‘Gemini – O Planeta Sombrio’ tem diálogos truncados e efeitos razoáveis
Marcelo Fernandes
O problema para fãs de produções de gênero, sejam dramas, épicos, fantasia ou qualquer outro, é que geralmente, para cada película que marca a história do cinema, dezenas de outras são feitas sem o mesmo cuidado ou talento. No caso da ficção científica, a cada “2001”, “Star Wars” e afins, existem centenas abaixo, que algumas vezes valem pela galhofa. O que não é o caso deste filme Gemini – O Planeta Sombrio (Zvyozdniy Razum).
A coprodução entre Rússia e Chipre conta a história de um grupo de astronautas que viaja para terraformar um novo planeta, pois a humanidade destruiu a Terra, que, em pouco tempo, se tornará inabitável, com um vírus desconhecido de brinde. Para isso, os corajosos homens do espaço levam consigo uma esfera descoberta há pouco, e que aparentemente foi deixada em nosso planeta, sendo a chave para o futuro da raça humana.
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Referências
Gemini, em seu todo, se assemelha a uma versão do leste europeu sobre algo que parece se tornar onipresente nos filmes ocidentais: as referências. Todo plano, sequência e momento de tensão lembra algo que já foi feito antes e melhor. Tem o monstro de “Alien”, que aparece tão pouco quanto o primeiro “Tubarão”; a viagem que dá errado como em “Perdidos no espaço” e “Enigma do Horizonte”; os longos momentos de silêncio como em “2001”, e daí por diante.
Em nenhum momento os diálogos deixam de nos lembrar que “o sucesso da missão representa o futuro”, com a expressão e similares repetidas à exaustão diversas vezes, entre outras frases de impacto um tanto vazias. A conversa pretensamente científica entedia muitas vezes, começando e terminando sem nenhum contexto ou continuidade.
Tudo raso
O plot, que em um bom filme significa debates de ideias, situações tensas e comentários sobre como estamos destruindo o único planeta que temos, se arrasta por toda a exibição em conversas que parecem replays de alguma dez ou quinze minutos atrás.
Os personagens são rasos, e alguns estão lá apenas para entrarem na contagem de corpos, pois é um terror no espaço. Os únicos que ainda têm uma história anterior são os dois cientistas com visões diferentes, que inevitavelmente entrarão em conflito no terço final, quando a experiência melhora um pouco, se o espectador conseguir chegar até lá.
Os efeitos especiais são aceitáveis para um trabalho que custou cerca de US$ 6,5 milhões, mas o texto final poderia ser bem melhor. Se você está buscando algo para assistir só para passar o tempo, arrisque-se, mas sem muitas expectativas.
Onde assistir ao filme Gemini – O Planeta Sombrio?
A saber, Gemini – O Planeta Sombrio tem estreia prevista para 2 de fevereiro de 2023 exclusivamente nos cinemas brasileiros.
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer do filme Gemini – O Planeta Sombrio
Gemini – O Planeta Sombrio: elenco do filme
Egor Koreshkov
Alyona Konstantinova
Samoukov Kostya
Ficha Técnica do filme Gemini – O Planeta Sombrio
Título original do filme: Zvyozdniy Razum
Direção: Serik Beyseu
Roteiro: Natalya Lebedeva, Dmitriy Zhigalov
Duração: 98 minutos
País: Rússia, Chipre
Gênero: ficção científica, aventura, suspense
Ano: 2022
Classificação: 14 anos