Ginny e Georgia crítica da segunda temporada da série da Netflix (1)

Foto: Netflix / Divulgação

‘Ginny e Georgia’ | Protagonistas brilham em segunda temporada de série da Netflix

Guilherme Farizeli

Ginny e Georgia é daquelas séries que a Netflix não faz muita questão de divulgar, sabe-se lá por quê. Me lembra um pouco o caso de “O Gambito da Rainha”, que, mesmo com a falta de marketing, acabou indo parar nas principais premiações daquela temporada. Não imagino que vá ser o caso da segunda temporada de Ginny e Georgia, já que, em sua essência, é mais uma comédia adolescente recheada de drama (e eu não estou falando do gênero). E porque a galera que vota nas premiações costuma não levar a sério programas, como posso dizer, essencialmente jovens.

A série mostra a relação de Georgia e sua filha Ginny. Georgia teve sua primogênita aos 15 anos (ela também é mãe do fofo Austin), em condições muito difíceis e desde então luta para sobreviver em mundo tremendamente difícil para mães solteiras.

A grande sacada (e o que torna a série tão divertida) é a capacidade de falar sobre muitos assuntos sem se aprofundar muito em nenhum deles. Questões como gênero, saúde mental e racismo fazem parte da essência do programa, mas sem a pretensão de querer educar ou ensinar ninguém sobre tais temas. Eles estão ali presentes porque fazem parte das nossas vidas, estejamos atentos a eles ou não.

Mais linear, segunda temporada de Ginny e Georgia acerta no ritmo

A primeira temporada de Ginny e Georgia tinha a missão de nos apresentar muita informação acerca das protagonistas. Afinal, nós estávamos conhecendo a família Miller bem longe do início de sua jornada. Personagens de apoio precisavam ser introduzidos, os motivos, a tensão. Tudo precisava ser explicado e talvez essa necessidade tenha comprometido o ritmo daquela primeira leva de episódios lançados em fevereiro de 2021.

O resultado prático disso é que os episódios dessa segunda temporada rolam de uma maneira muito mais fluida e natural. Existe muito espaço para o desenvolvimento da jornada das nossas protagonistas, ao passo que as histórias paralelas também acabam nos cativando. Tudo isso culmina numa vontade deliciosa de assistir episódio atrás de episódio. Foi assim, por exemplo, que acabei com os 10 episódios em menos de dois dias.

Coadjuvantes de luxo elevam o nível do produto final

Com um texto muito bem escrito (coisa cada vez mais rara em Holywood hoje em dia), os personagens que flutuam em volta de Ginny e Georgia acabam se destacando mesmo com menos tempo de tela. Nesse sentido, as personagens femininas são um ponto alto. As meninas do MANG estão todas muito bem, fazendo a gente realmente se importar com os problemas menos importantes do mundo adolescente. Entre elas, destaco Maxine Baker, interpretada pela maravilhosa Sara Waisglass, que está dando um show.

No melhor estilo Shoshanna Shapiro (de “Girls”, da HBO), ela entrega tudo. Humor, drama desnecessário e, eventualmente, olhinhos de “Gato de Botas” que enchem nosso peito de empatia. É de Maxine Baker uma das melhores piadas da temporada, fazendo alusão a “Euphoria”, outra série teen de sucesso que virou referência em abordar temáticas um pouco mais sérias. Com tantos núcleos e personagens, a série cresce muito quando explora todo os detalhes e todo o potencial de seu elenco jovem.

Dupla de protagonistas brilha mais uma vez

Sem dúvida, o melhor da segunda temporada de Ginny e Georgia é o desempenho da dupla de protagonistas. Brianne Howey (Georgia) e Antonia Gentry (Ginny) dão um show a parte, estando entre as performances mais memoráveis dessa temporada da TV. Georgia se mantém focada na missão de proteger os filhos de seu passado, a qualquer custo. Ao passo de que passou a ter menos paciência ainda com os problemas. Ginny se vê dividida com tanta coisa, que se sente sufocada pela personalidade solar da mãe.

Se a temporada começa com as duas em pé-de-guerra, disputando pra ver quem é a mais cabeça-dura, os episódios finais nos reservam um aproximação muito intensa. A reconciliação acontece no episódio seis, com uma das cenas mais bonitas e emocionantes que eu vi na TV nos últimos tempos. Yeap, é atuação digna de Emmy.

Conclusão

A segunda temporada de Ginny e Georgia conseguiu aprimorar questões da primeira, mantendo a história quente e interessante. Ela não se afastou de suas premissas básicas e conseguiu fortalecer ainda mais os laços com os espectadores. A temporada ainda terminou com um cliffhanger daqueles que nos deixam bravos por não ter mais episódios para assistir.

Se tudo der certo, ano que vem teremos mais uma temporada impecável dessa que é uma das séries mais legais da Netflix!

Onde assistir à segunda temporada da série Ginny e Georgia?

A saber, Ginny e Georgia estreou no dia 5 de janeiro de 2023, no catálogo da Netflix.

Trailer da segunda temporada da série Ginny e Georgia, da Netflix

Ginny e Georgia: elenco da segunda temporada da série da Netflix

Brianne Howey

Antonia Gentry

Diesel La Torraca

Felix Mallard

Sara Waisglass

Ficha Técnica da segunda temporada da série Ginny e Georgia, da Netflix

Título original da série: Ginny & Georgia

Temporada: 2

Episódios: 10

Duração: de 54 a 63 minutos

Criação: Sarah Lampert

Direção: Anya Engel-Adams

País: Estados Unidos

Gênero: drama, comédia

Ano: 2022

Classificação: 16 anos

Guilherme Farizeli

Músico há mais de mil vidas. Profissional de Marketing apaixonado por cinema, séries, quadrinhos e futebol. Bijú lover. Um amante incondicional da arte, que acredita que ela deve ser sempre inclusiva, democrática e representativa. Remember, kids: vida sem arte, não é NADA!
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