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Vida longa para ‘A Mulher Rei’

Agenor Florentino

Dirigido por Gina Prince-Bythewood e com grandes nomes no elenco como Viola Davis, Thuso Mbedu, Lashana Lynch, Jhon Boyega, A Mulher Rei (The Woman King) estreia na próxima quinta-feira (22) nos cinemas brasileiros.

História real de A Mulher Rei

O filme acompanha a história baseada em fatos de Nanisca, que foi uma comandante do exército do reino de Daomé na África entre os séculos 17 e 19. Elas formaram um grupo militar composto apenas por mulheres e, juntas, combateram os colonizadores franceses, assim como todos aqueles que tentaram escravizar seu povo e destruir suas terras. O grupo das Amazonas Dahomey – ou Agojie, como eram conhecidas – foi criado por conta de sua população masculina enfrentar altas baixas na violência e guerra cada vez mais frequente com os estados vizinhos da África Ocidental.

É muito importante destacar que, apesar de se basear em fatos históricos, a diretora teve total liberdade artística para implementar e modificar alguns elementos da história a fim de que seu entendimento e desenvolvimento ficasse mais claro. A cineasta, então, focou na narrativa pela perspectiva de Nanisca (Viola Davis) e Nawi (Thuso Mbedu), pois estas duas dividem o protagonismo, tanto na ascensão de Nawi, que tem sangue de guerreira desde criança e entende melhor seu lugar neste mundo; quanto de Nanisca, que carrega uma grande responsabilidade e sempre agiu pela razão, mas certos motivos o fazem agir agora também, inclusive por emoção na maioria das vezes.

Contexto feminino e trilha sonora

Toda a luta da tribo do reino de Daomé é bem construída, dando mais dinamismo e imensidão em lutas que vão desde guerras com outras tribos rivais até com ameaças externas de colonizadores. Vemos ainda como esse treinamento é feito e como as guerreiras impõem respeito, bem como precisam também abrir mão de praticamente tudo para lutar por esse ideal.

O contexto feminino e a força que ele exerce também é muito bem desenvolvido. A relação de respeito de Nanisca com o rei Ghezo (John Boyega) é de total respeito. E ambos são necessários, tanto no âmbito de administração e das relações com o que está por vir, quanto no ato de estratégia de luta. Cada um respeitando muito o outro, pois sabem que apenas juntos podem chegar ao sucesso. As coreografias de lutas são geniais, o que leva a uma mistura de brigas com armas, MMA e técnicas que valorizam a agilidade em detrimento de somente a força bruta.

A trilha sonora e a musical criam um ambiente extremante real. Os sons de ambientação provocam um clima de extrema tensão aliado às músicas com um instrumental forte e crescente, que nos colocam junto das guerreias e prestando atenção nos mínimos detalhes, assim como nas mais diversificadas e impressionantes atuações.

Sem sombras de dúvida, A Mulher Rei é um dos melhores filmes do ano e vai agradar todos os tipos de públicos. E fica muito claro que as Dora Milage do MCU têm total referência das Agojie.