Baghead: A Bruxa dos Mortos – Não leve-o tão a sério que a diversão virá naturalmente
Bruno Oliveira
De um tempo pra cá os curtas-metragens de terror ganharam muita notoriedade. Por ser um espaço curto de tempo, se torna possível criar uma história assustadora e que não precisa lá de grandes explicações. O problema é que as grandes empresas querem aproveitar esse sucesso e transformar tais curtas em longas-metragens. É aí que se perde um pouco do mistério e do charme dessas produções menores. Baghead: A Bruxa dos Mortos é oriundo do curta Baghead (2017), de Alberto Corredor, que dirige ambas as produções. Não vi o curta, mas acredito que muito se perdeu de sua ideia original.
Leia mais:
- O Mal Que Nos Habita nos mostra algo novo e em contraste ao que existe no gênero
- Pobres Criaturas é uma obra-prima surrealista, bem como uma história de amor próprio e autoconhecimento
- Mergulho Noturno é diversão básica em família para se ver no cinema com muita pipoca
Iris Lark (Freya Allan) e sua melhor amiga Katie (Ruby Barker) acabaram de ser despejadas de casa e não tem mais onde morar por falta de dinheiro. É nesse cenário que Iris recebe a notícia de que seu pai, Owen Lars (Peter Mullan), faleceu e deixou um antigo pub de herança para ela. Mesmo que Iris nunca tenha ouvido falar dessa propriedade, acaba aceitando visando ganhar dinheiro com uma provável venda do estabelecimento. O que ela nem desconfiava é que o local guarda uma hóspede aterrorizante que é capaz de se transformar em qualquer ente querido que já está morto. Aos poucos, a ligação entre Iris e a hóspede tenebrosa vai ficando cada vez mais forte até não saber exatamente quem controla quem.
Melhor do que eu esperava, mas nem tanto
Confesso que fui ver o filme com a expectativa lá embaixo. Por ele já ter saído lá fora, críticas negativas chegaram por aqui. Embora não tenha lido nenhuma delas, pude observar algumas notas e títulos de manchetes, pouco animadoras. Dessa forma, esperando a pior coisa possível, me surpreendi com um longa bem ok. Veja bem, não é horroroso, mas está muito, muito longe mesmo de ser uma maravilha do gênero e que valha a indicação. Muita calma nessa hora. Ele é minimamente decente e mais nada.
O filme cai em todos os clichês possíveis a ponto de imaginarmos o que virá a seguir, mas tem coisas boas e genuínas. Gostei demais do visual da bruxa Baghead, ela por si só transparece um terror que dá vontade de sair correndo. Mas ainda que tenha este trunfo, o longa aposta no susto fácil ao invés do bom suspense que faz você ficar de cabelo em pé e suar na sala de cinema. Tomar susto é inevitável, mas não há mérito nesse caso, apenas algo forçado para tirar alguma reação do espectador. Outro destaque é o final, que apesar de ser um critério do gênero, apresentou uma saída inesperada para mim e foi bem satisfatório.
O longa não possui grandes cenários e precisa de poucos atores para contar essa história. Isso é bom, mas também é ruim. Bom porque dá para contar algo mais conciso e ruim porque não dá para expandir a narrativa. O mistério que ronda a bruxa é desvendado e meio que perdemos o medo. Isso acontece muito com filmes do estilo. O medo é personificado pelo desconhecido, ao sabermos o que é, ele quase cessa. Se bobear, trocamos de lado e torcemos para a criatura, neste caso, a Baghead.
Conclusão
Nem lá, nem cá. Nem horroroso, nem muito bom. Indico para aquele casal que acabou de se conhecer. Vão tomar sustinhos juntos, se abraçar, se beijar e esquecer que estão ali pelo filme. Pode ser que não entendam a história e está tudo bem. Quem está se importando com isso, não é mesmo? É só não levá-lo tão a sério que a diversão pode vir naturalmente. O que posso dizer a mais é que foi bem melhor do que eu realmente estava esperando. E, para mim, isso foi o bastante.
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso que fala sobre Cultura Pop:
Aliás, vai comprar algo na Amazon? Apoie, então, o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link:
Trailer do filme Baghead: A Bruxa dos Mortos
Ficha Técnica do filme Baghead: A Bruxa dos Mortos
Título original: Baghead
Direção: Alberto Corredor
Roteiro: Christina Pamies, Bryce McGuire e Lorcan Reilly
Elenco: Freya Allan, Jeremy Irvine, Ruby Barker, Peter Mullan, Anne Müller, Ned Dennehy, Julika Jenkins, Saffron Burrows
Onde assistir: Cinemas
Data de estreia: 08 de fevereiro de 2024
Duração: 94 minutos
País: Reino Unido
Gênero: Terror
Ano: 2023
Classificação: –