Ship of Fools

Foto: TEAM 17 / Divulgação

‘Ship of Fools’ consegue divertir com sua mistura de estilos

Felipe de Andrade

Ship of Fools surgiu para trazer um certo ar de renovação para o muito explorado estilo de jogo roguelite. Isso acontece graças a uma soma de mais um gênero conhecido a sua jogabilidade, o tower defense. Aqui esta mescla de estilos gera um produto que traz certo grau de inovação sendo uma grata novidade lançada na virada do ano.

Para melhorar ainda mais a brincadeira é possível se divertir de duas formas. Uma com o multiplayer local e a outra online com mais um amigo, onde o jogador pode criar ou entrar em partidas com outros jogadores.

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Este jogo híbrido foi desenvolvido pelo estúdio canadense independente Fika Productions e publicado pela distribuidora Team17. A saber, essa última é a responsável por obras aclamadas como Blasphemous, Hell Let Loose e a franquia clássica Worms. Ship of Fools é para um jogador, mas conta também com o modo cooperativo para dois jogadores. Aqui é onde ele brilha e consegue extrair o máximo do que propõe, assim como acontece em Overcooked também da Team17. Administrar toda a parte dos combates marinhos se torna difícil e caótico, mesmo com a ajuda de um canhão automático ao jogar sozinho. Dividir as funções com o imediato torna a experiência bem mais agradável é quase obrigatória ao enfrentar o Águapocalipse.

Em Ship of Fools nós controlamos alguns Tolos (os Fools do título) que assumem o dever de recuperar a luz do Grande Farol. Ela afasta os monstros marinhos, e, assim, garantiea segurança dos habitantes da ilha. Com essa proteção eles podem voltar a velejar normalmente, sem medo de arriscar suas vidas toda vez que entrarem no mar.

Personagens

Cada personagem jogável possui algumas características próprias como possuir um combo maior, ganhar mais arpões para o canhão, aumentar a chance de ataques críticos, tiros mais fortes etc. Isso traz alguma variedade ao gameplay, mas nada que influencie tanto durante as partidas. Esses personagens podem ser encontrados durante a campanha e passam a ficar disponíveis para escolhas desde então.

Logo no início da aventura somos levados a um rápido tutorial que possui o básico para a nossa jornada: aprendemos como atacar com o remo, atirar com os canhões, assim como recarregar com rapidez e agilidade. Entretanto passamos a ter ciência do quanto um pedaço de madeira no inventário pode ser a diferença entre a vitória ou derrota em batalha, já que é com este item que consertamos as avarias do navio.

Ship of Fools
Foto: TEAM 17 / Divulgação

Batalhas

Na sequência chegamos ao campo de batalha marítimo com seu mapa dividido em setores representados por diversos campos hexagonais com cada um deles representando algum avanço a ser feito. Outra coisa que cada um deles possui é um ícone que demonstra diversas localidades, como lojas ou cenários, a serem visitados, ou ainda mostram as recompensas que podem ser obtidas vencendo a próxima batalha, como madeira, dinheiro, baús e assim por diante, sempre avançando da esquerda para direita.

Sempre que somos derrotados retornamos para a praia próxima ao Grande Farol, onde devemos realizar o máximo de melhorias definitivas possíveis tanto no navio quanto para o nosso personagem, fazendo uso das recompensas obtidas para então reiniciar o ciclo clássico dos roguelites de perder e evoluir para avançar aos poucos na campanha.

E este é o resumo do que encontramos neste game: sair em uma investida, sobreviver o máximo possível em meio a combates brutais como os monstros marinhos, tentar recolher o máximo de itens e recompensas durante a jornada para criar melhorias e então retornamos mais preparados para a próxima investida.

Jogabilidade

A cada jornada iniciada os controles e ações a serem tomadas, assim como as decisões rápidas que o jogo exige em meio às batalhas acabam se tornando mais familiares e instintivas, diminuindo a curva de aprendizado. Em compensação a repetição rapidamente toma conta do jogo, desanimando um pouco após diversas partidas fazendo as mesmas coisas, enfrentando as mesmas hordas e chefões.

A longevidade do título depende muito do modo cooperativo pois ele garante muito mais diversão quando os jogadores administrando as canhoneiras e suas munições nas laterais do navio, além de realizar reparos, derrotar invasores e resgatar itens a deriva. Jogando sozinho a única vantagem que contamos é com um canhão com mira e disparo automático, mas que ainda precisamos recarregar e posicionar de acordo com a necessidade manualmente, além de fazer todo o resto sozinho ficando muito sobrecarregado.

Foto: TEAM 17 / Divulgação

Visual cartunesco

O jogo foi desenvolvido com um visual cartunesco todo feito à mão, o que garante uma experiência muito agradável, digna de obras como Hollow Knight e Cult of the Lamb. Em Ship of Fools, a temática marinha vai muito além dos cenários e impacta diretamente nos Fools jogáveis, NPCs e monstros que enfrentamos. Caso o estilo visual usado fosse diferente talvez não agradasse tanto aos olhos, tornando tudo um pouco grotesco ao invés de divertido principalmente os personagens humanoides inspirados na vida marinha.

A trilha sonora é um ponto alto do jogo com trilhas que alternam muito bem entre momentos tranquilos, batalhas com inimigos e confronto com os chefões, se tornando mais intensa e pesada de acordo com o nível de perigo. Pena que assim como a jogabilidade, tende a se tornar repetitiva e cansativa.

Imersão

Os efeitos sonoros do ambiente, tiros, explosões e pancadas, são agradáveis, entretanto os sons que os personagens emitem durante os diálogos, cada um com uma “voz”, que remetem a jogos como Yooka-Laylee e Banjo-Kazooie, são datados e até chatos. Valeria um investimento maior para dublar o jogo, já que isso deixaria mais explícito o bom humor presente na obra. E falando dos diálogos, eles não estão localizados em nosso idioma, assim como o restante do jogo, que está disponível apenas em inglês. Isto pode e vai ceifar o aproveitamento da jornada por quem não domina o idioma estrangeiro.

No geral o jogo agrada mais aos fãs dos estilos roguelite e tower defende por conseguir somar os 2 em um gameplay que diverte principalmente se tivermos com quem dividir as funções durante as investidas. Aos novatos acaba sendo necessário um pouco mais de tempo em uma curva de aprendizado recompensadora, mas que ainda assim pode afastar alguns jogadores pela repetição e sensação de progressão lenta.

Veredito

Ship of Fools consegue divertir com sua mistura de estilos mesmo pecando pela repetição. Se possível deve ser aproveitado com mais um amigo online ou com cooperativo local, que é onde a verdadeira diversão se encontra, lembrando que cada vez mais raros são os títulos que dispõem desta opção.

Músicas boas e um visual competente feito à mão vão agradar jogadores de todas as idades.

Prós

  • Multiplayer cooperativo local
  • Visual agradável
  • Batalhas complexas
  • Bom humor

Contras

  • Mais difícil do que parece
  • Pode não agradar a todos
  • Somente disponível em inglês
  • Progresso lento

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