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Dirigido por Bishal Dutta, está em cartaz nos cinemas brasileiros, o filme de terror Não Abra! Leia a nossa crítica completa.

Não Abra! é clichê, mas consegue ser minimamente divertido

Bruno Oliveira

Não Abra! é o novo filme do diretor Bishal Dutta (mais conhecido por curtas e séries) e que possui o mesmo produtor de filmes como Corra! (2017), e Nós (2019). De alguma forma, ele já nasceu com um burburinho de filme cult e ganhou certa notoriedade em alguns festivais ao redor do mundo. Inclusive, foi uma das sessões mais concorridas durante o Festival do Rio 2023. A pergunta que fica é: ele merece toda essa atenção mesmo ou é só um exagero criado pela propaganda boca a boca?

É bom, mas nem tanto assim

A resposta da pergunta do 1º parágrafo pode ser um pouco complexa porque posso responder como “sim” as duas indagações. Ele é tanto um bom filme como um tanto clichê também. Todo o seu desenvolvimento para descobrirmos o que está acontecendo de verdade, já vimos por aí. O roteiro é construído de uma forma bem linear que já sabemos exatamente qual será o próximo passo que a trama irá tomar. Isso prejudica bastante o seu andamento e nos dá impressão que já vimos algo do tipo há bem pouco tempo.

Apesar desse problema de ritmo e com o clichê estabelecido, ele ainda guarda elementos bem bons. Principalmente quando me refiro ao ato final. O famoso momento “pega pra capar” aqui é excelente. Aquela correria final de um bom filme de terror é bem empolgante e não sabemos como será o seu desfecho. O demônio Pishacha possui um design bem assustador e graças a sua ameaça realmente credível, não sabemos que final os personagens principais terão em cena. Devo salientar também que ele se trata de um terror para jovens. Graças a isso muitas coisas são podadas e não conseguimos ver o real poder do demônio a todo vapor. Faltou um pouco de coragem nesse quesito.

Dirigido por Bishal Dutta, está em cartaz nos cinemas brasileiros, o filme de terror Não Abra! – Foto: Divulgação / Imagem Filmes

Herança cultural

O que me deixou bastante interessado foi por terem usado um tipo de demônio da cultura indiana. Isso não é algo costumeiro por aí e, com isso, vemos todo o embate que nossa protagonista tem com sua identidade cultural. Ela se afasta de suas origens para ser mais facilmente aceita pelos amigos da escola. Esse afastamento também causa atrito com sua mãe que prega todos os preceitos de suas origens. No decorrer da história, ela precisa aceitar de onde veio para poder salvar sua amiga ao mesmo tempo que tenta fazer as pazes com a mãe. Isso é um detalhe de construção de background que acaba sendo de fundamental importância para a sua resolução. O momento em que Sam se dá conta disso é quando o roteiro realmente vai pra frente.

Conclusão

Não Abra! não chega a ser maravilhoso, mas pode divertir o fã de filmes do tipo. Embora tenha bastantes clichês, consegue empolgar em seus momentos finais e nos dá a sensação de que vimos algo minimamente divertido. Ele é clichê, mas tenta trazer temas novos para a discussão e com isso temos uma resolução um pouco diferente do habitual. Prepare a pipoca e o refrigerante. Eles cairão muito bem com o clima que essa obra nos apresenta. Ele ainda conta com alguns momentos de sustos bem interessantes.

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