‘Copenhagen Cowboy’ é questionadora e artística, mas não escapa de problemas
Taynna Gripp
Na série Copenhagen Cowboy, recentemente lançada pela Netflix, Miu (Angela Bundalovic) é uma jovem calada e observadora, acostumada a todo tipo de situação desde que, ainda criança, foi vendida pela mãe como um amuleto de sorte. Ao ser levada ao submundo do tráfico sexual de Copenhagen, ela tem a tarefa de facilitar que sua nova dona engravide. Em uma casa em que mulheres são escravizadas sexualmente, cheia de imigrantes ilegais que são obrigadas a se prostituírem, a moça é a prosperidade do desabrochar que sua patroa, com idade avançada para a fecundação, necessita.
Enquanto Miu vive relativamente confortável na casa, no subsolo, mulheres são exploradas. Mas quando as coisas não saem como o esperado, a protagonista é transformada de amuleto em mais um corpo disponível para sexo pago. A jornada da personagem acaba indo em direção a um assassino misterioso que executa mulheres de forma cruel, em um matadouro.
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Vingança e gatilho
Dirigida por Nicolas Winding Refn (NWR – como prefere assinar nos créditos da série), Copenhagen Cowboy é uma explosão visual em frames neon, ações de ritmo lento e personagens agudos aos nossos olhos tão acostumados ao cinema Hollywoodiano.
A série dinamarquesa não tem o roteiro típico, tampouco a execução do mesmo acontece como prevemos. Existem cenas que não sofrem a censura velada norte-americana, inclusive cabe um alerta de gatilho para o tema estupro. Mas a trama vai além de uma história sobre mulheres que são vendidas. É uma narrativa de uma super-heroína diferente do comum que vai buscar sua própria vingança pessoal.
Tal experiência pode não agradar ao grande público da Netflix, afinal, a série, com seis episódios de em média 50 minutos, é longa e dá voltas, tem cenas escuras e confusas e um idioma original ao qual os ouvidos não estão muito acostumados. Extremamente artística – como toda a obra do diretor – e com um roteiro que se desenvolve lentamente, por vezes, acaba não chegando a um desfecho.
Direção artística
Copenhagen Cowboy está longe de ser mais do mesmo, possuindo um drama com toques críticos e suspense elaborado. Então, se incomodar é uma das funções primordiais da arte, é impossível não dizer que temos aqui uma série com direção artística e história questionadora, bem como roteiro bem elaborado e com personagens interessantes que vão ganhando camadas no decorrer do desenvolvimento da narrativa.
Miu descobre muito sobre si mesma, sobre seus poderes e até sobre o mundo, o que faz com que, a partir do terceiro episódio, a série seja mais fluída, mais fácil de ser maratonada. Ainda assim, não apostaria em uma segunda temporada de Copenhagen Cowboy, embora tudo possa acontecer no submundo dos streamings.
Onde assistir à série Copenhagen Cowboy (2023)?
A saber, Copenhagen Cowboy estreou em 5 de janeiro de 2023 no catálogo da Netflix.
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer da série Copenhagen Cowboy (2023), da Netflix
Copenhagen Cowboy (2023): elenco da série da Netflix
Angela Bundalovic
Andreas Lykke Jørgensen
Jason Hendil-Forssell
Ficha Técnica da série Copenhagen Cowboy (2023), da Netflix
Temporada: 1
Episódios: 6
Duração: de 47 a 56 minutos
Criação: Nicolas Winding Refn
País: Dinamarca
Gênero: suspense, drama, policial
Ano: 2023
Classificação: 16 anos