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Drácula: A Última Viagem do Deméter: uma versão animalesca e aterrorizante do vampiro mais famoso do mundo

Agenor Florentino

Em Drácula: A Última Viagem do Deméter, conta a história da lenda do vampiro Drácula que está sendo transportado pelo navio Deméter. Ninguém da tripulação tinha sequer noção de que essa viagem seria um passaporte ao terror. Quando eventos tenebrosos começam a acontecer a cada noite que passa, todos a bordo começam a duvidar de seus colegas e de sua própria sanidade. Terão eles agora que enfrentar seus mais íntimos medos se quiserem sobreviver a este impiedoso ser que vai fazer de tudo para chegar ao seu destino.

Trama bem desenvolvida

A direção de arte é um show à parte, pois retrata muito bem uma época antiga, tanto nas vestimentas dos personagens, na criação de cenário, onde o próprio navio é tão importante que praticamente parece ter vida e sim fazer parte do grupo.

A ameaça do Drácula se desenvolve bem cadenciada, pois como ele é um vampiro e só pode sair à noite, temos pontos chave quando o terror irá acontecer. O diretor consegue criar um clima de tensão onde somente o espectador sabe o que vai acontecer. Como o vilão é sagaz e meticuloso, ele age de forma muito fugaz, mas sem deixar rastros. Isso faz com que os próprios marinheiros duvidem uns dos outros mediante aos acontecimentos.

Em meio ao alto mar, se cria também um sentimento de isolamento e falta de recursos para pedir ajuda. Somente aquele grupo de pessoas pode enfrentar essa ameaça, mas a questão é que nada nem ninguém estava preparado para isso.

Tudo que se remete ao roteiro é direto e reto, construindo as relações dos personagens e até a motivação do monstro. As cenas de terror utilizam muito bem de efeitos práticos e não titubeiam em mostrar sangue, tripas e vísceras, mas tudo a favor da narrativa. Nada é exagerado ou gratuito.

Wojchek (David Dastmalchian), Abrams (Chris Walley) e Clemens (Corey Hawkins). Foto: divulgação/Universal Studios

Conclusão

Todo o desenvolvimento da trama conduz para seu arco final, contando assim uma incrível história que a todo o momento lembra sim um conto. A trilha sonora utiliza elementos do barco para criar seu clima e os diálogos são muito bem escritos para que faça sentido no que se refere ao desfecho.

Claro que não é um filme perfeito, e por muitas vezes a estrutura de monstro que ataca e a tripulação indefesa, a lá filmes do Alien, fica repetitiva e com certa barriga desnecessária. Ali onde o filme poderia ser mais direto, ele faz rodeios e prolonga o filme para um pouco mais do que necessário. Mas mesmo esses aspectos não tiram a beleza e fazem jus ao seu personagem título. Com certeza agradando aos fãs de longa data, mas também aos que gostam de um bom filme de terror, vale muito a pena conferir.

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