Crítica de Série | Transparent (Episódio Piloto)
Anderson Vidal
Amazon lança uma nova série original: Transparent.
Uma família de Los Angeles com sérios problemas de relacionamento. Mort (Jeffrey Tambor) tem três filhos, já adultos: Ali (Gaby Hoffman), Sarah (Amy Landecker) e Josh (Jay Duplass). Ao descobrirem que o pai deseja se assumir como transgênero todos os relacionamentos, com o mundo, com eles mesmos e um com o outro, irão se modificar à medida que os segredos e as dificuldades vão se desvendando.
O primeiro episódio não foca na descoberta dos filhos em saber que o pai se assumirá transgênero, e isso foi ótimo. Pois podemos perceber a maneira que cada filho lida com as questões sexuais que – de acordo com o final desde episódio, mudarão seus pensamentos quando descobrirem sobre Mort.
Josh, por exemplo, vive a sua vida de uma forma que não desvendamos muito bem neste piloto. Ele possui uma relação fixa com a loira? E aquela mulher morena? Sabemos que o mesmo adora sexo e tem muitos desejos com isso.
Sarah é casada e tem filhos, porém no passado possuía um amor lésbico, e esse amor retorna a sua vida, mesmo ainda estando com o marido. Entre os filhos, Sarah se mostrou a mais certinha e controladora, mas não foi de uma forma clichê.
Já Ali, a que eu mais me identifiquei, está perdida. Não possui dinheiro, não sabe o que fazer da vida. E está incomodada com o próprio corpo e quer mudar isso. Sentindo ‘prazer’ com o personal a quem pede ajuda.
Portanto todos os filhos tem suas peculiaridades sobre sexualidade, e de forma alguma podem descriminar ou julgar o pai, é claro que vai haver um desconforto por ser o pai deles, o homem que os criou e o exemplo de masculinidade que elem tem. Como o próprio Mort disse, ele criou três filhos egoístas, que só querem saber de si próprios.
A série ganha pela simplicidade, em expor atores tão bem construídos em seus personagens que parece que estamos assistindo a vida de uma família de verdade. Sou muito fã em séries que retratam drama familiar, e me agradou em vê, por exemplo, a personagem de Ali com fios brancos naturais no cabelo e sem nenhum cuidado estético. Tudo muito real.
A forma como os três filhos lidam com a sexualidade, que mesmo sendo exposta livremente não é vulgar, é outro ponto positivo da série. É de uma forma delicada e não ofensiva, com um instrumental de piano ao fundo para exibir quão delicado o momento está sendo.
Devo destacar o ótimo trabalho do elenco, que possui um entrosamento muito bom e defenderam de forma maravilhosa seus personagens, elevando o nível deste ótimo drama.
Transparent já foi renovada para a segunda temporada e essa primeira contará com 10 episódios.