Crítica de Série: Bad Teacher (Episódio Piloto)

Anderson Vidal

Na última semana, o canal CBS lançou a sua mais nova comédia: Bad Teacher.

Baseado no filme com o mesmo nome (e “Professora sem classe”, no Brasil) estrelado por Cameron Diaz. A série gira em torno de Meredith Davis (Ari Graynor) que acaba de se separar de seu marido rico que a trocou por uma mulher mais nova e descobre que não poderá ficar com nada de seu casamento devido ao acordo pré-nupcial que ela assinou, portanto sem casa, sem carro, sem a segunda casa. Nada. Com isso, ela fica com Brie, uma amiga de Meredith, e como a loira está completamente sem planos, Brie a pede para ir buscar a filha no colégio. Daí, Meredith descobre que neste colégio possui filhos com pais separados, e pais separados com carrões e muito dinheiro. Eis então que ela decide, loucamente, se candidatar a uma vaga de professora no colégio, e a conseguindo, é claro.

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A premissa da série é basicamente a mesma do filme – ainda não assisti ao longa, portanto não farei quaisquer comparação, e nada original. E é daí que a série é construída, enredo, personagens e situações nada originais. Apesar de divertir ao longo dos 20 minutos, Bad Teacher é cheia de estereótipos e clichês, que podem vim a comprometer a série no futuro – caso a mesma venha a ter um futuro.

Meredith Davis é uma personagem completamente fútil, disposta a encontrar apenas um homem rico em sua vida para se dar bem. Vimos nesse episódio que ela até é capaz abandonar esse pensamento em algum momento, como quando ela ajudou Lily e suas amigas, mas momentos assim são feitos apenas para a personagem ter carisma e seja vista como boazinha pelo público. O único erro foi à forma exagerada em diversos momentos em que a sua personagem é posta. A atuação de Ari Graynor é forçada e em alguns momentos chega a incomodar e ser chato, mas ela possui carisma. E será nisso que a série apostará. Colocar Meredith como uma heroína das meninas nerds e não populares do colégio.

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Agradaram-me muito os personagens secundários, Joel (Ryan Hansen, de “Veronica Mars”) é o professor bonitão-gostosão de Educação Física, que teve um caso com a professora que foi demitida e foi flagrado peladão. Joel e Meredith se conhecem do colegial, e com isso, o garanhão solta umas cantadas para a loira, que garante que nunca dormirá com o professor – aham! Temos a professora Irene (a ótima Sara Gilbert de “The Big Bang Theory”), que é desajeitada e maltratada, que tenta virar amiga de Meredith e a imita em alguns momentos. E a vilã Ginny Taylor-Clapp (Kristin Davis de “Sex and the City”), que parece que haverá realmente uma boa disputa entre ela e Meredith. Mas apensar de ter esses bons personagens, a série precisa trabalhar ainda mais, como todo problema de episódio Piloto em ter a correria em nos apresentar os personagens, acredito que isso ocorreu aqui.

Um ponto fraco de Bad Teacher foi à quantidade de acontecimentos que eles nos coloca em 20 minutos. Parece ser dois episódios fundidos em um só, não tem um grande acontecimento ou um ápice no episódio, são apresentados três ou quatro casos que são apresentados corridamente.

Agora um ponto a favor da série foi a sua edição. Apensar da correria de mil ocorrências, séries novas tendem a ter um erro ou outro, alguns cortes brutos ou falhas de sequências. Mas nisso Bad Teacher foi excelente, CBS caprichou em sua produção e conseguiu uma audiência de 7,80 milhões, ficando na quinta posição, perdendo apenas para grandes séries como The Big Bang Theory, Two Andy a Half Men e Grey’s Anatomy.

Talvez essa receita de mulheres em papéis não convencional que normalmente funciona com papéis masculinos, realmente dê certo e Bad Teacher se saia bem, só precisando de uns ajustes aqui e ali.

Anderson Vidal

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