Crítica de Filme | O Segredo dos Diamantes

Gabriel Meira

Helvécio Ratton, apesar de não gostar, já vem sendo rotulado como diretor infanto-juvenil após os sucessos de  “A Dança dos Bonecos” e “O Menino Maluquinho”. Desta vez  ele conta uma história de aventura guiada por três crianças em O Segredo dos Diamantes, misturando uma grande fantasia de diversos adultos, sendo vivida pela inocência das crianças.

Angelo  é um menino que no auge de seus 14 anos corre atrás de possíveis diamantes que foram escondidos há anos no interior de Minas Gerais. Para isso, conta com a ajuda de seus amigos Julia e Carlinhos, indo atrás de pistas e desvendando charadas. Apesar do longa tentar uma pegada diferente, acaba caindo no lugar comum. É  realmente raro o gênero de aventura ser feito no Brasil, mas o que define de fato a diferenciação de uma película é a forma como é conduzido o roteiro. A previsibilidade do filme é tanta que somente os mais desatentos são surpreendidos por algo, não falando somente do conteúdo dramatúrgico.

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A direção e a produção de O Segredo dos Diamantes são simples e, quando falamos de filmes deste gênero, mesmo sendo infanto-juvenis, simplicidade não é uma qualidade. Fotografia e direção de arte apenas estão ali para cumprir sua obrigação. Quase não fazem parte do desenvolver da história. Não os vemos acrescentar nada, apenas usar do óbvio.

No âmbito da sonoplastia, o som também e pouquíssimo explorado no filme e as atuações são extremamente forçadas, exageradas até se fosse no teatro.

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Apesar de O Segredo dos Diamantes não ter conteúdo suficiente para um longa de aventura, ele faz seu papel para a faixa etária que pretende alcançar e consegue passar uma boa mensagem em seu desfecho. Permite fazer seu público ter vontade de se transpor ao interior da tela e viver no lugar dos três protagonistas pré-adolescentes.

O Segredo dos Diamantes tem um bom ponto de partida e uma boa historia a ser contada. Nossos diretores quando ganham coragem em se arriscar em um gênero diferente, mas a perdem na forma de como fazê-lo, acabando por caminhar para o lado mais comercial. Não se pode fazer um filme de aventura sem ser querer se aventurar.

BEM NA FITA: Fala na linguagem do público-alvo.

QUEIMOU O FILME: Atuações forçadas.

FICHA TÉCNICA:

Gênero: Aventura
Direção: Helvecio Ratton
Roteiro: L.G. Bayão
Elenco: Alberto Gouvea, Dira Paes, Glicério Rosário Dias, Manoelita Lustosa, Matheus Abreu, Rachel Pimentel, Renato Parara, Rodolfo Vaz, Rui Rezende
Produção: Simone Matos
Fotografia: Lauro Escorel
Montador: Mair Tavares
Trilha Sonora: André Baptista

Gabriel Meira

Formado em cinema e apaixonado por todo tipo de arte, assiste de tudo, mas tem suas preferências pelos filmes que trabalham com o psicológico. Acredita na evolução do cinema nacional, assim como sua influência na educação.
NAN