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Meu Namorado Astronauta temporada 1 crítica da série da Netfllix 2023 (1)

‘Meu Namorado Astronauta’ tem boa premissa, mas desenvolvimento ruim

Taynna Gripp

O ano é 2052 e Marta é uma mulher de meia-idade convivendo com muita tecnologia, com a filha Oliwia e seu marido Bogdan, vivendo uma vida e um casamento sem muito amor. Tudo isso porque há 30 anos, ela se envolveu com Niko, piloto de caça – tal qual seu atual marido -, mas, em uma disputa entre eles, o amante acabou sendo escolhido para uma missão espacial e nunca mais voltou.

Meu Namorado Astronauta (Dziewczyna i Kosmonauta), série polonesa com seis episódios de aproximadamente 45 minutos, é uma estreia recente da Netflix que veio atrás do público fã de ficção científica, envolvendo viagens espaciais, linhas de tempo que acabam convergindo com um personagem que não envelhece e um triângulo amoroso digno do grande clássico “Top Gun”. Aliás, Niko é uma espécie de Maverick em começo de carreira: é rebelde, despojado e tem uma mocinha para chamar de sua.

Outras fórmulas também estão presentes aqui: algo no tempo em que Niko passa fora da Terra em uma cápsula com efeito furtivo faz com que ele não envelheça um dia sequer, voltando ao Planeta, 30 anos depois, com os mesmos 20 anos (te lembrou “Interestelar”?).

Desenvolvimento ruim

A premissa da série é até boa, o que complica mesmo é o seu desenvolvimento, linkando linhas de tempo entre 2022 (quanto o triângulo protagonista é jovem e faz escolhas equivocadas) e 2052 (com Marta e Bognan adultos, lidando com problemas de saúde advindos da idade, arcando com as consequências de escolhas feitas tantos anos atrás; e com um ainda jovem Niko, disposto a viver tudo que não foi possível no tempo que perdeu enquanto estava no espaço).

O triângulo amoroso poderia ser mais cativante, mas a ligação entre todos os personagens não se desenvolve em cena. A série sempre traz novos rostos; tenta manter forte o mistério que envolve o desaparecimento de Niko; busca organizar uma ideia de conspiração internacional, já que a missão SkyCom, projeto que levou o cosmonauta em uma cápsula com efeito furtivo, foi idealizado pela Rússia; procura causar certa comoção de nossa parte com relações de personagens secundários, como Karolina, irmã de Niko, que, na linha de tempo de 2022, tem um caso com o pai de Bognan, um comandante do alto escalão da aeronáutica.

Muitas tramas pouco aprofundadas

São muitas tramas amarradas com uma linha frágil que não se preocupa em se aprofundar, outro ponto negativo é que tudo acontece de forma lenta. São seis episódios que facilmente poderiam ser quatro, mas aqui e ali existem cenas descartáveis que estão na tela apenas para engordar a narrativa.

Assim, Meu Namorado Astronauta acaba não se firmando em falar sobre o namorado ou ainda sobre o astronauta. Marta é a personagem mais cativante, principalmente sua versão de 2022, uma DJ que tem sonhos grandes. Ao final, quando escolhas novamente são feitas, existe um alívio em ver a atual protagonista sorrir juntamente com a do passado. Parece que certas coisas finalmente foram aprendidas por ela.

Meu Namorado Astronauta terá segunda temporada?

Mesmo tendo finalizado com um gancho, a possibilidade de uma segunda temporada da série é bem pequena. Afinal, a Netflix não costuma desenvolver projetos que não engajam como o esperado e a série, com toda certeza, está nesse grupo.