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O Desconhecido The Stranger crítica do filme da Netflix 2022

‘O Desconhecido’ foca no drama e foge do lugar-comum

Jorge Feitosa

Em 7 de dezembro de 2003, o australiano Daniel Morcombe, então com 13 anos de idade, aguardava um ônibus próximo a um viaduto da cidade de Woombye. Como o ônibus quebrou, ele teve que esperar mais um tempo para ir cortar o cabelo e comprar presentes de natal no shopping local. Oportunidade em que foi sequestrado, com seus restos mortais encontrados oito anos depois.

Em cartaz na Netflix, o filme O Desconhecido (The Stranger) adapta o caso de Morcombe com nomes substituídos e sob o ponto de vista dos policiais que investigaram o caso. E onde o agente Mark (Joel Edgerton) conquista a confiança do suspeito Henry Teague (Sean Harris), fazendo-o acreditar que foi contratado por uma organização criminosa.

Atuando também como produtor, Edgerton interessou-se pela história lendo o livro-reportagem de Kate Kyriacou e chamou o promissor diretor Thomas M. Wright, que também escreveu o roteiro.

Narrativa pujante

Com mais experiência na atuação, Wright não decepciona e constrói uma narrativa pujante mesmo com a reprovação da própria família de Morcombe sobre o filme. Deixando de lado a violência que se esperaria desse tipo de obra pra filmar um metódico drama policial.

Uma história com uma forte perspectiva moral em que o policial de Edgerton não apenas interage, mas cuida de Teague enquanto sua fúria cresce na medida em que o investigado se revela cada vez mais abjeto. Além da clara preocupação com o próprio filho, que tem a mesma idade do garoto sequestrado.

Um sequestro seguido de assassinato que não passou impune pelo empenho dos policiais durante anos a fio, mas que também os afetou profundamente.