‘A Cúmplice do Mal: Monique Olivier’ e a perversidade humana
Taynna Gripp
Baseado na terrível história real do Ogro das Ardenas, Michel Fourniret, o serial killer que confessou ter matado e abusado sexualmente de 12 vítimas na região de fronteira entre Bélgica e França, de 1987 até 2003, estreou na Netflix a minissérie de cinco episódios A Cúmplice do Mal: Monique Olivier (L’Affaire Fourniret), esposa e cúmplice de Michel que o ajudou enquanto ele cometia atrocidades contra meninas e mulheres, até mesmo contra crianças.
Muito bem dirigida e editada, a série acompanha de forma cronológica todos os acontecimentos que levaram o casal à prisão, primeiro Michel, quando uma de suas vítimas consegue fugir e pedir socorro em uma pequena cidade da Bélgica. A polícia então descobre uma série de meninas e mulheres da região que podem ter sido vítimas dele.
Quase um ano após a prisão do psicopata, Monique, depois de muito pressionada, admite que ajudou em vários dos crimes que o marido cometeu, incluindo o da pequena Elisabeth Brichet de apenas doze anos, sequestrada pelo casal.
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Outro olhar
A série documental entrevista vários personagens reais envolvidos na trama. Detetives que trabalharam no caso e descrevem como Michel e Monique eram doentios, a frieza com a qual descreviam as mortes, sequestros e estupros.
Mas, em um olhar que busca uma compreensão dos motivos de Monique, nos cinco capítulos de aproximadamente 45 minutos, somos levados ao questionamento se ela foi mesmo uma cúmplice fria que usava o próprio filho bebê para atrair as vítimas para o seu algoz, ou se foi também uma vítima de um homem que sabia muito bem usar sua lábia para cativá-la a fazer o que ele queria.
Quando Monique conheceu Michel, sua vida estava péssima. Ela tinha saído de um casamento em que era abusada do marido, tinha perdido a guarda dos filhos e se sentia solitária e incapaz de despertar nada de bom em qualquer outro ser humano. Sua vida, até então, tinha sido privada de amor e de todo tipo de sentimento positivo.
Através de um anúncio em um jornal, Monique conheceu Michel: um presidiário solitário que pedia que alguém o enviasse cartas, iniciativa comum de ressocialização. Interessada em um pouco de companhia, ela entrou em contato e foi, aos poucos, abrindo sua vida para a presença de Michel. Quando ele revelou que o crime que o levara à prisão foi abuso sexual, já estava entregue demais ao sentimento de ser acolhida por alguém.
Empatia?
É quase possível sentir um pouco de empatia por Monique. Só que, ao sentir o coração começando a abrandar, somos arrastados à crueldade que ela tinha e que demorou muito para mostrar para a polícia.
Monique era tão perversa e má quanto Michel. Ajudava a planejar e a executar o plano deles, chegando a participar ativamente dos atos, fosse desempenhando um papel sexual ou teatral.
A minissérie, para os amantes do gênero policial, é um prato cheio! Estudar a mente de pessoas que parecem comuns, mas cometem crimes horrendos faz com que a compreensão da humanidade em nós mesmos melhore. O casal esteve, inclusive, envolvido com a morte da esposa de um mafioso famoso da França.
A Cúmplice do Mal: Monique Olivier é uma boa indicação para análise de perfil criminoso ou apenas para passar tempo aprendendo sobre criminosos reais. Os cinco episódios cumprem bem o que prometem e, com certeza, vão causar, no mínimo, um pouco de ódio em que se dispor a assistir.
Onde assistir à série A Cúmplice do Mal: Monique Olivier?
A saber, A Cúmplice do Mal: Monique Olivier estreou em 2 de março de 2023 no catálogo da Netflix.
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer da série A Cúmplice do Mal: Monique Olivier, da Netflix
A Cúmplice do Mal: Monique Olivier – ficha técnica da série da Netflix
Título original da série: L’Affaire Fourniret
Temporada: 1
Episódios: 5
Duração: de 38 a 43 minutos
Direção: Christophe Astruc, Michelle Fines
País: França
Gênero: documentário, policial
Ano: 2023
Classificação: 16 anos