do final dos tempos.
“Penance To Sorrow” e “My Confession” apresentam uma forma old school do KoRn desde a gravação, feita em fita analógica, e garantem uma brilhante volta ao final dos anos dourados da banda com peso, melancolia e nostalgia.
O final não poderia ser melhor que “Worst Is On Its Way”. Pesada, letra densa, com aquelas vocalizações de Jon ao extremo, enfim, soa como o bom e velho KoRn de sempre. Escolha a sua época favorita.
Impecável
Por fim, Requiem não é apenas excelente por si só, mas ao capturar novos caminhos para uma banda com quase 30 anos de carreira podemos imaginar o quanto de estrada o KoRn ainda tem pela frente. Inacreditável não estarem no Rock In Rio desse ano em detrimento de velharias pra lá de batidas como Guns N’ Roses ou Iron Maiden. E, por Exu, quem aguenta Megadeth?
O KoRn não está de volta com Requiem porque eles nunca se foram. Desde sempre os caras são modernos, clássicos e nunca param no tempo. Aturem ou surtem porque este é, definitivamente, o melhor álbum de rock de 2022 até o momento.
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