Pixar: revelado mistério do número ‘A113’ presente nas animações

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Garimpar mensagens subliminares é esporte favorito dos paranoicos de plantão. E os desenhos da Disney são o eldorado do caçador de teorias obscuras – os discos da Xuxa, demodé, caíram de nível: são no máximo uma mina falida de Eike Batista.
Há muito um número presente nos desenhos da Disney e Pixar vem chamando a atenção dos xerifes das teorias obscuras. Não importa a produção, lá está o A113. Ora disfarçado, ora mais explicito. Mas não falha! Basta olhos atentos para identificá-lo em filmes como “Toy Story”, “Carros”, “Procurando Nemo”… vez ou outra baixa em produções fora da Pixar, como “Os Simpsons”, por exemplo. O número está em, pelo menos, 45 produções. Há relatos inclusive da aparição em games.
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Segundo os próprios artistas envolvidos, A113 é o número da sala de aula do Instituto de Artes da Califórnia (CalArts), mítica escola fundada por Walt Disney e seu irmão, Roy, em 1961. Foi o local de estudos dos primeiros animadores, onde muitos profissionais da Disney, Pixar e outros estúdios importantes se formaram.

Peter Docter (Monstros S.A), Andrew Stantos (Toy Story) e John Lasseter (Carros) mostram o número (Foto: Reprodução).

Peter Docter (Monstros S.A), Andrew Stantos (Toy Story) e John Lasseter (Carros) mostram o número (Foto: Reprodução).


John Lasseter, diretor criativo da companhia, foi um dos frequentadores da sala. Questionado sobre o mistério em 2009, ele desconversou: “É uma daquelas pequenas coisas que você deve procurar”.
O primeiro a plantar o número em uma produção foi o diretor Bradi Bird, criador de “Os Incríveis” e “Ratatoille“. Foi na série de suspense “Amazing Stories” (“Family Dog”, 1987), produzida por Steven Spielberg.“Eu o coloco em cada um dos meus filmes, incluindo os episódios de ‘Os Simpsons’”, confidenciou.
Tim Burton também foi um dos notáveis alunos. O vencedor do Oscar de 2014, Chris Buck (“Frozen”), igualmente. Alguém já viu referências ao número em seus filmes?
John Lasseter, Brad Bird (Ratatouille), John Musker (Alladin) e a turma de 1975 (Foto: Reprodução).

John Lasseter, Brad Bird (Ratatouille), John Musker (Alladin) e a turma de 1975 (Foto: Reprodução).


O número é, portanto, uma aceno sutil e interno de – e para – os artistas que passaram por lá. É uma singela homenagem àqueles que dividiram a sala cheia de sonhos. Era um pequeno segredo entre o grupo. Um afago de gênios.
E a chancela de que por ali passaram grandes artistas da escola fundada pelos irmãos Disney.
De acordo com o departamento de relações públicas da CalArts,  atualmente a sala A113 é usada como estúdio pelo Programa de Design Gráfico.
Veja abaixo alguns frames de produções em que aparece o misterioso número.


 
*Emiliano Mello é jornalista e pesquisador. Apronta por aí desde os tempos da internet a pavio. Editor de vídeo, mata no peito, corta pra direita, corta pra esquerda e põe onde a coruja dorme. É rock do bom ou, quem sabe, jazz.

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