Ouça agora e leia a crítica completa do novo álbum de Machine Gun Kelly, "mainstream sellout", disponível em todas as plataformas digitais.

Em ‘mainstream sellout’, MGK entrega uma coleção de hits pop-punk

Jhone Silva

O príncipe do pop-punk, Machine Gun Kelly, nome artístico de Colson Baker, lançou seu sexto álbum de estúdio, “mainstream sellout”. O músico que anteriormente se aventura na cena do rap, desde o seu álbum anterior “Tickets to My Downfall”, mergulhou de vez no pop-punk/emocore. Aliás, hoje sabemos que esta foi a melhor decisão que MGK tomou em sua carreira. Dessa forma, com o lançamento de mainstream sellout, Machine Gun Kelly prova que estava preso no gênero errado por muito tempo.

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Este álbum é, antes de mais nada, um sucessor do anterior. Não há, no curto interregno de tempo, uma desconexão musical. Melhor dizendo, em mainstream sellout, MGK está continuando o trabalho feito em “Tickets to My Downfall”. No entanto, existem uma diferença de tom entre os dois. Neste novo LP, o artista toma um caminho muito mais sombrio e introspectivo, abordando assunto como a morte dos pais e suicídio. No entanto, assuntos mais leves, porém polêmicos também são abordados, como seu relacionamento com a atriz Megan Fox e sua relação com a mídia.

Visceralidade psicológica

O pop-punk pode ser um pouco assustador para alguma pessoas, já que a visceralidade psicológica apresentada nas letras do gênero, às vezes não é bem-vinda aos ouvidos e mentes de quem apenas que ruma companhia musical na ida para a faculdade ou trabalho. E “born with horns” e “god save me”, as primeiras faixas do álbum, já são um bom exemplo disso. Na primeira, o músico se compara a “a cria do diabo” para dizer ao mundo que ele não importa se é convencional ou não e, que está pouco se lixando para o que os outros querem que ele seja.

Eu prefiro ser uma aberração do que o fantoche de alguém
Solte sua coleira, eu não pertenço ao circo

Já em “god save me” apresenta um MGK frustrado, confuso e irritado, que expõe as angústias de sua vida, ponderando sobre a morte de seus pais, tentativas fracassadas de suicídio e como a mídia o deixa louco. Tudo isso resulta em um som potente e avassalador que, sem dúvida, estará em todas as futuras playlists de melhores pop-punks da história.

A próxima faixa é “maybe”, que conta com a participação de Bring Me The Horizon. Se na faixa anterior o músico apresentava-se frustrado, nessa é a vez do ouvinte ter essa sensação. A banda britânica até consegue dar sabor a música, mas o refrão e, consequentemente o restante da música são simplesmente decepcionantes.

Faixa-título

Outro ápice do álbum é sua faixa-título, onde Kelly basicamente grita e zomba da reação que enfrentou dos puristas do rock e underground, que demonstraram estar horrorizados ao ver um rapper “vendido” entrar em suas cenas.

Deixe a cena que você está arruinando
Você se vendeu e isso me deixa doente
Então, saia da cena que você está arruinando

“emo girl”, o single de maior sucesso do álbum, feito em parceria com WILLOW, vem sendo duramente criticado por ser extremamente genérico e repetitivo. Tais críticas não poderiam ser mais certeiras, no entanto, a canção também conta com pontos positivos que precisam ser ditos. O primeiro, são os vocais arrematadores de MGK e WILLOW. Além disso, a guitarra soa magnificamente empolgante, de maneira que é impossível bater cabeça, mesmo que de forma comedida. É uma faixa genérica? É! Mas é o melhor retrocesso ao início dos anos 2000 possível.

Enfim, mainstream sellout encerra com a canção “twin flame”, uma verdadeira e sincera carta de amor do artista para a sua noiva, Megan Fox. A letra diz:

Eu fico inseguro e em pânico porque eu sei que você é pura demais para isso
Você é muito bom para mim, sou muito ruim para manter
Estou muito triste, solitário, quero apenas você

Essa declaração bela e honesta de se sentir indigno do amor de alguém é, sem dúvida, algo que muitos jovens românticos poderão se relacionar.

Conclusão

Dessa forma, mainstream sellout é, no geral, um bom álbum. De fato, não é a obra mais original que existe. No entanto, seus refrãos cativantes e instrumentos avassaladoramente rápidos criam uma musicalidade contagiante perfeita para acompanhar o ouvinte nas idas e vindas do dia a dia.

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Ouça o álbum mainstream sellout, de Machine Gun Kelly

Jhone Silva

Um jovem paulistano que aproveita a boemia da maior cidade brasileira, embora prefira ficar trancado em seu quarto lendo, assistindo, escutando e jogando e fazendo arte. Mas sempre com uma qualidade duvidável, é claro.
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