Bastille faz importante alerta em ‘Give Me The Future’
Cadu Costa
A banda britânica Bastille (ou BΔSTILLE como é estilizada) lançou seu aguardado novo álbum Give Me The Future na última sexta-feira (4) e já está sendo aclamado pela mídia. Mas o que nós achamos? Vem que o ULTRAVERSO te conta.
Formada em Londres, em 2010, a Bastille era originalmente um projeto solo do cantor e compositor Dan Smith, que mais tarde decidiu formar a banda. Então, após o lançamento de seu primeiro disco Bad Blood (2012) e um relativo sucesso no Reino Unido, era hora de ganhar o mundo e pelo alvoroço criado pelo quarto novo trabalho, digamos que conseguiram.
Give Me The Future veio cercado de expectativas de como o electro-pop-rock da Bastille iria se apresentar num mundo pandêmico. E a resposta é a melhor possível.
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Possibilidades alternativas
Com a abertura distorcida e mal-humorada de “Distorted Light Beam”, a Bastille introduz um mundo excitante de possibilidades alternativas. Dan Smith canta: “sentindo como / se isso é vida / estou escolhendo ficção”. Isso soa quase como uma resposta à pergunta colocada em “Way Beyond”, do disco Wild World, de 2016, – “quando a vida real é mais fodida do que a ficção / você quer se livrar disso?”
Essa obsessão com a atração atraente de uma nova realidade e as alegrias, armadilhas e realizações que a acompanham é o que se desenrola nas próximas 12 faixas. À medida que o zumbido eletrônico e as cordas dramáticas se fundem catarticamente, Give Me The Future liga o alerta sobre a nossa dependência da tecnologia.
Soa estranho vindo de uma banda que usa justamente a tecnologia para extrair o melhor se seu som? Sim, mas a forma como a Bastille apresenta isso é muito didática e dinâmica.
Canções e videoclipes da Bastille
Basta prestar atenção nas canções – e em seu videoclipes – “No Bad Days” e “Shut Off The Lights”. Na primeira, um exemplo bruto de electro-pop temperamental com um efeito robótico cativante na voz de Dan Smith. Chama a atenção para a construção de batidas animadas, interrompidas por um lindo piano pós-refrão. O registro expressa uma curiosidade em relação ao potencial da tecnologia futura detalhando explicitamente quais resultados eles temem e por quê.
Já em “Shut Off The Lights”, a música segue por um caminho mais analógico até mas de uma simplicidade que beira o melhor da banda. Com imagens demonstrando como deveríamos viver mais sem tanta preocupação com o celular, com certeza é uma das melhores faixas do álbum.
A crítica ao mundo moderno continua. A faixa que dá nome ao título destaca as “vantagens” de se viver nessa nova realidade virtual. A sonoridade no entanto, se destaca. Um rock eletrônico que nos remete ao melhor do Daft Punk. O clipe destaca ainda a volta aos shows e como os abraços fizeram falta pós-quarentena.
Melhor e mais amplo trabalho da banda
“Club 57” é uma canção mais leve, com refrão cantante e começa a encaminhar o fim da experiência. E após um interlúdio, ele chega com “Future Holds”. A letra é um raro momento de otimismo brilhante de Give Me The Future com um lado positivo: “Quem sabe o que nos aguarda no futuro? Não importa, desde que eu tenha você”.
Enfim, Give Me The Future alcança tudo o que um álbum pop deveria e se destaca como melhor e mais amplo trabalho da Bastille. Acaba sendo a trilha sonora perfeita para uma vida pós-bloqueio. Com transições únicas, bem como divertidas, um tema e uma vibe futurista incrível, não temos dúvidas que conseguiram.
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