Crítica de Filme | Uma Longa Jornada
Stenlånd Leandro
Uma Longa Jornada, mais uma adaptação cinematográfica de um livro de Nicholas Sparks, estreia dia 30 de Abril no Brasil. Conta com direção de George Tillman Jr (Homens de Honra, 2000 e Rápida Vingança, 2010) e roteiro de Craig Bolotin.
A “jornada” de Uma Longa Jornada inicia-se com o acidente de Luke (Scott Eastwood) exercendo seu ofício de cowboy. Enquanto monta o imbatível touro Rango, o jovem rapaz é derrubado com ferocidade, ficando inconsciente na arena. Passa-se um ano e entramos numa maré de clichês. Garotas universitárias (todas magras, rostos finos, cabelos lisos, enfim, beleza ordinária) combinam de ir a um rodeio para paquerar os cowboys. Ali, a personagem Sophia Danko (Britt Robertson) conhece Luke de forma acidental, enquanto ele está voltando às arenas. A partir daí é uma sucessão de situações e cenas que nos remete a mais um filme adolescente qualquer.
A mudança inicia-se com a tardia virada da película. O casal, voltando de um jantar romântico, encontra em um carro acidentado, o idoso Ira Levinson (Alan Alda). O homem carrega consigo uma caixa com cartas escritas por ele à sua amada Ruth (Oona Chaplin). (Percebam que, na verdade, a primeira virada principal deveria ser o encontro de Luke e Sophia, o que não foi o caso). Com visitas regulares ao velho Ira Levinson, Sophia revive o passado do homem e de seu amor Ruth. A ligação dos casais do passado e do presente fica bem definida. A história do jovem Ira Levinson, bem interpretado por Jack Huston, e Ruth, rouba o título de casal principal da película.
São pouco mais de duas horas de filme. O início é desgastante, chato, bobo, mas a história do casal coadjuvante, e sua ligação com o casal principal, salvam, até certo ponto, a película. Mesmo a atriz Britt Robertson, que foi insossa no começo, entrou nos trilhos após contracenar com Alan Alda. Um ponto interessante a mencionar é que, apesar de descontextualizadas (ficariam bem melhores em um filme de ação), algumas cenas do cowboy Luke montando os touros, são executadas de forma magnífica, com direito até a slow motion.
E Scott Eastwood? Seu olhar lembra, e muito, o de seu pai Clint Eastwood. Contudo, o galã precisa arriscar mais, ousar mais, e sair de uma zona de conforto para se provar capaz de, de certa forma, se desligar das comparações que, inevitavelmente, serão feitas com o eterno Clint. A atuação do rapaz foi normal, básica. Nada além.
Uma Longa Jornada é interessante(zinho). Um bom programa para se fazer com o namorado ou namorada, comendo pipoca e dando aqueles beijinhos de vez em quando.
BEM NA FITA: O casal Ira Levinson (Jack Huston) e Ruth (Oona Chaplin).
QUEIMOU O FILME: Início ‘chatíssimo’. O casal principal foi ofuscado pelo casal coadjuvante.
FICHA TÉCNICA:
Direção: George Tillman Jr.
Roteiro: Craig Bolotin (baseado no livro de Nicholas Sparks)
Elenco: Britt Robertson, Scott Eastwood, Alan Alda, Jack Huston, Oona Chaplin
Nome Original: The Longest Ride
Gênero: Romance/Drama
Duração: 2h e 8min.