The Flash Quadrinhos

‘The Flash’: Guia de leitura completo de quadrinhos do corredor escarlate

Pedro Marco

O aguardado filme The Flash vem dividindo opiniões e causando nas bilheterias, e muito tem se perguntado. Como é a história do Velocista Escarlate nos quadrinhos? Portanto, aproveitando tanto o lançamento do filme Dr Andy Muschietti quanto o final da serie de TV, montamos este mega Guia de Leitura definitivo de quadrinhos com toda a história de Barry Allen e seus amigos no material original.

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A Era de Ouro

Bem, na verdade nada de Barry Allen ainda. Tudo começa na verdade com o jovem universitário Jay Garrick (que foi chamado no Brasil de Joel Ciclone), após inalar “vapor de água dura” e adquirir uma supervelocidade. Estávamos em 1939, e este misterioso herói com um capacete metálico contendo as asas do Deus Grego Hermes, surgia pelas mãos de Gadner Fox em Flash Comics #1, ao lado do também recém-criado Gavião Negro.

A saber, durante todo o período chamado de Era de Ouro (1938-1956), nosso querido Joel Ciclone viveu várias aventuras em 104 edições de sua revista solo, além de integrar a icônica Sociedade da Justiça ao lado de seus super amigos. No entanto, como tudo em sua vida, as coisas passariam um pouco rápido.

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Em 1954 o lançamento do livro A sedução do inocente acabou por afundar a Era de Ouro dos heróis, criando um código de auto-censura que infantilizou as histórias e fez a popularidade dos quadrinhos despencar. Coube então ao próprio Gadner Fox a missão de reformular o escopo da editora, trazendo dois icônicos heróis dos anos 40 para uma roupagem mais jovem, ágil e afiada. O patrulheiro Alan Scott dava espaço ao membro da Tropa dos Lanternas Verdes, Hal Jordan; e nosso querido Joel Ciclone era também substituído pelo cientista forense Barry Allen. Começava ali, a Era de Prata.

Os Clássicos de Barry Allen

Apesar de Barry Allen fazer sua estreia na DC Showcase #4 de 1956, sua origem seria contada rapidamente (sem tracadilho) e pontuada ao longo dos seus mais de 60 anos de história de forma confusa. Somente em 2019, Joshua Williamson publicou Flash: Ano Um entre as edições 70 e 75 de Flash Renascimento, pegando toda a influência da série de TV e dos novos apelos do herói. Recentemente a história teve uma republicação encadernada pela Panini Comics.

A partir daí, agora que sabemos mais sobre sua origem, podemos entrar em alguns clássicos pontuais. São eles:

Flash #110:

Aqui vemos a origem de Wally West, uma grande aventura de viagem no tempo onde Barry descobre que este sobrinho de sua namorada virá a se tornar o Flash um dia. A história saiu como extra da edição Novos Titãs – Brincadeira de Criança da coleção de Graphic Novels da Eaglemoss

Flash #123:

O aguardado encontro entre Barry Allen e Joel Ciclone aconteceu em 1961, mostrando que o nosso antigo velocista faz parte da chamada Terra-2, o que justifica o fato de Barry Allen ler sobre ele nos gibis e não nos livros de história. No ano passado, tivemos pela Panini uma compilação de histórias dos dois juntos, chamada de Flash de Dois Mundos. Outro compilado de encontros dos dois pode ser visto na “Crise nas Múltiplas Terras” de 1963 que foi compilado pela Panini em 2008.

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Flash #139:

A grande fórmula para um grande herói são seus vilões, e a galeria do Flash é seu grande tesouro. Além de nomes como Homem-Tartaruga, Capitão Frio e Gorila Grodd, Barry tem por arqui inimigo o temido Flash Reverso, Eobard Thawne. E nessa edição específica, temos a origem do velocista amarelo que vem do século 25. A historia saiu como extra na edição Ponto de Ignição da coleção de Graphic Novels da Eaglemoss.
A Morte de Íris West – Aqui iniciamos a tríade de grandes tragédias na vida de Barry causada pelo Flash Reverso. A primeira dela, recém relançada pela panini, conta como o vilão assassinou o grande amor de Barry Allen durante uma festa a fantasia. Tenso.

A Morte do Flash Reverso:

Sim, eu sei. Parece que o mesmo cara que dava nome aos episódios de Dragon Ball vem nomeando essas histórias. Mas aqui temos a segunda investida de Eobard ao matar a segunda namorada de Barry, e fazer com que o herói quebre a barreira da moralidade e acabe matando o vilão ao quebrar o seu pescoço. A história segue inédita no Brasil.

Um Novo Flash

Nos anos 80 o maior e mais importante evento da DC Comics eclode. A Crise nas Infinitas Terras trás de volta Barry Allen que havia fugido após matar seu inimigo, e em um ato heroico acaba sacrificando sua própria vida para derrotar o temível anti-monitor. Este marco dos quadrinhos é constantemente republicado pela Panini e já saiu também pela Eaglemoss.

Com a morte de Barry, Wally West, na época chamado de Kid Flash, que estava impossibilitado de correr acaba recobrando suas habilidades e se torna finalmente o herói. E para ler a saga de Wally West sobre o manto vermelho devemos nos atentar a dois nomes: Mark Waid e Geoff Johns.

Mark Waid

Começando pelo queridíssimo Mark Waid, sua saga a frente de Wally começa em 1992, na edição 62 da nova revista. Apesar de já terem passado 5 anos desde que Wally assumiu o manto, é aqui que temos recontada e ajeitada sua origem e primeiros dias seguindo o legado de Barry Allen. A icônica e adorada saga está sendo lançada no Brasil atualmente sobre o nome de “Saga do Flash”, mas teve suas principais histórias lançadas pela Eaglemoss nas edições:

Nascido para correr (Flash 62-65), contando os primeiros dias de Wally West como Flash
O Retorno de Barry Allen (Flash 74-79), contando o retorno de Eobard Thawne, e não de Barry Allen. O encadernado ainda trás como extra a lendária corrida entre o Flash e o Superman
Velocidade Terminal (Flash 95-100) onde finalmente temos a explicação do quê que é a força de aceleração, e que Barry não morreu, e sim está preso a ela.

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Geoff Johns

Além de ter revolucionado o Superman e o Lanterna Verde, Johns ficou 11 anos a frente do velocista escarlate com uma das mais celebradas sagas do herói. A saga foi recentemente compilada pela panini em 3 omnibus gigantes, e saiu também os principais momentos pela coleção de Graphic Novels da Eaglemoss, sobre os títulos de:

Flash No País das Maravilhas (Flash 164-169) quando ally é aprisionado em uma realidade sem a Força de aceleração
Guerra de Gangues (Flash 220-225) abordando uma batalha interna da galeria de vilões do Flash

Flash em Crise

Apesar da alta popularidade de Wally West, havia uma ansiedade pelo retorno de Barry Allen. Assim, tudo começaria na fatídica Crise Infinita em 2005, com os Flashes prendendo o Superboy Primordial na força de aceleração, Wally se perdendo também lá com sua família, e tendo Bart Allen, o neto de Barry Allen que veio do futuro, assumindo o manto do Velocista. Inclusive, Bart ganhou uma revista mensal como Flash que durou 13 edições.
Crise Infinita saiu em encadernado pela Panini Comics, e a série “O homem mais rápido do mundo” saiu nos encadernados “Rapido como um raio” e “Busca Veloz” da Eaglemoss.

Em 2007, o arco pós-crise A Saga do Relâmpago, crossover entre a Liga e a Sociedade da Justiça, trouxe Wally West e sua família de volta, mostrando que uma pessoa poderia retornar da força de aceleração. A saga segue inédita no Brasil. Após esta, em 2008, Grant Morrison trouxe a famigerada Crise Final, onde finalmente Barry Allen conseguiu sair da força de aceleração depois de 20 anos sem aparecer nas revistas. Crise Final também é constantemente relançada pela Panini Comics.

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O retorno de Barry foi confirmado de fato na minissérie Renascido, onde além de reestabelecer o herói na cronologia, revela finalmente o grande mistério do herói. “Quem matou a mãe de Barry Allen?” Algo muito importante para o passado e o futuro dos corredores. Assim, o arco saiu pela panini em encadernado.

Ponto de Ignição

Finalmente chegamos então ao mais notável arco do herói. O momento em que Barry se tornou o centro das atenções do Universo DC, e influenciou toda a cultura pop. Tudo começa com seu eterno parceiro Lanterna Verde, que enquanto encabeçava as sagas Noite Mais Densa e Dia Mais Claro, trouxe Eobard Thawne de volta a vida com o manto de Flash Reverso. Sim, de novo.

Partindo dali, Flash vai acompanhar misteriosas mortes na sua galeria de vilões, enquanto lida com a revelação sobre como ocorreu a morte da sua mãe, e ainda persegue uma versão sua de outro universo. Essas 12 primeiras edições do Volume 3 da revista Tha Flash, saíram no terceiro omnibus de Flash por Geoff Johns. E também neste encadernado, assim como em encadernado pela panini e pela Eaglemoss, tivemos a minissérie principal chamada de Ponto de Ignição.

Em breve resumo, Barry volta no tempo para salvar sua mãe, e gera um mundo onde a Mulher Maravilha e o Aquaman estão causando a terceira Guerra Mundial, o Superman foi aprisionado pelo exército americano por 30 anos, e Bruce Wayne morreu quando criança, fazendo seu pai se tornar o Batman e sua mãe o Coringa. Divertido, ousado e marcante.

Novos 52

A aventura temporal de Barry Allen acaba gerando os Novos 52, um reboot completo na DC que reiniciou todas as revistas e trouxe novas origens para os heróis. No caso do Flash, o título foi assumido pelo Francis Manapul, trazendo uma nova história inicialmente sem Íris West, sem Eobard Thawne e sem Wally West. A revista durou 52 edições, e seus principais arcos foram compilados nos encadernados:

De repente, descobrimos que na verdade os Novos 52 foi uma criação do Dr. Manhattan. Sim, o cara azul pelado de Watchmen. E o universo tradicional retorna em DC Renascimento, onde temos um emocionante reencontro entre Barry Allen e Wally West, e seguimos com a revista Flash: Renascimento escrita por Joshua Willianson. A revista seguiu até o número 88, onde se destacam a história Ano Um, que citamos no início, e o crossover Flash/Batman: O Botton, com uma emocionante sequencia de Ponto de Ignição. A revista retomou a numeração original, seguindo a partir do número 750, e atualmente atingindo o número 792.

Papeis importantes

Paralelo à isso, temos algumas sagas da DC onde nosso querido velocista teve um papel importante. Sem muitos detalhes para não estragar as tramas recentes, temos:

  • Guerra dos Flash – O embate definitivo para ver quem é o melhor Flash. Barry ou Wally?
  • Heróis em Crise – A infame saga de Tom King que coloca Wally como um assassino traumatizado por sua esposa não lembrar dele e seus filhos não mais existirem
  • Flash Seguindo em Frente – arco que liga o final da Liga da Justiça em Os Novos 52, Noites de Trevas: Metal e O Relógio do Juízo Final, e redime o Wally colocando-o como o guardião do Trono Mobius
  • Fronteira Infinita – Após os eventos de Dark Nights: Death Metal, Barry decide se juntar a uma Liga da Justiça de heróis do Multiverso e coloca Wally como o Flash principal do universo regular da DC.

Bem, esse foi apenas um breve resumo e muito ainda está por vir. Sendo assim, as novidades, claro, você encontra no Ultraverso! Até mais

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Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
NAN