Leia a crítica do filme Três mulheres uma esperança 2022

Mesmo cansativo, ‘Três mulheres: uma esperança’ traz uma bela trama sobre sororidade e ternura

Leonardo Duarte

Em meados de 1945, a maior guerra da história da humanidade chegava às suas conclusões, alcançando quase 60 milhões de mortes ao longo de seus seis anos de duração. De ambos os lados do conflito, pais perdiam seus filhos, crianças se tornavam órfãs, e homens e mulheres não mais tiveram alguém para amar.

Recém lançado no cinema, o filme dinamarquês ‘Três mulheres: uma esperança‘ sabe retratar muito bem essas perdas, que demarcaram a vida de tantas pessoas envolvidas na Segunda Guerra Mundial, independente do lado em que estiveram.

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Dirigido por Saskia Diesing, o longa-metragem acompanha três mulheres que fazem parte de grupos – e lados – diferentes da guerra: Vera, uma atiradora de elite do exército russo; Simone, uma judia que estava sendo transportada para um campo de concentração; e Winnie, uma jovem alemã que apoia o Partido Nazista. Quando a guerra começa a se aproximar do seu fim com a ocupação dos exércitos russos, o destino das três mulheres se cruza, fazendo surgir uma improvável amizade.

Por mais criativa que seja a premissa, é importante ressaltar que ‘Três mulheres: uma esperança’ é um filme lento, que possui poucos grandes acontecimentos ao longo de sua uma hora e quarenta de duração. Para quem procura uma obra agitada e dinâmica: certamente esta obra não é pra você. Porém, para aqueles que estiverem dispostos a ficar imersos em um lento – mas sensível – drama com ótimas atuações, esta é uma excelente oportunidade.

As desavenças entre as três protagonistas ficam claras desde o início, pois enquanto Vera faz parte das tropas russas que estão tomando a força a vila alemã de Winnie, Vera se vê no meio deste confronto ao ser obrigada a servir aos soldados russos, ao mesmo tempo em que se recorda do que passou nas mãos de nazistas. Nisso, temos personalidades antagônicas que, aos poucos, vão se convergindo na forte semelhança que as três carregam entre si: o fato de serem mulheres que sofreram – e ainda sofrem – neste incessante conflito liderado por homens.

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O ponto forte

A atuação é um dos pontos fortes do longa-metragem, que também se ressalta pela ótima direção, que soube trazer momentos sensíveis e belos entre as personagens, mesmo com poucos diálogos. As três atrizes interpretam com maestria seus papéis, fazendo com que o público consiga facilmente sentir seus sentimentos e angústias ao longo da obra.

Desta forma, ‘Três mulheres: uma esperança‘ consegue ser um filme emocionante com a ajuda de suas protagonistas e da direção, que se complementam em uma história bastante importante para os dias de hoje – mesmo se passando quase oitenta anos atrás. Com uma trama sensível, o longa-metragem pode ser lento, mas se mantém de pé como uma ótima oportunidade para aqueles que procuram um entretenimento mais maduro e profundo, que se utiliza da lentidão para fazer com que o público reflita sobre sororidade e ternura.

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Trailer – ‘Três mulheres: uma esperança’

Título Original: The Lost Transport

Direção: Saskia Diesing

Roteiro: Saskia Diesing, Esther Gerritsen

Elenco: Hanna van Vliet, Eugénie Anselin, Anna Bachmann, Bram Suijker, Konstantin Frolov, Frieda Barnhard, Billy de Walle, Nicolas Lech, Oscar Martin, Richard Kreutz

Onde assistir: Cinemas

Data de estreia: 08 de junho de 2023

Duração: 100 minutos

País: Holanda

Gênero: Drama

Ano: 2022

Classificação:

Leonardo Duarte

Dos livros aos videogames, e da televisão ao cinema, Leonardo adora histórias que consigam quebrar seu coração em um milhão de pedacinhos. Entusiasta de sitcoms, filmes insanos e coming-of-ages, também é mestre de Dungeons and Dragons e cai de cabeça em quase qualquer jogo de tabuleiro. Acredita que o mundo é um lugar belo, mas certamente fica dez vezes mais fascinante com arte.
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