‘Batem À Porta’ deixa de ser épico por falta de coragem
Bruno Oliveira
Impossível começar esse texto sem falar de M. Night Shyamalan. Para muitos, um gênio; para outros, uma farsa. Sou do time que não chega a idolatrá-lo, mas gosto muito das coisas que faz. Em sua carreira, acumulou tanto acertos quanto erros. A expressão “8 ou 80” cabe perfeitamente em sua bagagem de longas. A expectativa do filme Batem À Porta era justamente saber pra que lado esse pêndulo ia cair. Posso ser suspeito para dizer, mas digo com afinco que essa nova obra é mais um acerto do diretor, mesmo que fique abaixo de seus grandes trabalhos.
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Sinopse
Na trama, o casal Eric (Jonathan Groff) e Andrew (Ben Aldridge), e a filha deles, Wen (Kristen Cui), vão passar as férias em uma cabana à beira de um lago. Enquanto caça gafanhotos na floresta, a menina conhece Leonard (Dave Bautista), um homem educado e amigável que quer ter uma conversa com os pais da jovem. Logo, a tranquilidade some quando um trio se junta ao desconhecido. Ao invadirem a casa e fazê-los reféns, eles dizem que a família deverá fazer um escolha inimaginável para deter um suposto apocalipse.
Épico?
A sinopse é justamente o que vimos no primeiro teaser. Esse é apenas o estopim para uma história louca e épica (nas suas devidas proporções) que vai se desenrolar no decorrer da projeção. Por termos uma bagagem de filmes do tipo, fica impossível crer nos invasores. A dúvida entre eles serem pessoas do bem que querem evitar o mal maior ou serem malucos de algum culto religioso acaba tornando tudo muito tênue. Por mais que sejam eloquentes, acreditar no que eles contam beira à loucura.
O suspense e a tensão crescem a medida em que o tempo vai passando. Acreditar nessas pessoas começa a ser mais plausível conforme o longa vai se desenrolando. Algumas cenas bizarras e de terror chegam a nos perturbar enquanto a família é aterrorizada. Chegamos a pensar se são apenas malucos homofóbicos ou se são um grupo de maníacos que gostam de deixar as famílias em pânico com seus métodos nada ortodoxos para fazerem acreditar neles.
Todos esses detalhes dão vida e escopo para toda a obra, mas preciso falar dos pontos negativos também. No final, a verdade fica bem clara. A falta de uma dubiedade tornou o desfecho fraco. Entenda: achei bastante satisfatório, mas deixou de ser épico por uma escolha narrativa.
Alguns simbolismos, como o gafanhoto, por exemplo, ficaram a esmo. Ao mesmo tempo em que a menina Wen não tem uma importância maior para a trama. Aquela marca de reviravolta que vemos nos filmes do Shyamalan aparece aqui, o que devo dizer que foi uma pequena decepção. Esse parágrafo foi totalmente galgado em minha opinião pessoal e não em detalhes técnicos que tenham ou não piorado a conclusão do filme.
Conclusão
Batem À Porta não chegou a ser épico por decisões narrativas cômodas e por uma falta de coragem a mais. Ainda assim, é um ótimo suspense familiar que vai deixar o público nervoso em várias cenas do início ao fim. A dica que posso dar agora é que não veja e não leia sobre o filme por aí. Apenas pegue essa recomendação, escolha a sua sala de cinema favorita e vá. Garanto o entretenimento e os momentos de tensão.
Onde assistir ao filme Batem À Porta (2023)?
A saber, Batem à Porta estreia exclusivamente nos cinemas nesta quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023.
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Trailer do filme Batem À Porta (2023)
Batem À Porta (2023): elenco do filme
Jonathan Groff
Bem Aldridge
Kristen Cui
Dave Bautista
Nikki Amuka-Bird
Rupert Grint
Abby Quinn
Ficha Técnica do filme Batem À Porta (2023)
Título original do filme: Knock At The Cabin
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan, Steve Desmond e Michael Sherman
Duração: 100 minutos
País: Estados Unidos, China
Gênero: suspense
Ano: 2023
Classificação: 16 anos