Toc Toc Toc: Ecos do Além garante um lugar como filme esquecível
Giovanna Ribeiro
Uma pequena cidade, uma casa antiga e uma família aparentemente comum. O filho do casal, um menino tímido, ouve uma batida misteriosa de dentro das paredes. O que se segue a partir desta descoberta é uma sequência de acontecimentos que reforçam a suspeita do jovem de que seus pais estariam escondendo um terrível segredo. Nessa família envolta em enigmas, caberá à professora do menino intervir e tentar protegê-lo.
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Ao sentar-se na poltrona do cinema, o espectador carrega, via de regra, algumas expectativas iniciais. Baseadas no gênero que o filme ostenta, no cartaz, na sinopse, no elenco ou mesmo no diretor, o ato de ir a uma sala de cinema demanda uma escolha. Ser surpreendido ao ser exposto a um filme que subverte as expectativas iniciais pode ser um presente. Todavia, é preciso deixar claro que este não é o caso de Toc Toc Toc: Ecos do Além, título pessimamente traduzido do original Cobweb.
Falha como adaptação
Toc Toc Toc é o primeiro longa-metragem dirigido por Samuel Bodin. O que encontramos por aqui é uma obra genérica que não atinge, em nenhuma cena, qualquer objetivo. E, portanto, se perde, deixando para o espectador catar pequenos fragmentos que podem ser utilizados para justificar aquela escolha de ter ido à sala de cinema. E é uma tarefa árdua.
Baseado livremente em um conto de Edgar Allan Poe, Toc Toc Toc é opaco. Mas não no sentido sombrio, e sim quando é ineficiente na tarefa de provocar sensações através do medo ou da dúvida, quando está claramente tentando chegar lá. E durante 1h e 28 minutos, ele não chega.
A grande ameaça do filme, origem de toda a perturbação que ronda a família, falha até em apresentar uma caracterização convincente, tornando-se um exemplo de como tudo aquilo que foi “dado” de forma gratuita ao longo do filme – inclusive de forma a quase questionar a capacidade intelectual do espectador – era fraco mesmo, mas o que foi reservado para os instantes finais era ainda pior.
Um destaque positivo é a presença marcante de Cleopatra Coleman em cena, que chega a destoar de tudo ao redor. Dessa maneira, nem mesmo o protagonismo de Antony Starr (The Boys) é capaz de abrilhantar (ou melhor, aterrorizar) a narrativa.
Toc Toc Toc: Ecos do Além garante um lugar como filme esquecível, carente de uma boa ideia – que é o início de qualquer direção, roteiro ou atuação possível.
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Trailer do filme Toc Toc Toc: Ecos do Além
Ficha Técnica do filme Toc Toc Toc: Ecos do Além
Título original: Cobweb
Direção: Samuel Bodin
Roteiro: Chris Thomas Devlin
Elenco: Lizzy Caplan, Antony Starr, Cleopatra Coleman
Onde assistir: Cinemas
Data de estreia: 31 de agosto de 2023
Duração: 88 minutos
País: Estados Unidos da América, Bulgária
Gênero: Terror, Suspense
Ano: 2023
Classificação: 16 anos